Um Brasil melhor e hexa! Por que não?

O site dos Brasinhas está aí desde dezembro, publicando tirinhas todas as terças e sextas-feiras. Nesses primeiros seis meses, a média mensal era de pouco mais de 2.500 visualizações. Maio, atingiu 3.800. Uma frequência ainda bem modesta. Agora em junho, nos cinco primeiro dias, já são mais de 4.000 e crescendo rapidamente. O Facebook aponta centenas de compartilhamentos. Além do destaque no blog do Nassif, o mais importante nacionalmente, e de estar na primeira página do iG hoje. Esse estouro deu-se a partir de uma tirinha que faz piada com o mau humor com a Copa 2014. O que explica esse repentino fenômeno?

O brasileiro está com o grito de gol entalado na garganta. Ele quer aproveitar a festa, torcer pelo país e, quem sabe, comemorar o hexa. Entretanto, a pesada campanha política protagonizada pela mídia nos deixou com vergonha de ser brasileiro: um povo festivo, amante do futebol, sem significar alienação.

E a tirinha conseguiu se comunicar com essas pessoas. Os diversos perfis que curtiram e compartilharam a piada geraram o debate dentro da sua time-line entre seus amigos. O sentimento que aflora é que dá pra torcer sem vergonha, e sem abstrair a consciência política.

Cada um pode defender o candidato que preferir. Mas todos querem juntos um Brasil melhor. Torcer por isso, não significa ser conivente com nada. Significa que a gente tem esperança, e quem a tem sabe que pode construir algo melhor. Façamos isso juntos, com a taça do hexa!

Redação

24 Comentários

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  1. Caro Nassif e demais
    Negar o

    Caro Nassif e demais

    Negar o poder de fogo da grande mídia, é brincar.

    Eles conseguiram que a roda do moinho, girasse para trás. Pelo menos até agora.

    A Dilma acredita que os fatos falam mais alto do que as propagandas.Talvez esse o motivo do silêncio.

     

    Brasil rumo ao “Équiça”.

    Saudações

     

     

     

     

  2. A mídia e suas intenções nem sempre ocultas

    Falando em intenções da mídia, o que será que o Terra quis dizer com esta foto, em duas matérias simultâneas na home de hoje?

    1. Aécio defende implantação de UPPs em todo o país.

    http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/aecio-defende-implantacao-de-upps-em-todo-o-pais,e0583c58b5d66410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

    2. Aécio participa de almoço com PMDB no Rio.

    http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/aecio-participa-de-almoco-com-o-pmdb-no-rio,8a58e4c267d66410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

    A foto, de Mauro Pimentel, foi usada na ilustração das chamadas na home, e nas páginas internas.

    Algo a ver com o “submundo da internet”?

    1. Não estou dizendo que é o

      Não estou dizendo que é o caso.

      Mas um gesto claro de quem cheira cocaina, é uma certa irritação no nariz.

      As pessoas com esse vício fungam muito, alguns em caso extremos tem suas narinas feridas.

      Agora, duvido que o PT vai usar esse tipo de comentário na campanha.

      Duvido mais ainda a Dilma fazer algum comentário sobre esse assunto.

      Seria baixar muito o nível e se  igualar ao PSDB.

      Agora, em se tratando da militância petista não coloco a minha mão no fogo, o Aécio vai penar.

       

    2. Sacanagem a exposição

      Narina comprometedora a do Aécio. Está até ferida e tem marcas brancas. Sacanearam. Essa campanha vai ser uma baixaria. Aécio não ganha nunca a eleição para presidente com essa fama. É carta fora do baralho. É mais fácil o Eduardo Campos vencer do que ele.

  3. Ainda há esperança !

    Parabens ao Rogério Faria, e sucesso ao seu blog, que contrariando a “maré” e as ondas volumosas(pois movidas pelas verbas publicitárias Estatais) da grande mídia, tenta sufocar os pequenos e sonhadores veículos da mídia alternativa, com esta guerra incompreensível, contra a coisa que mais encanta o brasileiro, o futebol.

    Sou contemporâneo dos que mesmo sofrendo a maior falta de liberdade de expressão e de liberdade política, na época do governo militar, em 1970, esqueceu por 30 dias, dos sofrimentos, prisões, torturas, exílios, mortes e desaparecimentos, para entrar na “corrente prá frente” que fez a nossa seleção, dar um pouco de alegria a todos os brasileiros.

    Noutras circunstancias, seria inconcebível apoiar uma campanha do governo militar e opressor, pelo tri-campeonato mundial, porem o amor ao futebol, falou mais alto, e o país, aos trancos e barrancos, do pós-Copa, recomeçou a luta pela redemocratização, e até enfim, conseguimos.

    Hoje, quando comparado aos anos 70, estamos num verdadeiro paraíso, é inadmissível, que haja tantas organizações reinvindicando “padrão Fifa” para todas as nossas frágeis instituições, como se o “Não vai ter Copa” fosse tirar o país, do atual quadro, e transforma-lo, num passe de mágica, num pais verdadeiramente justo e desenvolvido.

    Não acredito, que a provável vitória brasileira nesta Copa, possa ser utilizada politicamente pela situação, e que o título de hexa campeonato, possa levar-nos ao citado para´so, porem criará um clima de maior otimismo, em todos os setores sociais, e neste estágio, é mais fácil fazer o pais sair do atual estado de “stand by” para um crescimento imaginado.

  4. Ironia das ironias: A

    Ironia das ironias: A intenção declarada da mídia corporativa era tentar associar a imagem da Dilma e do Governo Federal à qualquer problema real ou irreal que poderia  acontecer na Copa. Todo mundo bateu e  espancou o governo Dilma. Todo dia, toda hora, centenas, milhares de manchetes negativas e prognósticos dos mais terríveis sobre o iminente “desastre” da Copa. Eximiram de responsabilidade completamente todos os prefeitos e governadores dos problemas que causaram com gestões incompetentes a amadoras (vide o caso da cidade de Cuiabá que mal conseguiu erguer o estádio, mesmo tendo dinheiro disponível para todas as obras previstas).

    Pois bem, a certeza de que essa Copa seria um retumbante fracasso fez com que a mídia desse a Dilma, sem nenhuma intenção,  um handicap fabuloso e espetacular. 

    Todos os “sinais” que a Fifa e as agências internacionais de notícias nos dão, prenunciam que o evento Copa do Mundo no Brasil provavelmente será o maior e mais rentável evento esportivo do século.

    Teremos a maior audIência de tv do planeta. Teremos a maior invasão multi-cultural estrangeira à um país em tempo de paz. Teremos, pela primeira vez na história das Copas, todos os jogos com ingressos esgotados. Agora mesmo sabe-se que vários jogos treinos das seleções também já não tem mais ingressos dísponíveis. A Fifa já declarou que essa é a mais rentável Copa da história. Projeta-se, em impostos, que o Brasil vai recolher cerca de 17 bilhões de reais, fora os outros bilhões injetados diretamente na economia brasileira.

    Cerca de 11 milhões de estrangeiros tentaram comprar ingressos para a Copa. As casas de câmbio na Inglaterra não tem mais o real em papel moeda. Esgotou-se tudo.

    As cias aéreas aumentaram o número de voos para o Brasil, mesmo assim, passagens disponíveis para o país agora são algo muito raro.

    Terminado a Copa, com Brasil campeão ou não, a Dilma vai poder comemorar bastante. E só ela. Governadores e prefeitos vão ter que assistir de longe.

    A imprensa brasileira, quem diria,  transformou a reeleição de Dilma em algo mais fácil ainda.

  5. O lulopetismo, assim como os

    O lulopetismo, assim como os governos chavistas da AL, tem um dificuldade enorme de conviver com o contraditório.

    Duas pessoas que desejam a mesma coisa podem ter opiniões diversas sobre como atingir o objetivo. O fim é o mesmo, a forma como se chega lá é diferente para cada um. Quando não se admite opinião divergente, uma tática é eliminá-la tirando sua legitimidade. Nesse caso, alega-se que o outro não deseja o mesmo fim. A questão deixa de ser a opinião divergente, para ser o objetivo diferente.

    No caso das críticas em relação à conveniência de se promover uma copa no Brasil, bem como à forma como a preparação foi conduzida, o lulopetismo adotou essa retórica defensiva, alegando que na verdade eles eram contra o país, ou contra o partido.

    É possível perceber isso claramente nesta tira dos brasinhas: quem critica qualquer aspecto da copa na verdade estaria torcendo contra o Brasil.

    Na verdade, uma pessoa pode ser patriota, desejar o melhor para o Brasil, e achar que a realização de um evento como a copa não é uma coisa boa para a nação. Ou ser a favor da realização, mas ter críticas à forma como foi preparado o evento. Isso tudo desejando o melhor para o país.

    O problema para o lulopetismo, nesse caso, é enfrentar os argumentos contrários – e eles são muitos e bem fundamentados. Melhor, então, dizer que essas pessoas desejam o pior para o país. Aí não tem que contra-argumentar.

    1. Olha os argumentos

      Olha os argumentos contraditórios que são bem comuns?

       

      Lulopetismos…(parou por ai)

      Imagina na Copa…(parou por aí)

      Sai daí mensaleiro..(parou por aí)

      Sai daí petralha…(parou por aí)

      Saí daí comunista…(parou por aí)

      Quer transformar Brasil em Cuba…(parou por aí)

      O Foro de SP é algo para disseminar o Comunismo…(parou por aí)

      Lula é bilionário…(parou or aí)

      Lulinha é dono da Friboi…(parou por aí)

      Nunca se roubou tanto na histório do país…(parou por aí)

      Essas e muitas outras BOAS argumentações podem ser encontrada no Coxinhetor (gerador de discurso coxinha)

      Agora, ficar atribuindo aos petistas intolerância e ignorar que quem liga pra dono de jornal para da prensa ou até demitir jornalista é a oposição é algo que deve ser examinado pelos psiquiatras.

      Não são os petistas que ridicularizam o contraditório, é o próprio discurso, que deveria ser o contraditório, que se ridiculariza.

      Quando esse pessoal começar a debater ao nível de Motta Araújo, e outros direitista com mais pé no chão podemos vislumbrar um debate a little be mais saudável. Do contrário o latido será o mesmo enquanto a Familia Neves continua a demitir e prender jornalistas do contraditório…igualzinho o PT, né?

       

       

    2. Inclusao, tolerancia, democracia
      Em outras copas tambem houve disputa das “torcidas”, so que, na epoca, a propaganda oficial era “Brasil: ame-o ou deixe-o” e agora, as atitudes e declaraçoes oficiais sao inclusivas, tolerantes e acima de tudo, democraticas

  6. Acabei de fazer a minha seleção brasileira de todos os tempos

    Foi no site do Globo Esporte.

    Meu time foi o seguinte:

    Goleiro: Taffarel

    Lateral-Direito: Carlos Alberto Torres

    Zagueiro Central: Bellini

    Quarto Zagueiro: Aldair

    Lateral-Esquerdo: Newton Santos

    Volante: Falcão

    Volante: Sócrates

    Meia Direita: Zico

    Meia Esquerda: Pelé

    Atacante: Mané Garrincha

    Atacante: Ronaldo Fenômeno

    Técnico: Mario Jorge Lobo Zagallo.

    Link para quem quiser montar a sua: http://app.globoesporte.globo.com/copa-do-mundo/100-anos-de-selecao/?fb_source=feed&fb_appcenter=1#

    1. Seleção muito boa, mas no

      Seleção muito boa, mas no lugar do Ronaldo, Romário por favor!!!!

      Em partidas oficiais (excluindo amistosos, incluindo apenas jogos de competição) o baixinho tem mais gols que o Pelé (762 gols contra 757).

      Destaque para as ausências na lista: Gilmar, Djalma Santos, Rivelino e Tele Santana.

  7. A luta dos trabalhadores triunfa sobre o espectáculo

    A luta dos trabalhadores triunfa sobre o espectáculo

    por James Petras

     

    Durante décadas críticos sociais lamentaram a influência do desporto e de espectáculos de entretenimento que “distraíam” trabalhadores da luta pelos seus interesses de classe. Segundo aqueles analistas, a “consciência de classe” era substituída pela consciência de “massa”. Argumentavam eles que indivíduos atomizados, manipulados pelos mass media, eram convertidos em consumidores passivos que se identificavam com heróis milionários do desporto, com protagonistas de novelas e celebridades do cinema.

    O culminar desta “mistificação” – a ilusão em massa – era os campeonatos mundiais observados por milhares de milhões por todo o mundo, patrocinados e financiados por corporações bilionárias: as World Series (baseball), a Copa do Mundo (futebol) e a Super Bowl (futebol americano).

    Hoje, o Brasil está a viver a refutação desta linha de análise cultural-política. Os brasileiros têm sido descritos como “loucos por futebol”. Suas equipes venceram o maior número de Copas Mundiais. Seus jogadores são cobiçados pelos proprietários das equipes mais importantes da Europa. Dizem que seus torcedores “vivem e morrem pelo futebol” … Ou assim nos diziam.

    Mas foi no Brasil que os maiores protestos na história da Copa do Mundo tiveram lugar. Já um ano antes dos jogos, programados para Junho de 2014, houve manifestações em massa de até um milhão de brasileiros. Apenas nas últimas semanas, proliferaram greves de professores, polícia, trabalhadores da construção e empregados municipais. O mito dos espectáculos de mass media a hipnotizar as massas foi refutado – pelo menos no Brasil dos dias de hoje.

    Para entender porque o espectáculo de massa foi um fracasso de propaganda é essencial entender o contexto político e económico no qual foi lançado, bem como os custos e benefícios e o planeamento táctico de movimentos populares.

    O contexto político e económico: A Copa do Mundo e as Olimpíadas

     

    Em 2002, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula da Silva, venceu as eleições presidenciais. Seus dois mandatos (2003 – 2010) foram caracterizados por um caloroso abraço do capitalismo de livre mercado juntamente com programas populistas de [alívio da] pobreza. Ajudado por influxos em grande escala de capital especulativo, atraído por altas taxas de juro, e pelos altos preços das commodities para as suas exportações agro-minerais, Lula lançou um programa maciço quanto à pobreza proporcionando cerca de US$60 por mês a 40 milhões de brasileiros pobres, os quais constituíram parte da base de massa eleitoral de Lula. O Partido dos Trabalhadores reduziu o desemprego, aumentou salários e apoiou empréstimos com juros baixos ao consumidor, estimulando um “boom do consumidor” que levou a economia em frente.

    Para Lula e seus conselheiros, o Brasil estava a tornar-se uma potência global, atraindo investidores de classe mundial e incorporando os pobres no mercado interno.

    Lula foi louvado pela Wall Street como um “esquerdista pragmático” e como um estadista brilhante pela esquerda!

    De acordo com esta visão grandiosa (e em resposta a um amontoado de bajuladores presidenciais, de Norte e a Sul), Lula acreditou que a ascensão do Brasil à proeminência mundial exigia que “hospedasse” a Copa do Mundo e as Olimpíadas e embarcou numa campanha agressiva… O Brasil foi escolhido.

    Lula enfeitava-se e pontificava: o Brasil, como hospedeiro, alcançaria o reconhecimento simbólico e os prémios materiais que uma potência global merecia.

    A ascensão e a queda das grandes ilusões

     

    A ascensão do Brasil foi baseada em fluxos de capital estrangeiro condicionados pelo diferencial (favorável) de taxas de juro. E quando as taxas mudam, o capital flui para fora. A dependência do Brasil da alta procura pelas suas exportações agro-minerais baseou-se no prolongado crescimento económico com dois dígitos na Ásia. Quando a economia da China arrefeceu, a procura e os preços caíram e, assim, os ganhos do Brasil com exportações.

    O “pragmatismo” do Partido dos Trabalhadores significou aceitar as estruturas políticas, administrativas e regulamentares herdadas dos regimes neoliberais anteriores. Estas instituições eram permeadas por responsáveis corruptos ligados a empreiteiros de construção notórios por derrapagens de custos e longos atrasos em contractos com o estado.

    Além disso, a “pragmática” máquinas eleitoral do Partido dos Trabalhadores foi construída sobre comissões debaixo da mesa e subornos. Somas vastas foram desviadas dos serviços públicos para bolsos privados.

    Inchado pela sua própria retórica, Lula acreditou que a emergência económica do Brasil na cena mundial era um “negócio feito”. Ele proclamou que os seus faraónicos complexos desportivos – os milhares de milhões de dinheiro público gastos em dúzias de estádios e infraestrutura custosa – “pagar-se-iam por si mesmos”.

    O fatal “efeito demonstração”: A realidade social derrota a grandeza global

     

    A nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, protegida de Lula, concedeu milhares de milhões de reais para financiar os maciços projectos de construção o seu antecessor: estádios, hotéis, auto-estradas e aeroportos para acomodar uma prevista inundação de torcedores estrangeiros de futebol.

    O contraste entre a disponibilidade imediata de quantias maciças de fundos públicos para a Copa do Mundo e a perene falta de dinheiro para deteriorados serviços públicos essenciais (transporte, escolas, hospitais e clínicas) foi um enorme choque para os brasileiros e uma provocação para a acção em massa nas ruas.

    Durante décadas, a maioria dos brasileiros, que dependiam de serviços públicos para transporte, educação e cuidados médicos (as classes superiores e média podem permitir-se serviços privados), foi dito que “não havia fundos”, que os “orçamentos tinham de ser equilibrados”, que um “excedente orçamental era necessário para cumprir acordos com o FMI e atender o serviço da dívida”.

    Durante anos fundos públicos foram desviados por nomeados políticos corruptos para pagar campanhas eleitorais, levando a um transporte asqueroso, superlotado, frequentemente avariado, e a atrasos nas viagens diárias em autocarros abafados e a longas filas nas paragens. Durante décadas, escolas estiveram em ruínas, professores corriam de escola em escola para compensar os seus miseráveis salários mínimos levando a uma educação de baixa qualidade e desprezada. Hospitais públicos eram sujos, perigosos e superlotados, médicos mal pagos frequentemente aceitavam pacientes privados nas horas vagas, medicamentos essenciais eram escassos nos hospitais públicos e super-caros nas farmácias.

    O público foi ultrajado pelo contraste obsceno entre a realidade de clínicas dilapidadas com janelas partidas, escolas superlotadas com goteiras e transporte de massa não confiável para o brasileiro médio e os enormes novos estádios, hotéis luxuosos e aeroportos para os torcedores e visitantes estrangeiros ricos.

    O público foi ultrajado pelas óbvias mentiras oficiais: a afirmação de que “não havia fundos” para professores quando milhares de milhões de reais ficaram instantaneamente disponíveis para construir hotéis de luxo e atraentes camarotes nos estádios para torcedores ricos do futebol.

    O detonador final para o protesto em massa nas ruas foi o aumento nas tarifas de autocarros e comboios para “cobrir perdas” – depois de aeroportos e auto-estradas públicas terem sido vendidas a baixo preço a investidores privados que elevaram as portagens e comissões.

    Os manifestantes que marchavam contra o agravamento das tarifas de autocarros e comboios foram apoiados amplamente pelas dezenas de milhares de brasileiros que denunciavam as prioridades do governo: Milhares de milhões para a Copa do Mundo e migalhas para a saúde pública, educação, habitação e transporte!

    Desatento às exigências populares, o governo avançou na tentativa de acabar seus “projectos de prestígio”. No entanto, a construção de estádio ficou atrás do programado por causa da corrupção, incompetência e má administração. Empreiteiros de construção, que foram pressionados, reduziram padrões de segurança e pressionaram trabalhadores mais duramente, levando a um aumento de mortes e lesões nos estaleiros de obras. Trabalhadores da construção entraram em greve protestando pela aceleração e deterioração da segurança do trabalho.

    Os esquemas grandiosos do regime Rousseff provocaram uma nova cadeia de protestos. O Movimento das Pessoas sem Teto ocupou lotes urbanos próximos a um novo estádio exigindo “habitação social” para o povo ao invés de novos hotéis cinco estrelas para estrangeiros ricos adeptos do desporto.

    A escalada dos custos com os complexos desportivos e o aumento das despesas governamentais atearam uma onda de greves sindicais para exigir salários mais altos superiores aos objectos do regime. Professores e trabalhadores da saúde foram apoiados pelos trabalhadores fabris e empregados assalariados em greve em sectores estratégicos, tais como o transporte e os serviços de segurança, capazes de desestabilizar gravemente a Copa do Mundo.

    A adopção pelo PT dos espectáculos desportivos grandiosos, ao invés de enfatizar o “arranque do Brasil como potência global”, pôs em destaque o amplo contraste entre os dez por cento ricos e seguros nos seus condomínios de luxo no Brasil, em Miami e em Manhattan, com acesso a clínicas privadas de alta qualidade e escolas privadas exclusivas para seus rebentos, com a massa de brasileiros médios, fincados durante horas em auto-carros cheios de suor e superlotados, em encardidas salas de espera para conseguir meras aspiras de médicos não existente e em dilapidar os futuros dos seus filhos em salas de aula dilapidadas sem professores adequados e a tempo inteiro.

    A elite política, especialmente o círculo em torno da presidência Lula-Rousseff, caiu vítima das suas próprias ilusões de apoio popular. Eles acreditaram que pagamentos de subsistência (cabazes alimentares) para os muito pobres lhes permitiria gastar milhares de milhões de dinheiro público em espectáculos de desporto para entreter e impressionar a elite global. Eles acreditaram que a massa de trabalhadores estaria tão fascinada pelo prestígio de abrigar a Copa do Mundo no Brasil que ela passaria por alto a grande disparidade entre despesas do governo para grandes espectáculos da elite e a ausência de apoio para atender as necessidades quotidianas dos trabalhadores brasileiros.

    Mesmo sindicatos, aparentemente ligados a Lula, que alardeavam o seu passado de liderança dos metalúrgicos, romperam as fileiras quando perceberam que “o dinheiro era para fora” – e que o regime, pressionado pelos prazos finais de construção, podia ser pressionado a elevar salários a fim de ter o trabalho feito.

    Os brasileiros, sem dúvida, são voltados para o desporto. Eles seguem entusiasticamente sua equipe nacional. Mas eles também são conscientes das suas necessidades. Não se contentam e aceitar passivamente as grandes disparidades sociais reveladas pela actual corrida louca para encenar a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil. A vasta despesa do governo com os jogos tornou claro que o Brasil é um país rico com uma multidão de desigualdades sociais. Eles perceberam que há vastas somas disponíveis para melhorar serviços básicos da vida diária. Perceberam que, apesar da sua retórica, o “Partido dos Trabalhadores” estava a jogar um jogo esbanjador de prestígio para impressionar uma audiência capitalista internacional. Perceberam que têm poder estratégico para pressionar o governo e tratar de algumas das desigualdades em habitação e em salários através da acção de massa. E eles agarraram-na. Perceberam que merecem desfrutar a Copa do Mundo em habitações públicas adequadas e a preços acessíveis e viajar para o trabalho (ou para um jogo ocasional) em auto-carros e comboios decentes. A consciência de classe, no caso do Brasil, triunfou sobre o espectáculo de massa. O “Pão e circo” cedeu aos protestos em massa.
    03/Junho/2014

    Ver também:

    A explosão social bate às portas do Brasil , Edmilson Costa Brasil: O capitalismo extractivo e o grande salto para trás , James Petras

    O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/...

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

     

  8. um Brasil melhor

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    Ola Nassif,

    Esta tirinha dos brasinhas.com.br é ótima, mas poderia ser ainda melhor, subliminarmente,

    O menino esta segurando uma bandeirinha do Brasil e vestindo uma camisa amarela, no primeiro quadro,

    Mas ele questiona, “e se ele ganhar”, já na segunda quadricula, e ele esta de camisa branca, e segurando uma bandeira dos EEUU de trás pra frente, ela poderia estar assim e também de cabeça para baixo, alem de, de trás pra frente,

    Detalhe, foi na veia, identificou  claramente o inimigo da copa, (os “não vai ter copa”, os agentes de missões especiais, infiltrados aqui no nosso meio, ou ate mesmo alguns dos nossos vendidos a eles), que são os EEUU embora o (americano ou o  americanófilo da tirinha), esteja de camisa azul, ela poderia ser listrada de vermelho e branco e na horizontal,

    E são eles que agridem os brasinhas, só pela simples idéia de o Brasil ganhar,

    O olho no pré sal é tão grande, e tão gordo, que o moral dos brasinhas.com.br não pode ser elevado, se não, eles terão que pelo menos amargar mais 4 anos de uma candidata que não é de, e não apóia doar o petróleo e a base de Alcântara para eles, Epa! “pera” ai, não tenho que ser ético? para a mídia? na realidade ela esta é a serviço deles, EEUU, (ou bandeirinha deles), que muito prefeririam que a outra bandeirinha fosse a da ONU, ou das “potencias ocidentais”, ou da mídia vendida, e não fosse a deles assim tão claramente, mostrando sem mascaras os agressores, coisa destas só possíveis no mundo artístico, desmascarar o agressor,  

    Assim a identificação esta muito clara, cadê os eufemismos de bandeirinha das “democracias ocidentais”, que são contra votarmos em quem defende o Brasil, e não o vende aos olho gordo no pré sal,

    E o pior de tudo, é o pré sal abastecer o inimigo do outro lado do mundo, leia se bandeirinha vermelha, coisa das artes,

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  9. Eu entendo a oposição a Lula/Dilma

    Eu entendo que exista oposição a Dilma, a Lula e ao PT. Sei que existem pessoas de direita, conservadores e reacionários, que não gostam deles. Mas o que não entendo é alguém torcer contra o seu país. Não entendo desejar o caos, o dano à imagem, a derrota da Seleção em campo. 

    Nos EUA há muita gente contra Obama (ele teve 51% dos votos na reeleição em 2012). mas duvido que esses americanos sejam contra os EUA. Nenhum cidadão dos EUA quer ver seu país derrotado, em qualquer campo que seja, por ser contra o Obama.

    Aqui acontece o contrário: quem é contra a Dilma quer ver o Brasil destruído. São pessoas que não se opõem  a Dilma/Lula, mas sim ao Brasil que eles construíram. Um Brasil onde os pobres tiveram aumento de renda, ascensão social, e agora viajam de avião, frequentam o cinema e vão ao restaurante. Essas pessoas que torcem contra não querem só derrubar a Dilma, elas querem de volta a “exclusividade” do saguão de embarque do aeroporto, da mesa no restaurante, do cinema só pra eles (sem filme dublado, please!).

    O ódio ao sucesso da Copa é só uma faceta desse ódio contra o país. Ele também pode ser visto no ódio ao funk, no ódio ao filme dublado, no ódio contra o bolsa-família, no ódio contra as cotas e pobres/negros nas universidades.

    É um ódio contra o Brasil, sim. Pena que os odiadores ainda não se tocaram que não tem mais jeito. Daqui pra trás a gente não volta mais.

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