IPCA desaba, mas alimentos ainda seguram alta, por Luís Nassif

Na medida dos Índices de Disseminação (que mede todas as altas em todos os produtos), percebe-se um pequeno aumento no número de altas

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O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março ficou em apenas 0,16%, e um acumulado de 12 meses de apenas 3,93%.

Mantém-se a queda sistemática da inflação.

No entanto, Alimentação e Bebidas (muito mais sensível ao bolso das faixas de menor renda) subiu 0,53%, respondendo por 21,6% do índice. Em 12 meses, ficou em 3,11%, abaixo, portanto, do índice geral.

Quando se analisa o subgrupo de Alimentação e Bebidas, percebe-se que a maior influência foram as Frutas (4,7% de influência no índice final), seguida de Bebidas e Infusões e Aves e Ovos.

Na medida dos Índices de Disseminação (que mede todas as altas em todos os produtos), percebe-se um pequeno aumento no número de altas em relação a fevereiro, mas ainda bem abaixo de janeiro.

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Luis Nassif

3 Comentários

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  1. Meu Deus! E o quê eu venho escrevendo em CartaCapital e ninguém acreditou-. Haverá um certo equilíbrio sazonal no inverno contraposto à percepção da classe mais dependente de alimentos que aumentará o consumo. Haddad poderá afrouxar o crédito para empresas pequenas e médias dos demais setores perto de quebrarem. Por isso minhas colunas aqui acabam em galhofa. Prefiro.

  2. Não sou economista, mas, como pertencente a classe C Menos, os preços estão nesta tocada desde o segundo ano do Temer…Todas explicações são válidas, no entanto, a que fica de fora é que os preços dos alimentos estão dentro da variável do dólar interno. Nassif, uso o termo que vc tanto coloca: “Saltos de galinha”…a baixa dos preços está nesta regra do abaixa, logo sobe, e assim vai tocando o barco. Como quebrar esta corrente de elos é que Haddad não consegue, ou por medo do enfrentamento com a cadeia produtora e logística, ou por ter a crença em outros fatores….O maior equívoco é atribuir as enchentes, ao El Ninô, La Ninâ e ao mesmo tempo os relatórios já no terceiro trimestre começam apontam safras records (pecuária idem) em todos os itens da produção e crescimento das exportações dos alimentos. E quem fará este enfrentamento Nassif e quanto?

  3. As análises dos intelectuais de classe média sobra a inflação são “engraçadas”. Aliás, as análises políticas do intelectuais de classe média são “engraçadas”. Como disse Fernando Pessoa: “A classe média não existe, não é nada, e não é uso chamar-lhe nada”. E é mesmo assim, a classe média é uma classe que não é uma classe, que acredita ser um poder moderador ou civilizador do estado e da sociedade, embora suas análises e idéias não possuam efetividade alguma em relação às estruturas reais de poder econômico ou político, tanto junto às classes dirigentes quanto junto às classes pobres. O poder dos intelectuais de classe média, concedido pelas classes dirigentes, consiste essencialmente em poder dissertar, conjecturar, o seu lugar são as teorias e idéias de não efetividade (é claro que algumas dessas idéias podem se tornar efetivas, desde que não ameacem a soberania do sistema econômico político dominante, o que obviamente não é uma disposição da classe média, temos como exemplo disso todas as teorias do identitarismo e dos lugares de fala, dos desenvolvimentismos).
    “Sazonalidade” e “equilíbrio” , as classes pobres não sabem o que essas coisas significam tecnicamente, também não sabem o que significa tecnicamente “a sua percepção”. A vida das classes pobres está condicionada à sua subsistência, à sua sobrevivência, à sustentação e manutenção da sua vida física, material. Talvez, se algum dia nesse país os pobres não precisarem mais se preocupar se irão comer no dia seguinte, se o dinheiro que têm será o suficiente para poderem se alimentar e pagar suas contas, eles então passem a considerar questões de sazonalidade, equilíbrio e percepção (para aplicá-las à gente mais pobre que eles). Saber desde quando os pobres desse país vivem mal é simples: Desde sempre. Saber desde quando essa inflação corrói mais violentamente a vida material dos pobres do país não é difícil: Desde o golpe de 2016. Mas mesmo no período recente de “bonança” do país (alguns anos de governo do PT) os pobres desse país sempre tiveram a mesma vida: trabalhar para conseguir comer e tentar pagar suas contas. Uma vida sem teorias, sem idéias, uma vida prática, fáctica, sem ilusões. A sazonalidade, o equilíbrio e a percepção das classes mais dependentes de alimentos existem e vem atuando desde então. A vida material dos pobres do país vem piorando desde então, o sempre.

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