Sinalização para ciclistas e pedestres é precária no Brasil, diz pesquisa

Jornal GGN – Uma pesquisa feita pela campanha Sinalize!, do portal Mobilize Brasil, mostrou que as principais cidades brasileiras têm péssimas estruturas de sinalização para ciclistas e pedestres. O levantamento pontuou as cidades em escala de que vai de 1 a 10. A cidade mais bem classificada é Curitiba, com média 5,4, e a pior é Manaus, com nota 0,7.

A pesquisa foi feita entre junho e julho deste ano com ajuda de voluntários. No total, foram 25 cidades, sendo 13 capitais. A lista completa, na ordem de melhor para pior, ficou assim: Curitiba (5,4), Rio de Janeiro (4,6), Porto Alegre (4,2), São Paulo (3,8), Belo Horizonte (3,6), Recife (3,3), Brasília (2,5), Natal (2,5), Salvador (2,1), Cuiabá (1,9), Maceió (1,6), Fortaleza (1,3) e Manaus (0,7).

O levantamento também levou em conta aspectos do transporte coletivo, com itens como as informações disponíveis nos pontos de parada e a sinalização no interior dos veículos – sistemas de ônibus ou corredores inteligentes de ônibus (BRTs), além de metrôs, trens urbanos e até barcas, no caso do Rio de Janeiro.

Os voluntários também avaliaram a sinalização para pedestres, verificando a existência de faixas de travessia, placas de advertência, semáforos específicos para os pedestres e placas indicativas para orientação de quem opta por transitar a pé pelas cidades.

“No Brasil, os passageiros chegam aos pontos de ônibus e não encontram nada que indique quais linhas de ônibus passam ali, a que hora passam e quais são seus itinerários. E também não há sinalização para ajudar os pedestres a encontrar os melhores caminhos ou para indicar os principais pontos de referência da região. Assim, quando podem, as pessoas preferem sair de carro, aumentando os congestionamentos urbanos”, diz Eduardo Dias, da campanha Sinalize!

Também foram observadas carências de sinalização voltada a ciclistas, de modo que se constatou que, em geral, não se observa nas ruas placas, sinalização de solo ou semáforos específicos. “Essa carência aumenta as chances de acidentes envolvendo condutores de bicicletas e triciclos”, afirma Dias. O ranking foi baseado em 372 avaliações em todas as 25 cidades.

Com informações do Mobilize.org

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Pesquisa interessante…

    … mas que infelizmente só constata o óbvio – ou seja, no Brasil as prefeituras gastam uma grana com sinalização para quem anda de automóvel e ZERO para quem anda a pé, de bicicleta e transportes públicos.

    Pelo menos é o que acontece aqui no Rio. Não existe NENHUMA sinalização para pedestres e ciclistas. Quanto aos transportes públicos, ela fica por conta da “boa vontade” das próprias concessionárias. E depois a Prefeitura vem demagogicamente pedir à população para preferir os transportes públicos. Como, se ela não dá as condições mínimas que são a informação para quem quer usar? Se você quiser saber qual ônibus pegar, o único jeito é parar os ônibus e perguntar aos motoristas.

    Mas o problema também grande culpa da mídia. Jornalista – em sua grande maioria – não anda a pé nem de transporte público. Quando ocorre de faltar ou houver um erro em uma placa de sinalização de orientação para motoristas, a imprensa logo cai de pau, mas eu NUNCA vi ninguém cobrar o mesmo cuidado com a ralé.

    É isso, no Brasil o automóvel é tratado como coisa pública, o resto é entregue à própria sorte. Se virem, manés.

  2. O Mobilize Brasil é um

    O Mobilize Brasil é um movimento que tem como objetivo contribuir com a melhoria da mobilidade urbana e da qualidade de vida nas cidades brasileiras, através dele, fez-se uma pesquisa que constatou a precariedade de placas de sinalização e informações para pedestres e ciclistas. Atravessar uma simples rua no Brasil é uma verdadeira aventura! Nas grandes metrópoles, pedestres e carros vivem uma relação complexa, em que geralmente os primeiros levam a pior. Além da falta de educação dos motoristas, que dificilmente respeitam os limites de velocidade, quem anda a pé também sofre com a ausência de sinalização e fiscalização, 90% das placas de sinalização dos centros urbanos estão nas ruas apenas para guiar motoristas, embora se saiba que dois terços dos deslocamentos pelas cidades brasileiras são feitos a pé, de ônibus, trens e metrô, ou pedalando. Pouca ou quase nenhuma indicação é feita para informar caminhantes e pedalantes, informações sobre itinerários e horários de ônibus nos pontos de parada também são raridades. Não é raro pessoas pegarem ônibus errados e perderem muito tempo de deslocamento por causa do problema da falta de sinalização e informação. Medidas devem ser tomadas para tentar diminuir situações desse tipo como ,por exemplo, criações de ciclovias, informações sobre itinerário, placas de sinalização, rampas para cadeirantes, melhoria das calçadas e principalmente o respeito dos motoristas com relação aos pedestres e ciclistas.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador