Candidato à presidência é assassinado e Equador entra em estado de exceção

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Fernando Villavicencio foi atingindo por três tiros na cabeça. Facção criminosa reivindicou a autoria do ataque

O candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio. | Imagem: Reprodução/Twitter

O candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado com três tiros na cabeça ao sair de um comício em uma escola na capital Quito, nesta quarta-feira (9). Em decorrência do crime, o atual presidente, Guillermo Lasso, decretou estado de exceção e garantiu que as eleições presidenciais estão mantidas para o dia 20 de agosto. 

Um vídeo registrou os últimos momentos de Villavicencio com vida. Nas imagens ele aparece saindo da escola, onde ocorreu o evento de campanha, cercado por policiais que o ajudam a entrar em um veículo. Antes de fechar a porta, disparos e gritos são ouvidos. 

https://twitter.com/EmergenciasEc/status/1689431449777123329

Segundo informações preliminares, três criminosos efetuaram disparos de metralhadoras. Ao todo, nove pessoas ficaram feridas. Um dos suspeitos do crime foi morto depois de uma troca de tiros com a polícia.

Posteriormente, seis pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento no caso.

Estado de exceção

Em razão do crime, o presidente Guillermo Lasso decretou luto de três dias e estado de exceção no Equador.

Lasso afirmou, em pronunciamento na madrugada desta quinta-feira (10), que as Forças Armadas foram mobilizadas para garantir a Segurança Nacional e a eleição presidencial, que deverá ocorrer em 10 dias.

Diante da perda de um democrata e um lutador, as eleições não estão suspensas. Ao contrário. Estas serão realizadas, e a democracia precisa se fortalecer. Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia“, disse o presidente.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”      

Suspeitas

Em vídeo publicado nas redes sociais, criminosos encapuzados e armados da facção Los Lobos reivindicaram autoria do ataque que matou Villavicencio. Na gravação, eles ainda ameaçam outros políticos, como o presidenciável Jan Topic.

A Los Lobos é a segunda maior facção do Equador, com cerca de 8 mil membros. Eles têm envolvimento com tráfico internacional de cocaína.

Villavicencio era jornalista e seu trabalho foi marcado por denúncias envolvendo o narcotráfico e a corrupção do país. Em campanha, ele afirmou que, se eleito, faria ações de repressão contra o tráfico.

Apesar dos indícios, as autoridades ainda não vinculam oficialmente o assassinato de Villavicencio à facção Los Lobos. 

Vale ressaltar que, na semana passada, o então candidato afirmou que recebeu ameaças da facção Los Choneros.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

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  1. Algo me cheira a um déjà vu. Desta vez com um final diferente.
    Candidato com pouca chance de ser eleito sofre atentado dias antes das eleições. Objetivo evidente, tumultuar o processo eleitoral para impedir desfecho previsível e indesejado.
    Na primeira vez, o atentado falhou e, com a repercussão, o candidato de pouco peso eleitoral disparou nas pesquisas e acabou sendo eleito. Agora, o atentado teve êxito. O processo eleitoral foi tumultuado e tudo pode vir a acontecer. Inclusive um golpe para “restabelecer a garantia da lei e da ordem, a paz e a tranquilidade quebradas“.

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