G20 vê possibilidade de crescer 2,1% mais até 2018

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O G20, grupo das maiores economias do mundo, divulgou documento sinalizando a possibilidade de conseguir, até 2018, crescimento adicional de 2,1% dos produtos internos brutos (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) do bloco, constituído pelas 19 maiores economias mais a Comunidade Europeia. O comunicado foi publicado após dois dias de reuniões, na cidade de Brisbane, Austrália.

Presidenta Dilma Rousseff durante Fotografia Oficial da Cúpula do G20 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Presidenta Dilma Rousseff durante Fotografia Oficial da Cúpula do G20 / Roberto Stuckert Filho/PR

Segundo o G20, a elevação no crescimento adicionaria US$ 2 trilhões à economia global e criaria empregos. Os países destacaram que o crescimento maior pode ser atingido com medidas para aumentar o investimento, elevar o comércio e a competição e impulsionar o emprego. Os membros do G20 defenderam ainda a adoção de políticas macroeconômicas para apoiar o desenvolvimento e crescimento inclusivo, reduzindo a desigualdade e pobreza. O grupo enfatizou a necessidade de investir em infraestrutura, e destacou o papel dos bancos multilaterais e bancos públicos de desenvolvimento.

“Combater as deficiências de investimento e infraestrutura é crucial para elevar o crescimento, a criação de empregos e a produtividade (…). Nossas estratégias de crescimento contêm grandes iniciativas de investimento, incluindo fortalecer o investimento público e melhorar nosso clima de investimento doméstico e financiamento, o que é essencial para atrair novos recursos do setor privado”, diz a carta. Segundo o comunicado, os membros do G20 continuarão trabalhando com bancos multilaterais, e encorajando a atuação de bancos de desenvolvimento nacionais.

Os países assumiram o compromisso de reduzir a diferença entre as taxas de participação no mercado de trabalho de homens e mulheres, trazendo mais de 100 milhões de mulheres à força de trabalho até 2025. O G20 também se compromete “fortemente” a reduzir o desemprego entre os jovens, considerado “inaceitavelmente alto”.

O comunicado defende, ainda, a estabilidade do sistema financeiro e ações para um sistema internacional de taxas “justo”. Diz também que os países buscarão aumento da eficiência energética para atender à necessidade de crescimento sustentável e desenvolvimento. Apoia, por fim, ações para enfrentar as mudanças climáticas que estejam de acordo com a última conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. Se vão continuar encorajando

    Se vão continuar encorajando a atuação dos bancos de desenvolvimento nacionais, é porque estão eivados de bolivarianismo. Nem a Marina nem o Aécio se sentiriam à vontade nesta reunião dos 20 maiores do planeta.

  2. O desafio chinês

    Em 1968 e 1980, respectivamente, Jean-Jacques Servan-Schreiber publicou os livros O desafio americano e O desafio mundial. O primeiro tratou da revolução econômica gerada pelo poder tecnológico das grandes empresas americanas e seu impacto sobre a economia europeia. O segundo, sobre a dificuldade de competir com um Japão com organizações empresariais e produtivas inovadoras, inclusive nas relações capital-trabalho, uma moeda mantida desvalorizada, alta poupança interna e agressividade nas exportações. No momento temos O desafio chinês, um título de livro à espera de um texto.

    O desafio chinês se assemelha ao japonês, mas tem escala assombrosa. Uma população de 1,3 bilhões de pessoas, mais da metade ainda fora do mercado de trabalho e disposta a trabalhar à exaustão em troca de salários muito baixos, um território continental, popança interna em níveis nunca vistos e tecnologia que avança rapidamente. Num mundo globalizado com livre comércio relativamente assegurado por acordos e arranjos internacionais, isso é mortal para países que pagam salários dez vezes maiores pela metade da carga de trabalho.

    O futuro da economia mundial nos horizontes de curto e médio prazos depende de maneira crucial da maneira como a China responda a tentativas de acordos que possam beneficiar todas as partes. No cenário mais pessimista, em que a China resista a novos arranjos, pode ser que EUA e UE rompam os acordos mundiais de livre comércio e façam acordos bilaterais. Torçamos para que as coisas não cheguem a esse ponto.

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