O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, descreveu o ataque contínuo de Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza como “genocídio”, no qual mais de 8 mil pessoas morreram até esta quarta-feira (1), conforme dados do Ministério da Saúde da Palestina validados pelas Nações Unidas.
Em uma interação na plataforma X, o mandatário colombiano afirmou que essas ações hostis sistemáticas sobre a porção de território de 360 quilômetros quadrados “se chama genocidio” e “eles fazem isso para retirar o povo palestino de Gaza e apropriar-se dela”.
Petro qualificou o “chefe de Estado que leva a cabo este genocídio” de “criminoso contra a humanidade”, referindo-se ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e acrescentou que os seus aliados, incluindo os Estados Unidos, “não podem falar de democracia”.
Nesta terça-feira (31), o presidente colombiano convocou a embaixadora do país em Israel, Margarita Eliana Manjarrez Herrera, para analisar a posição do governo no quadro do cerco de Israel aos palestinos.
Vários países da região, incluindo Bolívia, Chile e Brasil, manifestaram o seu repúdio ao ataque israelense contra civis e apelam a um cessar-fogo imediato. No Conselho de Segurança da ONU, o Brasil apresentou uma resolução de cessar-fogo, vetada pelos Estados Unidos.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, que condenou os ataques de Israel a Faixa de Gaza nesta semana, também convocou nesta terça-feira (31) seu embaixador em Israel para analisar o quadro e tomar uma decisão a respeito.
Genocídio
Petro não é o único chefe de Estado a usar o termo genocídio – definido pelo Estatuto de Roma como atos “perpetrados com a intenção de destruir total ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso” – para descrever o que ocorre na Faixa de Gaza.
Outros presidentes e líderes regionais descrevem o ataque israelense da mesma maneira. Num comunicado divulgado nesta terça-feira (31), a Venezuela afirmou que rejeita categoricamente “o genocídio empreendido por Israel contra o povo palestino”, após o bombardeamento do campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, já tinha usado o mesmo adjetivo há três semanas, quando começou o ataque israelense ao território palestino, demonstrando a sua preocupação.
Há uma semana, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel afirmou num vídeo transmitido nas redes que seu país não aceitava “uma certa indignação seletiva” daqueles que “fingem ignorar a realidade do genocídio” contra os palestinos “apresentando um lado como vítima e ignorando 75 anos de ataque, ocupação, abuso e exclusão”.
Bolívia rompe relações
O Governo da Bolívia anunciou nesta terça-feira (31) que decidiu romper relações diplomáticas com o Estado de Israel, considerando que o país está cometendo crimes de guerra na Faixa de Gaza contra o povo palestino ferindo o direito e as convenções internacionais.
A ministra da Presidência, María Nela Prada, juntamente com o vice-chanceler, Freddy Mamani, realizaram uma conferência de imprensa na qual defenderam a decisão com base nos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas (ONU), dos direitos à vida, paz e liberdade e na rejeição de “tratamentos cruéis, desumanos e degradantes”.
“No âmbito da sua posição de princípio de respeito pela vida, enviamos esta comunicação oficial ao Estado de Israel, onde damos a conhecer a nossa decisão como Estado Plurinacional da Bolívia de romper relações diplomáticas com Israel”, disse Mamani.
Os responsáveis explicaram que a Bolívia toma a decisão “em repúdio e condenação da agressiva e desproporcional ofensiva militar israelense levada a cabo na Faixa de Gaza e da ameaça à paz e segurança internacionais”, no quadro do conflito no Médio Oriente.
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