Reconhecer que Ucrânia não vencerá Rússia é “pró-realidade”, diz revista

Derrota em Bakhmut torna ainda mais improvável que ucranianos recuperem fronteiras sem intervenção direta de tropas ocidentais

Foto: OTAN

Reconhecer que a Ucrânia não irá recuperar suas fronteiras sem a intervenção direta dos EUA deixou de ser um discurso pró-Rússia para se tornar uma realidade, segundo análise da revista norte-americana Newsweek.

Tal afirmação toma por base a batalha ocorrida na cidade de Bakhmut, um centro de transporte estratégico durante a insurreição separatista ocorrida entre 2014 e 2022. Tal cidade passou a ser quase que totalmente controlada pelos russos, naquela que foi considerada “a batalha mais sangrenta do século 21”.

Embora se noticie muito sobre as perdas sofridas pelas tropas russas, a Newsweek afirma que isso “não muda o fato de que a Rússia agora está pronta para aproveitar o máximo a queda de Bakhmut assim que o verão chegar”.

Enquanto a Rússia levou soldados “reservistas e mal treinados”, a Ucrânia mandou suas tropas mais bem equipadas e treinadas para Bakhmut, e os milhares de ucranianos mortos não podem ser substituídos por jovens em treinamento acelerado.

Segundo a publicação norte-americana, os defensores de Kiev no Ocidente não pensaram em como acabar com essa tragédia – ao invés disso, pediram o envio de mais caças e mísseis de longo alcance.

Essa entrega de armamentos não só aumentou a raiva dos russos como fez crer que o confronto deixou de ser contra a Ucrânia para se tornar uma guerra contra o Ocidente.

Em meio a isso, se vê uma Rússia fortalecida economicamente e em grande parte autossuficiente em alimentos, energia e equipamento militar, e uma Ucrânia devastada pelo confronto.

“Embora a Ucrânia tenha se tornado fortemente dependente da OTAN para armamentos, tanto as próprias reservas da OTAN quanto os antigos estoques de munições da era soviética da Ucrânia de projéteis de artilharia e mísseis de defesa aérea estão se esgotando rapidamente. Nesta guerra de desgaste, o tempo não está do lado de Kiev”, pontua a revista Newsweek.

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Redação

2 Comentários

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  1. Parece que começam a surgir vozes dissonantes da narrativa da OTAN na própria mídia mainstream dos EUA. Será que o Putin é mesmo um idiota moribundo, como foi pintado no Ocidente nos últimos meses? E, afinal, o que querem os falcões partidários da escalada? Uma terceira guerra mundial?

  2. Uma pergunta se faz necessária ao EUA. Imaginemos que por uma estranha razão, os Mexicanos fizessem um pacto com a Russia e aceitassem instalar bases militares no México para que este país se proteja de um hipotético ataque americano, como ocorreu no passado. Qual seria a reposta dos EUA? A crise dos foguetes em Cuba no ano de 1962 pode nos dar uma pista da resposta. Uma outra pista importante, é o histórico das intervenções americanas mundo afpra.

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