Supremacia Europeia ou simplesmente o imperialismo regendo o futebol, por Rogerio Maestri

Foto: FIFA

Enviado por Rogerio Maestri

Distorcer a realidade e esconder os fatos pode levar a conclusões extremamente importantes aos donos do capital, e esta visão que há uma supremacia europeia é um produto deste tipo de distorção.

Vamos aos fatos, quem são os jogadores das brilhantes supremacistas seleções europeias, ou melhor, quem são os jogadores das maiores equipes estrangeiras?

Não é necessário ser um profissional da área de genealogia para verificar que na imensa parte dos jogadores das grandes equipes são importados recentes ou até muitos que são praticamente retirados de seus países em idades precoces, não só para servirem as equipes profissionais, mas naturalizando-se no país que os sequestram, passarem a ser defensores de sua bandeira.

Ou seja, em pleno século XXI temos um verdadeiro comércio de escravos que induzem estes novos escravos a trabalhando a serviço do grande capital. Os salários são fantásticos, porém o lucro que o imperialismo obtém com todo este tráfico equivalente ao que se fazia nos séculos anteriores ao século XIX da África para a América para o sustento dos seus proprietários. Porém eles poderão se naturalizar, mas na verdade continuarão a serem não cidadãos, mas sim pessoas sem raízes.

Certamente nos dias atuais, não há o chicote nem outras punições para que estes novos escravos trabalhem, pois para jogar futebol há o contrato. Se alguém duvida da posição de novos escravos simplesmente enxerguem com clareza o porquê Neymar não é aceito por grande parte dos “torcedores” de futebol e até por parte dos seus colegas, simplesmente porque ele não é “humilde”, ou seja, ele não compreendeu que não basta ele ser um dos melhores do mundo, ele tem que aparentar estar agradecido por receber uma pequena parcela dos lucros que ele dá ao Imperialismo Internacional.

Se Neymar andasse de cabeça baixa, se aceitasse estoicamente as verdadeiras chibatadas que seus adversários lhe dão nas canelas, nos pés e até nas costas, ele seria um novo Pelé, que não aceitava as chibatadas, revidava com vigor, mas as luzes da imprensa e do mundo aparecia como alguém submisso.

Não senhores, o futebol brasileiro não foi vencido pela supremacia da Europa, o futebol brasileiro perdeu uma partida como ocorre sempre para um dos lados do jogo, porém a inveja, a não aceitação da falta de humildade, não resistiu a crítica dos ventríloquos nacionais que simplesmente repetem a propaganda internacional que diz uma mentira, que os europeus tem a supremacia do esporte. A onde está a supremacia da fantástica seleção alemã que em 2014 obteve uma grande vitória com apoio da imprensa pátria e grande parte da população de direita e de esquerda, que passou anos a dizer que não haveria a copa.

Para o grande capital a vitória do Brasil em 2014 seria intolerável, pois além de organizar um grande espetáculo que foi impecável, passando a ser uma referência de como deveria ser uma copa, o país não poderia obter uma vitória completa, pois aí sim, a supremacia brasileira seria inevitável.

 

Redação

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Há casos e casos. Diego Costa

    Há casos e casos. Diego Costa jogando pela Espanha e Mauro Fernandes jogando pela Russia são ambos típicos casos de exportação e “imperialismo”, onde o dinheiro fala mais alto e o cara troca de nacionalidade por isso. Outros casos como Lukaku, Mbappe entre outros são de imigrantes, muitos de 2° ou 3° geração, que abandonaram as “colônias” para vir à “metropole” e com isso melhorar de vida já que as condições de vida nas colônias se dão em condições muito duras. Há também os refugiados de guerras européias como Xhaka e Xhaqiri na Suiça. Esse fenômeno de importação de talentos que o futebol europeu faz é bastante complexo e não dá para colocar tudo no mesmo balaio.

  2. Neymar, sua escola e escolhas.

    Anos 1980, Sócrates renova seu contrato com o Corinthians e um repórter lhe indaga a respeito do ganho mensal. O Doutor responde: muito mais do que preciso, muito menos do que mereço. Sócrates, com a camisa do Corinthians, era um dos responsáveis, naquele dia, por um estádio com mais de 100 mil torcedores.

    Jogadores brasileiros, mais e mais jovens, são levados ao primeiro mundo do futebol pela incapacidade de nossos clubes em mantê-los. O país desempenha hoje o papel que cidades do interior, há algumas décadas, desempenhavam em relação à Capital. Aliás, Sócrates chegou ao Corinthians após ser “comprado” do Botafogo de Ribeirão Preto.

    Mas não creio que o caso Neymar seja o do rebelde. Ele é, apenas, um jogador que menospreza o adversário, quando está ganhando, e se desequilibra emocionalmente, quando está perdendo. Suas simulações e tentativas de ludibriar árbitros não nasceram na Europa. Ele adotou essa prática desde o Brasil. Não se referencia em Cristiano Ronaldo do Real, nascido no quintal do fundo da Europa, nem em Messi, trazido pelo Barcelona, ainda jovem, da Argentina em permanente crise, jogadores aos quais Neymar aparentemente pretendia se igualar.

     

  3. Influência do contexto esportivo

    Além dos pontos que o bfcosta apontou, com os quais eu concordo integralmente, há um outro fator. A Europa é hoje o palco dos grandes times de futebol e, portanto, dos melhores jogadores do mundo e também dos melhores técnicos e estruturas de formação. Esse contexto esportivo desenvolve talentos potenciais (naturais ou naturalizados).

    Quando eu era jovem, íamos semanalmente aos estádios e admirávamos  jogadores como Pelé, Garrincha, Tostão, Rivelino, Ademir da Guia, Sócrates, Zico… Estes eram os mestres das crianças e adolescentes que, nos campinhos de várzea, procuravam imitar seus mestres e alguns se tornariam os jogadores profissionais.

    Hoje, quais são os grandes talentos do campeonato nacional nos quais os jovens brasileiros podem se espelhar ?

     

  4. A fifa é eurocentrica, isso

    A fifa é eurocentrica, isso se acentou nos ultimos anos…….

     

    Para os europeus,  enquanto não a dominavam, a fifa era uma droga, uma das broncas contra o havelange não era corrupção, corruptos são todos – ou alguém acha normal um clube pagar uma fabula por um jogador meia boca de trinta anos e depois de ser criticado por isso e “milagrosamente” conseguir revende-lo com lucro? – a bronca é ter pulverizado o poder dentro da fifa com o ingresso de vários países com o mesmo poder de voto. Tudo ali são cartas marcadas, vimos isso na confissão do frances na maracutaia da escolha dos grupos. Tudo ali é pensado para que se de a ilusão que a copa é aberta a todos mas o resultado desejavel é que ao final seja uma eurocopa mais curta…..o que importa são os bussiness, o futebol é apenas desculpa para o dinheiro trocar de mãos…..aliás, lançaram mais uma trolha, o tal var, que misteriosamente sumiu dos ultimos jogos, que, por acaso, claro, só tinha europeus…….imagino como sangrou o coração da turma ao ter que dar aquele gol dos coreanos, mesmo com a vaca já com as quatro patas atoladas no brejo…..

  5. Supremacia do estilo
    Enquanto o futebol brasileiro jogar com o estilo europeu não vencerá.
    Temos que voltar as raízes do futebol arte, passes, jogadas ensaiadas, cobradores de falta,dribladores e principalmente patriotas.
    Um ano antes da copa o jogador que queira servir a seleção deve voltar a jogar em um clube brasileiro.

  6. Supremacia do estilo
    Enquanto o futebol brasileiro jogar com o estilo europeu não vencerá.
    Temos que voltar as raízes do futebol arte, passes, jogadas ensaiadas, cobradores de falta,dribladores e principalmente patriotas.
    Um ano antes da copa o jogador que queira servir a seleção deve voltar a jogar em um clube brasileiro.

  7. Fazendo coro às suas

    Fazendo coro às suas palavras, diria que a companho futebol desde 1950, quando findava a “aurora da minha vida” de que fala o poeta. Entretanto, não tenho lá muitos conhecimentos sobre questões futebolísticas, a não ser de torcedor de dois tricolores (o Santinha de Recife e o meu Fluminense, no Rio de Janeiro, onde me escondo). De qualquer maneira, não em questões numéricas, mas em excelência no trato da bola, os sul-americanos ainda são a escola mais importante do futebol, região mais pobre, vale dizer com menos recursos, com sete títulos mundiais (cinco do Brasil, como se sabe), por isso nossos jogadores estão entre os mais valorizados do mundo. Isto que chamam de decadência do futebol brasileiro, que atribuem certamente à evolução tática e técnica do futebol no continente europeu e aos recentes triunfos das seleções daquele continente, que deve-se mais ao poderio econômico e a falta de visão política dos dirigentes, que organizam o futebol no Brasil para ser celeiro de craques para venda do mundo, mais dos europeus. Em quase todas os clubes europeus há jogadores brasileiros, há até patrícios naturalizados nas seleções daqueles países, como referidp (uma espécie de mercenário, que luta por outro exército). Há, no Brasil,  uma visão caolha da mundialização do futebol. Nossos jogadores são valorizados por causa da excelência do futebol que praticam, do futebol brasileiro. Nós entretanto, além de criar problemas de toda ordem, quando selecionamos atletas para equipe que nos vai representar, os cartolas não consideram os jogadores que atuam no Brasil, e formam times só com “estrangeiros”, grande parte jogadores que saem do país muito jovens, que por seu valor pessoal, tornam-se milionários no exterior, que pagam bem e investem muito no futebol, sabendo esses craques do menor valor do nosso futebol. Eu diria sem medo de errar, considerando o maior e mais disputado campeonato do mundo, que é a Série A do Brasileiro, que na maioria das posições, contamos por aqui com jogadores tão bons quanto os “estrangeiros” selecionados. Trocamos seis por meia dúzia, com a desvantagem de usarmos jogadores que não empoderam o futebol brasileiro, e valoriza ainda mais os craques que estão atuando fora, tudo favorecendo os países ricos. Além do mais, o futebol é uma importante expressão cultural do brasileiro, nasceu na Inglaterra (querem que assim seja), mas no Brasil encontrou o terreno mais própício para a sua prática e crescimento. Somos um imenso país, por isso, os campeonatos estaduais e regionais devem ser apoiados e incentivados. O futebol brasileiro forma jogadores nos nossos clubes de futebol espalhados em todo o Brasil, onde há campeonatos de futebol, também enfraquecidos e desvalorizados, sem o devido apoio. Em resumo, diria o futebol brasileiro carece de arrumação, no sentido de preservar e valorizar jogadores no país, para atuar na nossa seleção. Outro grande problema do futebol brasileiro é a monopolização de mídia, da imagem,  muitas das competições numa mesma emissora, no caso a Rede Globo, para vender as competições nos canais fechados da TV. Abrir esse mercado favoreceria a todos, inclusive os clubes de futebol. Fechando diria, que tirando 2014 que foi um triste acidente de percurso misturado com incompetência, nos demais tudo normal de futebol (mesmo 1950). Este ano, nossa desclassificação nas oitavas ocorreu o corriqueiro  de futebol, o famoso quem não faz leva, mas não jogamos mal, tentamos, e muito, vencer. Sem esse ridículo como fizeram com o pobre do Barbosa, à sua época um dos maiores goalkeepers do mundo, como se dizia, querendo culpados da derrota. Futebol é um esporte coletivo, todos perdem e todos ganham.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador