Toffoli critica excessos e defende “parâmetros de conduta” de juízes nas redes sociais

"Nós vivemos um momento de ataque às instituições, de tentativa de desmontar o valor da universalidade, da pluralidade e da democracia"

Jornal GGN – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou que vivemos “um momento mundial de ataque às instituições”, durante um seminário sobre direito e democracia na manhã de hoje (07), e defendeu a criação de um grupo de trabalho no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para debater o uso das redes sociais.

“Nós vivemos um momento, o que não é uma especificidade do Brasil. É um momento mundial de ataque às instituições. De tentativa de desmontar aquilo que foi criado no pós-Segunda Guerra: o valor da universalidade, o valor da pluralidade e o valor da democracia como algo que é o caminho a seguir para se fazer uma sociedade melhor”, disse.

O ministro, que preside também o CNJ, negou que a criação desse grupo de trabalho, a exemplo das críticas que foram proferidas contra a investigação no Supremo sobre ataques e ofensas a ministros, tampouco representa uma “censura” ou “mordaça”.

“Nós estamos vivendo um momento em que os nacionalismos, os preconceitos, os rancores e o medo que leva o ao ódio passam a integrar a sociedade”, continuou, durante o enveto da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), em Brasília.

Na sua linha de defesa, Toffoli disse que é preciso “ter muito cuidado com as tentativas de excessos que são cometidos, às vezes dentro das nossas próprias instituições”, que busca, segundo ele, “implementar o medo e a partir do medo criar o ódio, e a partir do ódio desestruturar os tecidos sociais necessários para o desenvolvimento de um país”.

Entre estes “excessos”, o ministro exemplificou com manifestações da própria magistratura, por parte de juízes, nas redes sociais. Defendeu a necessidade de “parâmetros de conduta”.

“Nós, enquanto instituições, temos que ter nossos parâmetros de conduta. Isso não significa mordaça, isso não significa censura, isso significa defesa das nossas carreiras, isso significa defesa das nossas instituições. Os juízes não podem ter desejo. O seu desejo é cumprir a Constituição e as leis”, lembrou.

Para o restabelecimento da credibilidade das instituições e do Judiciário, Dias Toffoli defendeu a união dos membros da carreira contra as chamadas “fofocas” e “intrigas”. “Nós temos que estar unidos mostrando a importância que é um estado democrático de direito, e não nos deixarmos abalar por intrigas, por fofocas e por um ou outro fato isolado que destoa.”

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. aquela desembargadora assumidamente miliciana do rio é o exemplo mais patético. E ela não só fala como faz, pois uma de suas sentenças foi justo para beneficiá-los

  2. Note a ironia. Depois que perdoou o crime cometido pelo vagabundo Sérgio Moro quando ele era juiz (refiro-me ao grampo ilegal de Dilma Rousseff) o presidente do STF nem se dá mais ao trabalho de exigir que os juízes respeitem a Lei Orgânica da Magistratura dentro dos Fóruns.

  3. Quem dorme com criança, amanece mijado.
    Esse molequino querendo “por ordem” no tribunal quando ele mesmo não respeita nem leis nem constituição.
    Deve ser constrangedor ser presidido por esse magistrado de ” notável saber jurídico.”

  4. Dias Toffoli ainda não reconheceu que o famoso “com o Supremo, com tudo”, proferido pelo então senador de Roraima, e confirmado pelas decisões do Supremo desde então, contribuiu para rasgar a Constituição de 1988, e com ela veio abaixo toda a legislação infraconstitucional, destruindo o que ele chama agora de excessos e que visa a destruição do “valor da universalidade, o valor da pluralidade e o valor da democracia como algo que é o caminho a seguir para se fazer uma sociedade melhor”. O cinismo e a hipocrisia de Toffoli nesse discurso raso revela, de novo, toda sua desfaçatez – porque agiu da mesma forma que agora acusa àqueles a quem destinou suas (novas?) críticas. Quando recursos ao Supremo envolviam o presidente Lula, a quem tudo foi negado, ainda que explícito na Constituição, no Código Penal e Código de Processo Penal, Toffoli foi autor de algumas barbaridades que ofenderam a universalidade, a pluralidade e a democracia – agora sob ameaças, quando a barbárie chegou às portas do Supremo, segundo um parcial Toffoli – e toda essa trama golpista e conspiratória contra o Estado de Direito foi aplaudida pelo mesmo STF. Acorda, Toffoli, nem todos são desmemoriados.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador