Bolsonaro deve reconduzir Dodge à chefia da procuradoria-geral da República

Dodge não concorrerá à eleição para a lista tríplice, mas estaria trabalhando por fora para ser reconduzida ao cargo; Com a decisão, Bolsonaro estaria tentando reduzir desgaste político

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro deve reconduzir a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao cargo que hoje ocupa. É isso que mostra apuração de matéria da Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira (23).

O mandato, de dois anos, de Dodge termina em setembro. Quem tem o poder de indicar o chefe da PGR é o presidente da República. Entretanto, o nome passa pela aprovação do Senado, após uma sabatina.

A partir de 2003, os presidentes do país passaram a indicar nomes postos na lista tríplice, votada por membros da categoria em eleição promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Bolsonaro não é obrigado a escolher o novo comandante da PGR por esse mecanismo, entretanto, a lista passou a ser defendida pela categoria como uma forma de escolha democrática, logo, decidir por alguém de fora da lista aumentaria ainda mais o desgaste político do presidente. Isso pode ser evitado caso Bolsonaro decida pela recondução de Dodge que, de quebra, não correria o risco de ver sua indicação barraca pelo Senado, uma vez que Dodge já foi sabatinada.

A atual PGR não inscreveu seu nome para disputar a eleição da lista tríplice da NPR, o que não significa também que não esteja trabalhando para ficar mais dois anos no cargo.

“No início deste mês, segundo relatos feitos à Folha, Dodge recebeu uma sinalização da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que tem chances de ser indicada a um segundo mandato, o que levou simpatizantes da recondução a iniciarem uma articulação de bastidor pelo seu nome”, escrevem Gustavo Uribe e Reynaldo Turollo Jr, que assinam a matéria na Folha.

Os repórteres destacam ainda que o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Jorge Oliveira, é simpático a Dodge. Ele é um dos principais consultores jurídicos do presidente Bolsonaro e fez reuniões recentes com Dodge para tratar do fundo da Lava Jato.

Além disso, sua mulher, Viviane Oliveira, atual em uma assessoria da área cível subordinada ao gabinete de Dodge na PGR.

Na coluna desta quinta aqui no GGN, Luis Nassif ressalta ainda que há dois grupos em disputa pela sucessão da vaga na PGR: a Lava Jato, tendo Sérgio Moro como padrinho, e a própria Raquel.

Tanto Moro (como chefe da Polícia Federal) como Dodge têm como trunfo para oferecer as investigações sobre Flávio Bolsonaro e sobre o próprio presidente.

Para ler a coluna de Luis Nassif na íntegra, clique aqui.

Redação

3 Comentários

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  1. Pelo texto, pois, sendo ela reconduzida, com certeza, abafará toda e qualquer investigação contra os bolsonários… País de merrecas é isto.

  2. esse é o nome da permanencia do estado de exceção
    seletivo de sempre…..
    como tudo nesse país, pode ser pior,mas pior do que está,
    é difícil, é o diabo na rua no meio do redemoinho,
    como diria riobaldo no grande sertão veredas, do genial guiimarae rosa….
    que barda é essa de querer permanecer nesse regime de aloprados?

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