O último escândalo de evidências criminosas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o caso das joias sauditas, deve gerar consequências judiciais ao político e seu entorno em breve, com a conclusão das investigações pela Polícia Federal (PF). A avaliação é do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif, na TV GGN 20h desta quarta-feira (15).
Documentos apontam que uma comitiva do governo Bolsonaro tentou entrar de forma ilegal no país com um conjunto de joias Chopard, avaliado em R$16,5 milhões, em outubro de 2021. O suposto presente do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi apreendido pela Receita Federal, na Alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A partir disso, ministros e militares passaram a atuar para recuperar o material.
“Esse é o caso tecnicamente mais simples, porque ele comporta basicamente prova documental, prova pericial”, destacou Dino. “Pessoas que foram citadas e referidas estão sendo ouvidas, porque é um direito e a polícia federal cumpre – hoje – rigorosamente o que está no código de processo penal. Ou seja, não será uma investigação de anos e anos, nos próximos meses o caso será concluído e entregue ao Ministério Público e ao Poder Judiciário”, explicou o ministro.
Questionado por Nassif sobre a posição do governo saudita em relação à versão bolsonarista de que as joias milionárias foram um presente, Dino ainda destacou que uma das linhas de investigação da PF busca justamente esclarecer a questão.
Após o caso vir á tona, o suposto presente foi relacionado com negócios fechados pelo governo Bolsonaro com os países árabe, especialmente a venda pela metade do valor estimado da refinaria da Petrobras Landulpho Alves, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala Capital, ligado ao governo saudita.
“Há muitas linhas de investigação e eu não conheço todas, porque os inquéritos tramitam na Polícia Federal. Certamente, pela lógica, uma das linhas de investigação é de discernir o que é presente razoável e – portanto – admissível segundo as melhores práticas internacionais, daquilo que tem e pode ter outras motivações. É uma linha de investigação até comparativa, entre outros países e viagens, para identificar realmente se é usual que presentes de dezesseis milhões de reais sejam ofertados”, completou Dino.
Assista a entrevista na íntegra:
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