Ex-presidente do STJ pede investigação sobre vazamentos da Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: STJ/Divulgação
 
 
Jornal GGN – Ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Cesar Asfor Rocha enviou à procuradora-geral da República Raquel Dodge, na última semana, um pedido para que a Polícia Federal instaure um inquérito para apurar os vazamentos seletivos da Lava Jato.
 
Asfor foi alvo de um vazamento a partir do suposto acordo de delação de Antonio Palocci. A imprensa publicou que o ex-presidente da Corte teria recebido R$ 5 milhões para ajudar a enterrar as investigações da Castelo de Areia, segundo possíveis relatos de Palocci.
 
O ex-ministro tentou obter, pelas vias formais, a confirmação de que Palocci, de fato, disparou tais denúncias, mas sem nenhum sucesso. Decidiu, então, contratar o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira como advogado na causa e pressionar Dodge a fazer o que Rodrigo Janot nunca fez: investigar e coibir os vazamentos. 
 
Na reclamação, Asfor argumenta que independente do que Palocci tenha dito e se há verdade ou não nos relatos, o fato é que a lei determina que todo acordo de delação permaneça sob segredo de Justiça até que as autoridades decidam se as informações são fundamentadas o bastante para gerar um inquérito.
 
“Por todo o exposto, o noticiante pede e espera que Vossa Excelência, Chefe do Ministério Público Federal, requisite à Polícia Judiciária Federal, nos termos do art. 5°, II, do Código de Processo Penal, a instauração de inquérito policial para apurar materialidade e autoria do crime de violação de sigilo funcional”, diz o documento (em anexo abaixo).
 
A defesa de Asfor destacou que “basta a parcial transcrição das publicações acima mencionadas [reportagens sobre os vazamentos] para se constatar, em tese, a possibilidade de ter sido cometido crime de violação de sigilo funcional, definido no art. 325 do Código Penal, dentre os crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral”.
 
“Embora uma das reportagens citadas afirme que os procuradores guardam a sete chaves o acordo de colaboração premiada de Antonio Palocci, se ele de fato existir, a violação de seu sigilo é inconteste e a autoria de tal violação há de ser perquirida e oferecida denúncia contra os autores”, acrescentou.
 
“É, também, inquestionável que a eventual violação do sigilo aqui noticiada, mediante subsequente publicação nos meios de comunicação social, torna o noticiante vítima, eis que ofendido em sua honra”, indicou.
 
A manifestação à PGR foi obtida pelo portal Poder 360.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Mouro
    No país do moralismo

    Mouro

    No país do moralismo seletivo, o assassinato de reputações segue a mesma pratica !

    A quem devemos uma mídia tão venal?

    Abração

     

  2. Vazamentos da Lava Jato
    Enquanto os vazamentos atingiam as imagens de integrantes do PT e principalmente Lula e Dilma, ninguém se posicionou contra.

  3. No meu não.

    O caro ministro já tem um caso onde não precisa de investigação da PF.

    O vazamento da conversa da presidenta da república com Lula. Até o criminoso e o STF já admitiu o crime. E daí?

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