Jair e Flávio Bolsonaro exoneraram assessores dias antes de batida policial

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro exoneraram dois funcionários ligados a transações financeiras suspeitas analisadas Coaf apenas poucos dias antes da batida policial que ocorreu na Operação Furna na Onça, do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. O dado, divulgado pelo G1 no dia 7 passado e reafirmado em edição do El País desta terça (11), coloca em xeque parte da explicação de Flávio sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão em 2016 sem ter renda nem patrimônio compatíveis com os recursos.
 
À imprensa, Flávio admitiu que conhece Fabrício, seu ex-motorista e ex-segurança pessoal na Alerj, há pelo menos uma década. E disse também que foi Fabrício quem pediu a exoneração de seu gabinete em outubro passado, com a desculpa de que queria se dedicar à reforma da Polícia Militar – o ex-assessor é sargento da PM.
 
Mas Fabrício foi exonerado no dia 15 de outubro e, no mesmo dia, Jair Bolsonaro, coincidentemente, também mandou embora de seu gabinete a assessora parlamentar Nathália Melo de Queiroz, que é filha de Fabrício. 
 
Nathália trabalhava com o hoje presidente eleito desde dezembro de 2016. Antes disso, de 2007 a 2016, era funcionária de Flávio Bolsonaro.
 
Segundo o G1, o Coaf não deixou claro os recursos individuais transferidos entre Nathália e Fabrício na conta investigada, mas ao lado do nome dela aparece o valor de R$ 84 mil.
 
De acordo com o El País, a exoneração dos dois ex-assessores se deu 2 dias antes de a Procuradoria da República ingressar com os pedidos de prisão da Operação Furna da Onça. A batida policial que levou à prisão deputados da Assembleia do Rio e assessores ocorreu no dia 8 de novembro.
 
O GGN mostrou aqui que os assessores que foram presos na Furna da Onça movimentaram menos recursos do que Fabrício Queiroz, que foi poupado na operação porque Flávio Bolsonaro não foi delatado em esquema de mensalinho investigado pela Procuradoria.
 
Não está claro, segundo o El País desta terça (11), se o Ministério Público estadual investiga Fabrício e Nathália. Além deles, mais 5 assessores de Flávio Bolsonaro fizeram dinheiro transitar entre si, de acordo com informações de Veja.
 
O Ministério Público Federal tampouco confirma ou nega que o filho do presidente esteja ou venha a ser investigado pelo caso Coaf.
 
A Folha desta terça (11) acrescenta que a conta utilizada por Fabrício para movimentar os R$ 1,2 milhão em 2016 é considerada uma “conta de passagem”.
 
Nela, ele depositava dinheiro vivo e, dias depois ou no mesmo dia, sacava recursos em valores semelhantes. As operações de depósito e saque em espécie dificultam a investigação sobre a origem e destino dos valores.
 
Para o jornal, Fabrício pode ter sido o responsável por coletar e depositar na conta suspeita parte do salário dos outros funcionários de Flávio Bolsonaro na Alerj. O esquema é comum nos Legislativos estaduais e municipais, diz a Folha, e é ilícito, o que complicaria a situação do deputado estadual que ascenderá a senador em janeiro de 2019.
 
Nas movimentações de Fabrício consta ainda o repasse de R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro, que Jair afirma ter sido parte do pagamento por um empréstimo que ele fez ao ex-assessor, no total de R$ 40 mil.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Será que alguém os alertou?

    Será que alguém os alertou? Não, conspiração não existe no brasil. Este é o lugar onde as instituições funcionam perfeitamente., segundo os onze do supremo. E quem sou eu pra duvidar!!!!!

  2. por favor corrijam o texto:

    “Nela, alguém depositava dinheiro vivo e, dias depois ou no mesmo dia, Fabrício sacava recursos em valores semelhantes. As operações de depósito e saque em espécie dificultam a investigação sobre a origem e destino dos valores.”

     

    não faz sentido o próprio assessor depositar para depois sacar o dinheiro.

    1. O que não faz sentido é você

      O que não faz sentido é você não ter entendido algo tão óbvio que até um jumento entenderia sem nenhum esforço mental:

      “Nela, ALGUÉM DEPOSITAVA DINHEIRO VIVO e, dias depois ou no mesmo dia, Fabrício sacava recursos em valores semelhantes. As operações de depósito e saque em espécie dificultam a investigação sobre a origem e destino dos valores.”

      1. leia o texto original, e pense bem.

        “Nela, ELE DEPOSITAVA DINHEIRO VIVO,e, dias depois ou no mesmo dia, sacava recursos em valores semelhantes. As operações de depósito e saque em espécie dificultam a investigação sobre a origem e destino dos valores.”
        só consigo imaginar que o sujeito nesta frase é o próprio assessor cítrico financeiro

    2. O Frederico está correto.

             Ricardo Santos, leia novamente o texto do artigo e verá que o Frederico tem razão:

      “Nela, ELE depositava dinheiro vivo e, dias depois ou no mesmo dia, sacava recursos…”

              O trecho que você reproduziu como sendo claro foi aquele que o Frederico revisou e que torna a dinâmica do processo mais compreensível:

      “Nela, ALGUÉM depositava dinheiro vivo e, dias depois ou no mesmo dia, Fabrício sacava…”

      Um abraço.

    3. Frederico69, conta de

      Frederico69, conta de passagem é pra evitar flagra de entrega de dinheiro. O pagador faz o depósito numa agencia e o recebedor saca em outra. Pode ser o fabricio mesmo que recolhe o dinheiro e deposita, supondo que o cartão e senha está em posse do flávio que saca sem contato direto com pagadores.

  3. E se virem saques de conta de outros assessores “casadas” com

    os depósitos na conta do assessor do Flávio Bolsonaro, será que este tipo de suspeita ou prova servem às convicções do futuro ministro, ex-juiz e aprisionador daquele que venceria o “seu” governo no voto, caso a caça aos corruptos não fosse mero golpe propagandístico eleitoral?

  4. Se os Bolsas correrem, o Coaf os pega
    Se ficarem, o Coaf os come.
    Pobre Coaf: é atacado porque supostamente se manteve inerte nos últimos 13 anos e é igualmente atacado quando detecta maracutaias

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