Marco Aurélio Mello, um juiz contra o consenso

Enviado por Gilberto Cruvinel

Do blog do Paulo Moreira Leite 

Aula de Constituição e Democracia

Em entrevista, ministro do STF Marco Aurélio rejeita impeachment, critica Sérgio Moro e diz que Câmara de Deputados não poderia ter votado, pela segunda vez em 2015, emenda que autoriza financiado privado para partidos

Por Paulo Moreira Leite

No final da entrevista do ministro Marco Aurélio Mello ao Espaço Público, programa da TV Brasil exibido nesta terça-feira, tive a certeza de haver presenciado um depoimento histórico, em companhia dos também entrevistadores Florestan Fernandes Junior e Felipe Recondo.

Com a experiência de quem irá completar 25 anos de Supremo Tribunal Federal, a entrevista de Marco Aurélio foi uma aula de 58 minutos, construída a partir de argumentos lógicos e principios claros, na qual o ministro não perdeu a oportunidade de confirmar uma de suas afirmações favoritas, aquela que diz que “a coragem é a maior das virtudes.” Pela importância do entrevistado, pela relevância dos assuntos que abordou, seu depoimento tem a força de um fato político.

Sem perder-se em raciocínios rebuscados e terminologia incompreensível, que costumam atazanar aparições públicas de tantas autoridades do judiciário, Marco Aurélio falou com firmeza e segurança a respeito de temas atuais, de alta importância política. Perguntando sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ministro disse que não via fatos capazes de autorizar uma investigação da presidente. Sem deixar de manifestar a vontade de que possíveis irregularidades sejam investigadas e esclarecidas, Marco Aurélio deixou claro que duvidava das vantagens, para o país, enfrentar um segundo impeachment desde o retorno das eleições diretas, em 1989.

Uma semana depois que a Câmara aprovou a PEC que autoriza as contribuições de empresas privadas para partidos políticos, em segunda votação em 48 horas, o ministro não teve o menor receio de encarar o assunto, talvez o mais relevante daquela expressão (“reforma política”) que enganosamente dominou as conversas de Brasília nas últimas semanas.

Considerando que o artigo 60 da Constituição impede a reapresentação de uma emenda constitucional na mesma seção legislativa, o ministro lembrou um fato ululante, que sequer deveria ser discutido por pessoas sérias: a regra escrita na Constituição deve prevalecer acima de outras deliberações. Em outras palavras, a segunda votação sequer deveria ter acontecido e seu resultado não tem o menor valor legal.

É uma visão que dá uma perspectiva real de sucesso a uma solicitação de 64 deputados já apresentada ao STF, questionando a PEC do financiamento de campanhas, derrotada por uma diferença de 76 votos na primeira votação. Pela interpretação de Marco Aurélio, baseada em artigos redigidos de forma cartesiana pelos constituintes de 1988, os festejos do rolo compressor de Eduardo Cunha nessa matéria terão vida curta. (Ele também criticou a atitude de Gilmar Mendes em engavetar o voto sobre o tema por um longo período.

Lembrou que os pedidos de vistas devem servir para a reflexão do magistrado e incluir um período razoável de tempo — em vez de servir para tentativas de modificar uma situação politica desfavorável).

Em seu conjunto, a entrevista — que será reprisada neste domingo a partir das 23 horas — é uma oportunidade rara de compreender em profundidade um ponto de vista que se opõe a visão hegemônica que tem sido apoiada pela maioria dos meios de comunicação desde o julgamento da AP 470 e também sobre a Operação Lava Jato — onde é fácil enxergar atitudes que lembram um linchamento em praça pública, sem relação com o distanciamento e serenidade que devem acompanhar decisões civilizadas.

Entre seus onze pares no Supremo, Marco Aurélio é hoje o principal porta-voz do pensamento garantista, aquele que, sem deixar de reconhecer a relevância de punir o crime e os criminosos, coloca a defesa dos direitos e garantias individuais como principal obrigação de todo juiz.

Durante o regime militar, este pensamento denunciava os abusos — que incluíam a tortura — como técnica de interrogatório de prisioneiros. Nos dias de hoje, a defesa dos direitos individuais inclui a condenação de abusos — como longas prisões preventivas — destinadas a convencer prisioneiros a fazer delações que podem diminuir suas penas, num exercício que vários especialistas definem como tortura psicológica.

Em 2012, Marco Aurélio foi um aliado solidário de Ricardo Lewandovski em decisões relevantes, como a defesa do desmembramento do julgamento. Ontem, respondeu a várias questões sobre a AP 470, feitas pelos entrevistadores e também pelo público, através das redes sociais. O ministro demonstrou uma satisfação — difícil de disfarrçar — por sua postura na época, o que era inteiramente compreensível em minha opinião.

Se, em vez de rejeitar o desmembramento por 9 votos a 2, o Supremo tivesse aceito favorável aquela medida, poderia ter sido possível evitar o vergonhoso final com dois pesos e duas medidas — o julgamento dos réus ligados ao Partido dos Trabalhadores, condenados e recolhidos a Papuda para o cumprimento de suas penas, e os acusados ligados ao PSDB, que até agora sequer receberam uma primeira condenação.

A entrevista ao Espaço Público foi realizada dois meses depois que o ministro publicou um artigo chamado “Prender e Soltar”, no qual deixava claro seus questionamentos às longas prisões preventivas em vigor em nosso sistema prisional e também na Lava Jato. Ontem, respondendo a uma questão colocada pelo advogado Nelio Machado, Marco Aurélio fez críticas sempre respeitosas mas diretas ao juiz Sérgio Moro. Falando com a segurança de quem domina os próprios argumentos e estudou demoradamete o ponto de vista adversário, fez ressalvas às delações premiadas, lembrando que o depoimento de um co-réu mais pode ser visto como única prova para sustentar uma acusação criminal. Marco Aurélio deixou claro ter sérias dúvidas sobre o destino das acusações quando forem examinadas por tribunais superiores, inclusive pelo STF.

O ministro ainda lembrou um ponto de princípio do Estado de Direito, que determina a separação entre o trabalho de investigar, acusar e julgar, para deixar claro seu inconformismo com a supremacia do Ministério Público, que comanda a investigação e depois faz a acusação. Empregando o bom senso que alimenta boa parte de seus argumentos, Marco Aurélio recordou um aspecto óbvio: por mais bem intencionado que seja, o sujeito encarregado de montar uma acusação está condenado a dirigir uma investigação — que deveria ser neutra e isenta — para seus propósitos finais.

Claro que, na condição de apresentador do Espaço Público, sou suspeito para falar. Mas duvido que seja possível negar que Marco Aurélio Mello produziu 58 minutos imperdíveis sobre Direito, Justiça e Cidadania.

Redação

40 Comentários

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  1. Não precisa dizer mais

    Não precisa dizer mais nada.

     

    “Marco Aurélio rejeita impeachment, critica Sérgio Moro e diz que Câmara de Deputados não poderia ter votado, pela segunda vez em 2015, emenda que autoriza financiado privado para partidos.”

  2. O Brasil amadurece suas instituições

    Lenta e paulatinamente vamos nos tornando uma nação séria, sob o manto do Estado de Direito.

    O princípio da reserva legal e a atuação firme das cortes superiores para frear abusos e desvios dos tribunais inferiores irá produzir a segurança jurídica de que tanto precisamos.

    O STF dá os primeiros passos.

  3. Eu vi uma parte da entrevista

    Eu vi uma parte da entrevista e gostei do que vi.

    De fato, sua excelência, o ministro Marco Aurélio, foi extremamente claro. Enfrentou perguntas difícieis e “venenosas” dos entrevistadores ( bons entrevistadores). Em suma, foi uma aula, não apenas de  direito mas de como se dirigir aos “administrados” com clareza, respeito, sem arrogância, sem “juridiquês”, com a profundidade na medida certa( a meu juizo)  e não se afastando de seu dever de autoridade pública. Valorizou uma das principais instiuitções do país.

    Enfim, clap, clap, clap, para o Ministro e também para os entrevistadores.

     

  4. “que até agora sequer

    “que até agora sequer receberam uma primeira condenação.”

    O correto não seria: … que até agora sequer receberam um primeiro julgamento.

    Ou foram julgados e absolvidos, ou não foram julgados e, neste caso, não se pode afirmar que: “até agora sequer receberam uma primeira condenação”. Este tipo de lógica condenatória faz parte da turma: Mídia/PF/MPF/Juíz do Paraná; e é dirigida a determinados réus.

  5. Vergonha Alheia
    “Entre seus

    Vergonha Alheia

    “Entre seus onze pares no Supremo, Marco Aurélio é hoje o principal porta-voz do pensamento garantista, aquele que, sem deixar de reconhecer a relevância de punir o crime e os criminosos, coloca a defesa dos direitos e garantias individuais como principal obrigação de todo juiz.”

    O “garantista” que condenou José Dirceu sem provas.

    O “garantista” que tentou convencer o ministro Barroso a votar segundo a opinião publicada pelos jornalões. 

     

  6. Justiça

    Não sou afeito ao impoluto jurista, mas tenho que concordar com seus argumentos (desta vez) ponderados e bem fundamentados. “Se, em vez de rejeitar o desmembramento por 9 votos a 2, o Supremo tivesse aceito favorável aquela medida, poderia ter sido possível evitar o vergonhoso final com dois pesos e duas medidas — o julgamento dos réus ligados ao Partido dos Trabalhadores, condenados e recolhidos a Papuda para o cumprimento de suas penas, e os acusados ligados ao PSDB, que até agora sequer receberam uma primeira condenação.”.

  7. O Garantista
     “Segundo o

    O Garantista

     “Segundo o ministro Marco Aurélio, tivesse Delúbio Soares de Castro a desenvoltura intelectual e material a ele atribuída, certamente não seria apenas o tesoureiro do partido”.”Poupem-me desse desejo de atribuir a José Genoíno, com a história de vida que ele tem, tamanha ingenuidade”, disse, ainda, Marco Aurélio.”Dizer a essa altura que não há elementos para condenar José Genoíno é um passo demasiadamente largo”, concluiu. “

    “Os seis ministros que votaram pela condenação de Dirceu Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio entenderam que as provas demonstram que o ex-ministro de Estado participou, de fato, da articulação política para fechar o acordo com os partidos em troca de vantagens indevidas e chancelou os atos que se seguiram aos acordos: o repasse de dinheiro para deputados e políticos do PMDB, PP, PL (atual PR) e PTB, que compunham a base aliada.”

    http://direito-publico.jusbrasil.com.br/noticias/100119973/supremo-condena-jose-dirceu-genoino-e-delubio-soares

    Vergonha alheia. 

     

  8. O Garantista dos

    O Garantista dos Jornalões

    Gandra Martins: Dirceu foi condenado sem provas

     

    Dirceu, condenado sem provas
    O domínio do fato é novidade absoluta no Supremo. Nunca houve essa teoria. Foi inventada, tiraram de um autor alemão, mas também na Alemanha ela não é aplicada. E foi com base nela que condenaram José Dirceu como chefe de quadrilha [do mensalão]. Aliás, pela teoria do domínio do fato, o maior beneficiário era o presidente Lula, o que vale dizer que se trouxe a teoria pela metade.
    Embargos infringentes
    Eu me dou bem com o Zé, apesar de termos divergido sempre e muito. Não há provas contra ele. Nos embargos infringentes, o Dirceu dificilmente vai ser condenado pelo crime de quadrilha.
    A pressão da mídia
    O ministro Marco Aurélio [Mello] deu a entender, no voto dele [contra os embargos infringentes], que houve essa pressão.

    Julgamento político

    Pode ter alguma conotação política. Aliás o Marco Aurélio deu bem essa conotação. E o Gilmar também.

  9. Mas na hora de votar alguns

    Mas na hora de votar alguns assuntos ele esquece o seu notório saber, AP 470 é o maior exemplo.

    Há umas semanas ele elogiou o juiz Mouro pela sua atuação na lava jato, vai entender.

    O notório saber não significa que será utilizado na prática, vide Gilmar Mendes, que tem vários livros publicados e é saudado nos meios jurídicos como um profundo conhecedor.

    E no entanto …

  10. Esse MArco Aurélio Mello tem

    Esse MArco Aurélio Mello tem algum tipo de transtorno psiquiátrico que, provavelmente, é ativado a fatores relacionados aos fótons derivados de equipamentos de iluminação e cenografia. Dependendo da origem desses equipamentos e do disa, ele fala uma coisa (Prefiro Mil VEZES o excesso do que a inoperãncia); no outro dia critica o cara do excesso (Moro) que ele mesmo elogiara. É maluco essa P*.

    1. Esse sr. tem uma opinião para

      Esse sr. tem uma opinião para cada público a quem fala, como tratava-se de um programa da Rede Brasil, conduzido por PML, provavelmente visto por pessoas que tem opiniões diferentes da turba, ele adequou as opiniões à audiência, caso ao sair do estúdio fosse perguntado por um repórter da Globo sobre os mesmos assuntos, as respostas seriam outras, sempre com aquela vaselina que o caracteriza.

  11. Ele é contra o consenso?
     

    Ele é contra o consenso?

      Escrevo isso ,pra jornais, antes deste blog existir.

       Nunca fui levado a sério.

       E se bem analizado, o cara tem problemas clínicos e explico:

        Ele já deu habeas corpus contra tudo e todos e PROVAS.

        O cara, sem pesquisar, deve ter sido o ÚNICO voto contrário a maioria–sabia que seria notícia.

                 E isso aconteceu VÁRIAS vezes.

               Numa avaliação psiquiátrica ,não seria nem estafeta do S T F .

                (Conhecimento ele tem, mas seu superego anula)

  12. Hummm…

    primeiro o silêncio providencial da Globo (até a alavanca impitimá a jato virou coisa de poucos segundos no JN), Cunha vindo com a estória lúdica de desaprovar o impitimá, agora um defensor ferrenho dos Homens Bons desdizendo coisas que até disse dias atrás…

    Efeito quântico FIFA-FBI?

    Variáveis Ocultas Não Locais, defendidas por Niels Bohr na “briga” com Einstein sobre as peripécias do nosso mundo, fazendo das suas nas cabeças dessa gente?

    Vai saber…

    1. É Bem isso, André; a gente

      É Bem isso, André; a gente não sabe que entidade vai baixar naquele corpo no momento do voto Min. MAM tem que decidir, em cima da hora, se quer ser coxinha ou se quer ser juiz; juiz coxinha é pleonasmo…. O conflito é para poucos e , não sabemos pq, MAM é um dos que abre espaço para que uma entidade popular, legítima, traga o debate a plenário. Essa imprevisibilidade, talvez, seja  chance única  de  voz  em plenário.

  13. Talvez

    Talvez Marco Aurélio não tivesse visto direito como o Moro é realmente, ele errou em fazer elogios ao Moro e agora vendo a realidade muda de opinião, ainda bem que podemos mudar de opinião. Quanto de nós não fazemos isso? A frase diz  “A primeira impressão é a que fica” eu digo que “A última impressão é a que fica”

  14. Biruta dos ventos

    Não mais tarde que a semana passada ou retrasada, Marco Aurélio disse ao Globo que apreciava o juiz o Moro. Parece que o Ministro fala de acordo com o auditor. Mas muito bem, tanto melhor que mude de opinião. Espero que mantenha quando a porca torcer o rabo porque essa Lava-jato ainda vai dar o que falar.

  15.  
    “O juiz somente deve se

     

    “O juiz somente deve se pronunciar nos autos.”

    No caso do gilmar dantas, nós apoiamos o premissa acima,

    Agora que o primo do collor antecipa uma opinião sobre a votação esdruchula do cunha, nós aplaudimos???

    Qual será a dele?

    Será que ele vai deixar de se posicionar quando deste julgamento e se declarar  inapto?

    quem viver verá

    Genaro

  16. MAM

    Assisti e conclui que ele se encaixa perfeitamente na máxima do Odorico Paraguassu: ” Palavras são palavras nada mais que palavras”.

  17. resposta ao post “Marcos Aurélio Melo, um juiz contra…”
    Há 31 anos conheço essa que é a maior hipocrisia jurídica, a de que sempre haverá, não importa qual o crime, em que hipótese ou circunstância, um juiz, desembargador ou ministro, favorável à tese mais benéfica à bandidagem. Há outros nomes para isso: hipocrisia, cinismo, canalhice, sacanagem.
    E, óbvio, sempre haverá quem terá êxtases com essa condescendência dos julgadores, assim como em todos os segmentos da criminalidade, e especialmente aos alinhados a um governo ou agremiação política.
    O epílogo é: não importa que crimes tenham sido cometidos e provados, é melhor deixar como está. Ou seja: A lógica do absurdo.

  18. Marco Aurélio, um juiz contra o consenso

    Tudo que eu pude ver desta matéria é que Marco Aurélio sinalizou IMPUNIDADE à vista para aqueles que forem condenados na lava jato.

  19. Na real ele já preparou a

    Na real ele já preparou a cama para aliviar para os envolvidos na lava jatono supremo…quem viver verá!!!

    1. STF x JUIZ ALDO MORO

      Pela entrevista que li do minl Marco Aurelio Melo, sobre a operação lava jato, quando advogados recorrerem ao STF, vão ser todos anistiados ou receber penas rediculas. Esse nosso STF, é um orgão politico que vem atrapalhando tremendamente o combate a corrupção em nosso pais. São ministros escolhidos sem a menor competencia e ética, para julgar, são  nomeados pelo presidente da republica, em caracter totalmente politico, nunca pela competencia. São verdadeiros fantoches do sistema politico que está aí. Todo o trabalho exressante do Juis Aldo Moro vai se nulo, infeslizment.

  20. Insegurança e decepção – Coisas de incultos.

    Por mais que, dentro da educação rigorosa que recebi, me coloque sempre, como atento ouvinte de autoridades, não posso deixar de registrar minha contrariedade ao ver que tão extraordinários saberes são usados muito mais para encontrar soluções para os problemas dos que investiram contra os interesses do povo, da pátria ou da sociedade. Os doutos membros de nossa mais alta corte, pesquisam, estudam e aplicam, com todo o seu saber e competência e, sob a bandeira dos direitos humanos ou uso do pleno do direito de defesa, acabam privilegiando criminosos. Por que estes doutos senhores permitem que criminosos, muitos deles claramente culpados, possam eximir-se das penas que lhe seriam impostas caso fosse a justiça mais moral do que literal? Por que este apego doentio a fria letra da lei, já que em determinados momentos, em arroubos de pura vaidade, divergem e tergiversam a respeito de suas posições individuais?! Por que, arguindo imparcialidade, acabam por promover, em última análise, a impunidade que, até os mais toscos em termos intelectuais, como eu, sabem que estimula o crime e, menos raro, a sua reincidência? Será que o estudo os torna portadores de tão grande saber que abandonam o status de simples seres humanos?! Ao ver tantas discordâncias entre os senhores ministros e tantas posições pessoais sendo colocadas a desserviço das nossas esperanças (enquanto povo) não posso negar minha decepção com as mais altas cortes do nosso país. Estas palavras, me parece, deveriam dirigir-se, apenas a alguns advogados, altamente preparados deste país, que mais do que defender, com a sua competência, protegem, a custa de elevadíssimos honorários, (impagáveis por pessoas honestas), alguns dos maiores assaltantes da República. Alguns deles expoentes na profissão, mais do que respeitados nos meios jurídicos e que, graças a Deus, já  partiram! Quanto ao juíz Cesar Moro: Se o Brasil pudesse contar com mais alguns da sua estirpe, as coisas seriam menos discutidas, para a vaidosa exibição de saberes, e as leis e a justiça seriam mais respeitadas.

    1. Insegurança e Decepção – Coisas de Inculto.

      Quero parabenizar o autor  pela exposição desta postagem que muito fez sentir orgulho.  Vejo esta situação muito claramente e, evidentemente, fico preocupada com a impunidade que será aplicada aos envolvidos em corrupção que assola o País ultimamente,  os quais exirmir-se-ão das suas penas.  È lamentável!!!

      Ana Maria Longo

  21. Não acredito que perdi essa

    Não acredito que perdi essa entrevista e tenha que esperar até as 23h do domingo para ver a reprise.Não tenho a menor dúvida de que é histórica. Não sei se MAM é contra consensos;  é certo que não tem qq problema e, parece até curtir ser voto vencido. acredito que mais por estar disposto a não extrapolar o Direito e menos por marcar posição anti- consenso. Nos julgamentos midiáticos; ele é a chance das vítimas das empresas de comunição pq ele puxa a chance deEmbargos e iso não tem nada a ver com protelar decisões e sim, com, garantir ampla defesa.  Ministro MAM, pode parecer meio doido; pipa voada mesmo… mas acho que não é bem isso; parece que anda no limite entre afinidade ideológica e obrigação de magistrado. Passa por ” maluco” pq consegue decidir, apesar de convicções políticas, ao contrário de GM, que tenta adaptar o Direito a seus interesses; A verdade é que essa turma toda nasceu e foi criada, acreditando que o país estava aí para atender seus desejos; MAM  parece saber separar o que ele quer do que precisa fazer. Tô afinzona de ver essa entrevista; até pq os entrevistadores sabem o que tem que perguntar e vão perguntar e, o entrevistado é  sagaz, o suficiente para dar conta de uma entrevista com FFF, PML, FR e embromar com as imbecilidades dos entrevistadores da TV Aberta.

    1. Vindo de Marco Aurélio, não

      Vindo de Marco Aurélio, não espere nada decente, ele é o protótipo da malandragem carioca e brasiliense.

  22. Marco Aurelio Mello há muito

    Marco Aurelio Mello há muito perdeu qualquer credibilidade, não apenas pela falta de coerência de suas decisões mas principalmente pelo gosto que tem pelos holofotes. Desconheço algum julgamento relevante de que participou sobre o qual não tenha comentado nos jornais antes de proferir sua decisão. É de longe o mais midiático de todos os ministros do STF, mas por alguma estranha razão essa “qualidade”, tão criticada por muitos aqui para juizes de 1ª instância e mesmo para ex-colegas de tribunal como Joaquim Barbosa, é incensada para Mello.

    Pior: já deu mostras de que sua posição “contra o consenso” se baseia mais no próprio ego do que em lei e evidência. Quando indagado por jornalistas se reveria sua decisão de soltar o banqueiro bandido Cacciola, que havia fugido do país graças a um de seus infames HC’s, o ministro disse que mesmo que soubesse que o criminoso tinha meios e intenção de fugir ele ainda o soltaria e que não via problema nenhum nisso, pois tinha prerrogativa de fazê-lo e isso era o bastante.

    Em países sérios um ministro como MAM já teria sido censurado (pra não dizer defenestrado) pelos próprios colegas de tribunal. Como o Brasil ainda está longe de ser um país sério – e o STF é a maior prova disso -, ele continua a fazer escola com seus arroubos “garantistas” vazios enquanto protege diligentemente a turma do andar de cima, tal como a imensa maioria de seus colegas. Aliás, a única diferença entre Mello e Gilmar Mendes é que este pelo menos é discreto e coerente em suas decisões, e portanto um juiz muito melhor que ele. Exemplo disso é que Mendes nunca precisou fazer empulhação na mídia para justificar os HC’s que concedeu a Daniel Dantas. 

    1. Defender gilmar mendes? PUTZ

      Pô véi, defender gilmar mendes? Na minha opinião é ser advogado do diabo.

      O cara faz a maior chicana jurídico-política na ADI 4650, dá 2 HCs em menos de 48 horas ao banqueiro bandido, como diz Protógenes Queiroz , está absurdamente ocupando  vaga de ministro para jogar com a camisa 12 das elites e da mídia de esgôto e ainda tem advogado?

      O nefasto deveria DEVOLVER  toda grana que recebeu de salário da população brasileira e receber aquilo que o Jerome Walcke queria dar ao Brasil qdo.das construções dos estádio para a última copa.

      1. Nunca defendi Gilmar

        Nunca defendi Gilmar “Dantas”, muito pelo contrário. Sou provavelmente o comentarista que mais o criticou neste espaço, principalmente pela forma torpe e oportunista como atacou as instituições do país para enterrar a Operação Satiagraha e acabar com a carreira do delegado da PF Protógenes e do juiz De Sanctis. O que eu afirmo é que ele é melhor juiz que Marco Aurelio Mello, pois ambos defendem os mesmos picaretas mas Gilmar pelo menos é coerente em suas decisões e não fica posando de “independente” na mídia.

        Mas triste mesmo é notar que tudo o que Gilmar Dantas fez na Satiagraha é exatamente o mesmo que a maioria aqui defende que se faça com a Lava Jato: melar o processo, desmoralizar a PF e mandar o juiz ao ostracismo. Os advogados que defendem os réus desta operação são os mesmos daquela, como também é a mesma a arenga contra o “Estado totalitário” e “violador de direitos individuais”. A julgar pela histórica conivência do Judiciário brasileiro para com os crimes de colarinho branco, reforçada agora pelo interesse do partido no poder de proteger os seus, podemos esperar o mesmo desfecho para a Lava Jato. E MAM está apenas tentando justificar o injustificável como sempre.

  23. Nassif, nenhuma postagem

    Nassif, nenhuma postagem sobre a aberração que aprovaram no Rio de Janeiro, a lei que resulta em  aplicação de “multa” a quem portar “arma branca” vulgo facas, canivetes estiletes. Essa palhaçada só vai servir de instrumento de achaque da polícia ao cidadão comum. Ou esperam que toda vez que um cracudo for pego com uma faca de cozinha vai sacar 2,4 mil do bolso e quitar a dívida com o erário? Esperam razoabilidade subjetiva do aplicador da lei? Então Nassif, nada?

  24. Assassinato da menor Ana Lídia em festa regada à LSD

    Será que o priminho do Collor participou dessa também?  “Todas as vezes que as pessoas falam de Luiz Estevão é porque comentavam, em Brasília, que eu tinha um caso com o farsante. Eu não podia ter um caso com Luiz Estevão, até porque também se comentava em Brasília que ele e o playboy Collor de Mello eram envolvidos no assassinato e estupro de Ana Lídia. Por isso que eu não podia ter um caso com ele. Agora o problema é o seguinte, quando uma mulher tem coragem… E eu quero dizer ao Collor: ‘Não ouse pensar que eu tenho medo de você! Pode sangrar animais no altar de Satanás, eu não tenho medo de você nem de laranja…’”, disparou Heloísa, que já havia repudiado a decisão de Collor não debater, atitude considerada covarde por ela e pelo candidato Omar Coelho (DEM).

  25. Esse senhor adora aparecer …

    Protagonizou episodios lamentáveis durante o governo Lula, como aquela história do grampo sem audio, ao lado de Demostenes Torres e Gilmar Mendes. Foi a primeiro a dar entrevistas fazendo as acusações mais descabidas em relação a Lula e o PT. Ironicamente, acusando o partido de querer implantar um “estado policialesco” que hoje temos, não por causa do PT, mas por causa da falta de controle e de vergonha desse Judiciário. Também lembro muito bem do discurso de enrolação e abobrinhas que ele proferiu, durante quase 2 horas, como manobra para impedir que Celso de Melo desse seu voto final numa questão da AP 470, prorrogando a decisão para depois do recesso e permitindo que a midia exercesse sua habitual chantagem. Recordar é viver. Quando esse senhor passa a ser exemplo de moderação e Justiça, estamos  todos  fudidos. 

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