Moro diz ao STF que não investigou autoridades com foro privilegiado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por André Richter

Da Agência Brasil

O juiz federal Sergio Moro informou nesta segunda (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não investigou autoridades com foro privilegiado, como ministros e parlamentares. Os esclarecimentos constam de ofício no qual o juiz remeteu ao ministro Teori Zavascki seis processos que tratam de supostos desvios de dinheiro na construção da Usina Nuclear Angra 3, investigados na Operação Lava Jato. Ségio Moro cumpriu determinação do ministro, que suspendeu os processos.

Segundo Moro, todos os casos em que delatores citaram pessoas com prerrogariva de foro, as investigações foram conduzidas pelo Supremo. As investigações relacionadas à Usina de Angra 3 foram iniciadas a partir do depoimento de delação premiada de Dalton Avancini, ex-executivo da Camargo Correa e réu na Lava Jato. A força-tarefa de investigadores descobriu que os crimes ocorriam a partir do pagamento de propina de executivos da Andrade Gutierrez ao ex-presidente da estatal Othon Luiz Pinheiro da Silva.

“Esclareço ainda, quanto ao depoimento de Dalton Avancini, que, em relação aos acusados ou investigados na assim denominada Operação Lava Jato, sempre que, em alguma colaboração premiada, foi feita referência a autoridades com foro, o procedimento foi realizado perante o  procurador-geral da República e esta egrégia Suprema Corte, como foi o caso de Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Ricardo Ribeiro Pessoa e outros, e que, se isso não foi feito em relação à colaboração de Dalton Avancini, foi porque ele não revelou, na ocasião e perante este Juízo, a identidade de nenhuma autoridade com foro envolvida em crime”, informou Moro.

Na sexta-feira (2), Zavascki decidiu que todos os processos relacionados à 16ª fase da Lava Jato, na qual as suspeitas são investigadas, devem ser remetidos ao STF por causa da citação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) em depoimentos de delação premiada.

A decisão vale até que o ministro analise todo o conteúdo dos processos. Zavascki atendeu pedido de Flávio Barra, ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez e preso na Lava Jato. Segundo os advogados, as investigações não podem seguir com Moro, por haver menção a Lobão, que tem foro privilegiado e só pode ser processado pelo STF, e porque os supostos desvios na usina não estão relacionados com a Petrobras.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

15 Comentários

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  1. E o pirulito foi tirado da

    E o pirulito foi tirado da criança mimada e bajulada pelos holofotes da mídia… sérgio moro é a laranja cujo suco acre, todo dia extraído pela mídia comercial golpista, dá sinais de ter chegado ao fim. Òbviamente ele encontrará grande caixa de ressonância na ‘mídia amiga’, para divulgação das razões e explicações jurídicas que tem para ‘não  ter investigado pessoas com foro privilegiado’. O que nem moro nem a mídia admitirão é que o encarceramento do coordenador do programa nuclear brasileiro (vice-almirante da reserva e presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva) eram a “jóia da coroa” de que eles se orgulhavam perante o comando de Washington, a quem moro e o MP têm servido nessa trama sórdida.

  2. OUCH!  La vamos com os

    OUCH!  La vamos com os maneirismos virgulinos de novo!  Incrivel!  Porque eh que brasileiro eh o unico povo do mundo que nao sabe usar virgulas, gente??????

    ““Esclareço ainda, quanto ao depoimento de Dalton Avancini, que, em relação aos acusados ou investigados na assim denominada Operação Lava Jato, sempre que, em alguma colaboração premiada, foi feita referência a autoridades com foro, o procedimento foi realizado perante o  procurador-geral da República e esta egrégia Suprema Corte, como foi o caso de Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Ricardo Ribeiro Pessoa e outros, e que, se isso não foi feito em relação à colaboração de Dalton Avancini, foi porque ele não revelou, na ocasião e perante este Juízo, a identidade de nenhuma autoridade com foro envolvida em crime”, informou Moro”

    Isso nao eh pontuacao, eh maneirismo pra dar impressao que ele eh mais culto do que eh -so faltou um diki ou outro!

    So que eh mentira, ele eh somente tao culto quanto eh, e nao mais.  Quem eh mais culto do que eh sou eu(;)

    No mais, sem os maneirismos todos, o texto eh esse:

    ““Esclareço ainda quanto ao depoimento de Dalton Avancini, que em relação aos acusados ou investigados na assim denominada Operação Lava Jato, sempre que em alguma colaboração premiada foi feita referência a autoridades com foro o procedimento foi realizado perante o  procurador-geral da República e esta egrégia Suprema Corte, como foi o caso de Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Ricardo Ribeiro Pessoa e outros, e que se isso não foi feito em relação à colaboração de Dalton Avancini foi porque ele não revelou na ocasião e perante este Juízo a identidade de nenhuma autoridade com foro envolvida em crime”, informou Moro”

    Sim, Moro.  Todos esses casos foi assim.

    (Alguem quer comprar um quilo ou dois de antipatia de juiz?  A minha ta baratinha hoje, ta em oferta.)

    1. Calma…

      Cada vírgula assinala uma pausa necessária para o mentiroso reorganizar o pensamento e a narrativa sem cair em contradição insanável… 

  3. Cheguei a pensar em um
    Cheguei a pensar em um segundo momento( melhor, me forcei a ter fé) que Sérgio Moro fosse apenas um justiceiro com vontade genuína de se fazer cumprir a lei doesse a quem doesse.
    Mas, apesar da fé não costumeira em figuras do tipo, capitulei em face dos últimos artigos publicados aqui aliados a velha desconfiança.
    Esse sujeito e grande parte da operação não passam de bandidagem para pegar determinados bandidos e deliberadamente livrar a cara de alguns com o único objetivo de tirar um projeto político do poder.
    Costuma-se citar Maquiavel (os fins justificam os meios) assumindo que meios ilegais/imorais as vezes são necessários para alcançar determinados objetivos bons/morais. Não é o caso aqui: meios imorais/ilegais estão sendo usados para alcançar fins tão ou mais imorais/ilegais que os meios utilizados.
    Em suma, Sérgio Moro e sua trupe não passam de canalhas produzindo a maior canalhice dos últimos tempos que tem doído apenas na população mais simples pelo caos econômico gerado e em meia dúzia de peixes grandes não alinhados totalmente (nao totalmente pq sao os mesmos que financiam boa parte “do outro lado”) com os interesses que ele defende.

  4. Desde quando é função  de um

    Desde quando é função  de um Juiz “investigar”? Atentem bem para esse deslize do Dr. Moro. Simplesmente ele desnuda o caráter atípico (e põe “atípico” nisso) desse processo. Ao Poder Judiciário cabe JULGAR os contenciosos. Só em tempos medievos o magistrado também investigava. Foram os avanços civilizatórios que segregaram a função de julgar das demais envolvidos num processo. Alex de Tocqueville já dizia que o Judiciário é essencialmente reação. 

    Fossemos um país menos tomado pelas paixões e pelo ódio político tais aberrações não ocorreriam. Se ele afirma que não investigou os que possuíam foro privilegiado se supõe com razoável chance de acerto que investigou e investiga os demais indiciados. 

    Não tardará o dia em que historiadores ao se debruçarem sobre essa quadra da vida nacional a qualificarão como um hiato na racionalidade, no bom senso e na responsabilidade. 

     

    1. Prezado JB, ao ler seu

      Prezado JB, ao ler seu comentário voltei a ler a notícia. O texto entre aspas, do juiz, não fala em investigação. Isso consta é da redação dada pela Agência Brasil à matéria.

      Atenho-me ao que está escrito, atipicidades à parte, claro.

      1. Outro amigo já me chamara a

        Outro amigo já me chamara a atenção acerca disso. Não cancelo nem altero meu comentário porque se baseia em investigação não em stricto sensu, ou seja, o Juiz fazendo o papel de polícia. Não é isso. No caso, seria o magistrado indo além da sua função/papel que é o de julgar, ou sentido, investigação lato sensu. Manter distanciamento. 

        Pelo que sabe, está bem assentado que há, sim, uma “cooperação” acima do desejável entre as três partes: polícia-MP-Juiz. Aquele caso envolvendo a mulher e a cunhada do Vaccari é bem ilustrativo. 

  5. Moro diz ao STF que não investigou autoridades com foro privil..

    O SÉGIO MORO se fosse isento como quer que as pessoas acreditem, deveria se declarar impedido de investigar e julgar a OPERAÇÃO LAVA JATO simplesmente pela sua ligação politica e de sua esposa com o P$DB veja abaixo:

    FLÁVIO ARNS é aquele que foi do P$DB depois foi para PT (que inocentemente o acolheu) novamente VOLTOU para o P$DB, ENTENDI.

    Seu sobrinho MARLUS ARNS está ligado a Operação Lava Jato na PARTE BOA, o dinheiro (P$DB de NOVO), ENTENDI.

    O outro sobrinho de Flávio Arns, HENRIQUE ARNS de OLIVEIRA, é dono do Curso Luiz Carlos, de direito, ou seja, ele é PATRÃO do procurador da República DELTAN DALLAGNOL (coordenador da Operação Lava Jato), do juiz de direito SÉRGIO MORO (juiz da Operação Lava Jato), de POLICIAIS FEDERAIS da Operação Lava Jato e OUTROS PROCURADORES, agora eu ENTENDI.

  6. Juiz não tem poder para

    Juiz não tem poder para investigar. Isto cabe à polícia e ao ministério público, logo Moro não pode investigar nem autoridades com foro privilegiado nem qualquer outra pessoa. Se o fez cometeu falta grave.

    1. Muitas Irregularidades

      ANDRÉ

      Você tem dívidas de que Sérgio Moro cometeu irregularidades ?

      Ele é o “maestro” dessa “opereta política”: de um lado da banda estão os delegados aécistas da PF e do outro lado da banda os procuradores aécistas do MP. E nos bastidores, repercutindo dramaticamente,  as grandes caixas de ressonância da mídia golpista.

       

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