Moro suspende inquérito sobre bilhete da Odebrecht após problema com advogada

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – O juiz da Lava Jato Sérgio Moro determinou, nesta sexta-feira (17), a suspensão do inquérito que investiga o bilhete apreendido com o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, no qual a Polícia Federal entendeu que ele solicitava à defesa a destruição de provas que poderiam incriminá-lo na Operação.

“Comunique-se à autoridade policial (…) acerca da determinação de suspensão e ainda que novas questões relacionadas ao bilhete deverão, se for o caso, levado a este Juízo nos autos próprios”, escreveu Moro, alegando que o imbróglio com o bilhete nada tem a ver com os autos da Lava Jato. As informações são do jornal Estadão.

Um dia antes, a advogada Dora Cavalcanti, que representa a Odebrecht, denunciou, com apoio da OAB, que foi impedida de acompanhar Marcelo na audiência marcada para explicar o bilhete. Uma delegada da Polícia Federal ainda quis destituir Dora da defesa do empresário.

A OAB sustentou que a agente da Lava Jato cerceou o direito de defesa de Marcelo, além de ter presumido, erroneamente, que a advogada estaria envolvida na prática ilícita de destruição de provas.

A apreensão do bilhete que Marcelo diz ter escrito aos advogados no intuito de ajudar no embasamento de seu habeas corpus foi criticada pela defesa e juristas, que consideraram um abuso por parte da Polícia Federal.

Do Consultor Jurídico

PF impede advogada de acompanhar depoimento de Marcelo Odebrecht

A advogada Dora Cavalcanti Cordani foi nesta quinta-feira (16/7) impedida pela delegada da Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues, em Curitiba, de acompanhar o seu cliente, o empresário Marcelo Odebrecht, em depoimento no âmbito da operação ‘lava jato’.  Ela alegou que a advogada estaria impedida porque também seria ouvida no inquérito que apura suposta fraude processual.

Dora conta que a delegada, além de impedir o acompanhamento, quis constituir outro advogado que estava no local para realizar o depoimento. O depoimento do empresário, que estava previsto para hoje, foi adiado. Odebrecht falaria sobre o bilhete manuscrito, que foi entregue à defesa dele em 22 de junho, com a mensagem “destruir e-mail sondas”.

O bilhete foi interceptado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, copiado e incluído em procedimento judicial. A OAB afirma que houve desrespeito ao sigilo profissional de Dora Cavalcanti.

“Difícil saber qual absurdo é maior: intimar uma advogada a falar sobre fatos ínsitos ao exercício de sua profissão, fazê-lo em inquérito instaurado a partir da violação de prerrogativa profissional ou comunicá-la de surpresa, na hora do depoimento. Ou ainda impedi-la de acompanhar a oitiva de seu próprio cliente”, comentou a advogada.

Dora conta que, após o ocorrido, o delegado da PF Luciano Flores disse em entrevista que na sexta-feira será definido se ela é suspeita ou testemunha no inquérito, já qu era destinatária e manuseou o bilhete. Dora alega que não estava em Curitiba quando o bilhete foi entregue aos advogados.

A Procuradoria Nacional de Defesa das Prerrogativas da OAB se manifestou nesta quinta-feira (16/7), em nota, e criticou o impedimento da advogada em acompanhar o seu cliente na realização do depoimento.  “O cidadão possui o direito de escolher livremente o seu patrono, não cabendo às autoridades policiais ou judiciais impor restrição a tal liberdade”, disse o procurador de prerrogativas, Pedro Paulo Guerra Medeiros. 

A nota diz também que não há qualquer regra no direito brasileiro que atribua a uma autoridade o poder de vedar o exercício profissional do advogado pelo fato dele ser investigado porque vigora no Brasil o princípio constitucional da presunção de inocência. E também afirma que só a OAB pode decidir pela suspensão do exercício profissional por falta disciplinar. “E assim o é justamente para que autoridades não possam diminuir a importância da defesa. A investigação e a denúncia são tão importantes quanto a defesa para um processo justo”, afirma.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. MORANDO E ANDANDO

    MORO volta atrás ao reconhecer dentre várias, a 2ª  MORADA que fez.

    Era uma boa hora do nosso ministro CAGÃO questionar e punir com  afastamento, os delegados envolvidos nessa tentativa de cerciamento de DEFESA.

     

  2. ” i si”
    E se os envolvidos

    ” i si”

    E se os envolvidos fossem petistas ?

    ////////

    A advogada ameaçou levar o caso à OEA.

    Tem gente que só perde o juizo quando bebe.

  3. Agora é tarde. Advogada

    Agora é tarde. Advogada impedida de acompanhar o depoimento do seu cliente? Mais um tópico para a lista de motivos para a anulação da Lava Jato.

    Até o Tio Rei vem falando mal dessa investigação.

    1. Sabe o que é pior,

      Sabe o que é pior, “advogados” defendendo a delegada e malhando a advogada impedida de exercer sua profissão. No consultor jurídico tem os que estão a prejulgar a advogada e ainda aqueles que,absurdo dos absurdos,  a acusam de mula. Gente, totalmente sem noção dos principios mais comezinhos do direito. Mas como sabem que podem  sofrer um processo por calunia os covardes  não se idenitificam. A esses “advogados” um conselho, abandonem a profissão. Os senhores não são vocacionados para a profissão que um Sobral Pinto honrou. Rasguem o diploma.

      Com “advogados” desses  que desconhecem as prerrogativas  mais básicas da advocacia,  o cliente está perdido, melhor uma boa morte.

    2. Perderam Malandros! QuaQuaQua!!!

      Caiu também do cavalo. Pobre diabo!

      A mídia inteira atiravam no que se via e acertaram em quem não queriam. Agora estão com medo! São covardes como o Cunha e Álvaro.

      Cutucaram!! E quanto mais mexe mais a lama chega às botas da mídia e os 250 piões estão correndo em desesperação em defesa do Cunha para a canoa não furar e se fura será  homens ao mar e cada um nadando por si. Aécio e FHC estão calados por que são cumplice e apoiavam o Cunha nos bastidores e a direita igualmente. A banda de traz ja se afastou e qualquer hora os soldados do Cunha retrocedem e desertam ai será chama de amigo. As igrejas estão em silencio mortal. Os cinco milhões foram para o Baiano, PMDB na cabeça e os outros cinco milhões só para Cunha? Há! Quantos das igrejas levaram e foram eleitos deste dinheiro, é apropriado depositar nesta fotografia a imagem da bancada da igreja com Cunha.

  4. Tornozeleira na tal delegada

    Estão se dando mal com a Odebrecht. Com certeza será o início do fim deste circo midiático promovido por uma PF atabalhoada junto ao juiz de 1a instância que já não sabe mais o que determina.

    Estão completamente perdidos..

  5. Tornozeleira na tal delegada

    Estão se dando mal com a Odebrecht. Com certeza será o início do fim deste circo midiático promovido por uma PF atabalhoada junto ao juiz de 1a instância que já não sabe mais o que determina.

    Estão completamente perdidos..

  6. O cara eh tao analfabeto que

    O cara eh tao analfabeto que nao conhece lingua nenhuma alem do portugues e nao sabe que a mesma palavra “destruir” tambem eh usada em varios idiomas pra dizer a mesmissima coisa DENTRO DESSE CONTEXTO advocaticio…

    Destrui o juizoide agora ou tem espaco pra mais?  Entao ta:  ele ainda eh feio e bobo.

    Funcionou?

  7. “Comunique-se à autoridade

    “Comunique-se à autoridade policial (…) acerca da determinação de suspensão e ainda que novas questões relacionadas ao bilhete deverão, se for o caso, levado a este Juízo nos autos próprios”

    Acredito que o texto acima não seja fiel ao que o juiz escreveu, uma vez que pegaria muito mal ele ter escrito algo tão capenga, com erros de concordância em gênero e número,faltando o ser e acho estranho alguem dizer que vai levar algo a este Juizo, a este a gente não leva, a gente traz. Afinal, todos sabemos como são dificeis os exames para a magistratura e ele teria sido certamente reprovado se escrevesse assim.

     

  8. “Comunique-se à autoridade

    “Comunique-se à autoridade policial (…) acerca da determinação de suspensão e ainda que novas questões relacionadas ao bilhete deverão, se for o caso, levado a este Juízo nos autos próprios”

    Acredito que o texto acima não seja fiel ao que o juiz escreveu, uma vez que pegaria muito mal ele ter escrito algo tão capenga, com erros de concordância em gênero e número,faltando o ser e acho estranho alguem dizer que vai levar algo a este Juizo, a este a gente não leva, a gente traz. Afinal, todos sabemos como são dificeis os exames para a magistratura e ele teria sido certamente reprovado se escrevesse assim.

     

  9. Taí o estado policial que

    Taí o estado policial que tanto o Gilmar Mendes comenta. Pela frouxidão do governo e seu ministro de merda que deixa a PF fazer o que bem entende a margem do direito. As vezes eu acho que é de propósito para quando essa onda passar todos os processos serem anulados por abuso de poder.

    1. É a estratégia do lutador

      É a estratégia do lutador portugues que deixou-se nocautear para enganar o adversário que o achava um bom oponente????

  10. A tática desse conluio

    A tática desse conluio midiático-penl que se baseia no Direito Penal do Inimigo é obstruir a defesa para que esta seja subistuida por uma equipe sob controle de Moro, por exemplo a  advogada Catta Preta, rainha da delação premiada. Isso  nào éPider Judiciario e sim Poder  Delator e, como tal, nào querem saber da verdade dos fatos mas tão somente atingir seus objetivos que, muito bem sabemos, não é a justiça justa, ou seja, aquela baseada em fatos e não com base na fala de delatores que, bem premiados, sabem que para serem beneficiados, tem que dizer o que o juiz tucano quer ouvir.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador