Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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O recurso de hoje é o da História, por Ion de Andrade

O recurso de hoje é o da História

por Ion de Andrade

Os desembargadores do TRF4 já sabem que quando adentrarem nas salas do Tribunal, serão juízes de Lula e réus da História, que tem ali também um recurso a ser julgado.

A História também já tem um veredito firmado sobre o caso. Não fosse assim a mídia internacional não estaria presente, os juristas não teriam se mobilizado nacional e internacionalmente, os diversos ex-presidentes de república de países estrangeiros não teriam prestado solidariedade irrestrita a Lula, nem os grandes nomes de todas as áreas estariam mobilizados. Sobretudo, não fosse assim o povo brasileiro não teria acorrido de todo o país para estar presente. Claramente a sentença da História é pela absolvição de Lula e foi ela, soberana, quem convocou a todos, pois o que se desenrola em Porto Alegre é a entrada do Brasil na História Universal, como entrou a Índia com Gandhi. O recurso da História, que com o seu veredito negado atrai multidões, só está sendo julgado no TRF4 porque o Juiz Sérgio Moro resolveu condenar Lula. 

Por força disso, o julgamento de Lula se tornou o marco zero da refundação do Brasil. É o reemergir de um líder que o destino teima em repor e repor e repor à frente do povo. O homem de quem muito foi exigido e que continua de pé como um touro. O herói dos pobres a quem os ricos prometeram sacrifício. Uma história imorredoura, que possivelmente não teria de vontade própria escolhido para si, uma história contada em muitas línguas e vivida por outros personagens, notórios: Gandhi, Mandela, Luther King… A trama macabra contra a lenda triunfante, numa cidade cujo nome anuncia a chegada: Porto Alegre. Muitos dos relatos dos que estão por lá são de felicidade! Como seria possível num encontro fúnebre? A mensagem é outra. O julgamento do TRF4 é que se tornou, para além dele, uma oportunidade cívica para o grande encontro da nação com ela mesma. O povo venceu e encontrará os caminhos para materializar essa vitória, com mais democracia e justiça social.

O veredito da História é o da absolvição e o mundo inteiro já entendeu o que está ocorrendo. O arquétipo do inocente sacrificado é forte demais na psiquê humana para que não seja inteligível para todos, independentemente de quantos anos tenha de escola ou da sua nacionalidade. É marca de fogo na memória coletiva. Mas Lula é o homem dos doze trabalhos, não é o mártir. Queriam Spartacus, mas encontraram Hércules.

Não senhores desembargadores a História não os esquecerá!

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

3 Comentários

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  1. Jogo de cartas marcadas

    Ontem eu disse que o que seria decidido hoje era o futuro político do Lula,  não seu passado criminal, até porque não há provas dos crimes pelos quais o Lula foi condenado, havendo apenas convicções. Hoje o Relator do Processo de linchamento no qual o Lula figura no pólo passivo confessou a minhão previsão:

    “Não serão considerados fatos pregressos da vida dos réus”.

    Como assim, Cara Pálida? Por acaso, os fatos criminosos atribuídos ao Lula não foram supostamente praticados em sua vida pregressa? Se sim, porque esses fatos não serão considerados?

    Como não há provas dos crimes atribuídos ao Lula e pelos quais ele foi condenado, só resta ao Desembargador considerar fatos da vida futura do Lula.

    Condenar requer menos esforço mental do que pensar.

     

  2. Lula Capitulou

    Infelizmente Lula com a declaração de que ” qualquer que seja o resultado temos muito tempo para revertermos essa setença” após as conclusões do voto do Gebran, mostra que suas forças físicas e mentais esgotaram-se, chegaram ao seu limte.É de se entender, é compreensível que um ser humano face a tamanha pressão psicológica e física uma hora não resista mais. O problema é que o final da frase “que há muito tempo para reverter essa condenação” é uma utopia. Isso não tem a mínima chance de acontecer. Isso nada mais é do que a repetição do enredo do filme do impeachment da Dilma Roussef. Não há volta. Os canalhas assumiram o poder e ponto final. lamentos da esquerda, promessas e juras não mudarão o golpe. Não adianta palavras nem discursos inflamados. Assumamos todos que somos incapazes de uma reação forte e objetiva.

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