O renascimento do CNMP

No julgamento do caso O'Reilly, o CNMP deu o primeiro passo para exercer, de fato, seu papel de moderador dos abusos

Um dos grandes desafios institucionais será o combate à partidarização de promotores estaduais. Em várias cidades – como São João da Boa Vista e Poços de Caldas – há um pacto político com a prefeitura, fechando os olhos aos malfeitos da administração e atacando os adversários, sob a complacência dos Ministérios Públicos Estaduais.

No julgamento de ontem, o Conselho Nacional do Ministério Público deu o primeiro passo para exercer, de fato, seu papel de moderador dos abusos, ao julgar e tomar decisões severas contra o promotor Nelson O’Reilly, de São João da Boa Vista.

Um dos momentos de impacto da julgamento foi a apresentação da advogada Hellen Cristina, vítima há muitos anos de perseguição implacável do promotor. No momento da acusação, ela pediu a palavra e falou por alguns minutos.

Aos poucos, à medida em que o esquema político armado vai sendo desmontado, vão aparecendo outras provas de sua atuação. O CNMP tomou a decisão de enviar a São João outra equipe para levantar mais dados sobre as acusações não incluídas na primeira correição.

Daqui para frente, há a esperança de uma atuação firme, em um momento em que o crime organizado passa a se valer de empresas de terceirização e quarteirização para contratos com prefeituras.

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Redação

2 Comentários

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  1. Aqui na Bahia já virou lenda desembargadores do Tribunal de Justiça venderem sentenças.
    Isso aconteceu por quase toda a vida. O CNMP não resolve esses casos, quem resolveria?
    Não é pontual, é sistemático.
    Outros Tribunais de Justiça de outros Estados, tem escândalos do mesmo jeito.

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