Otoni de Paula, que visitou irmãos de Arruda, já ameaçou receber militantes petistas “à bala”

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Deputado bolsonarista visitou irmãos de Marcelo Arruda; filho de guarda municipal alerta para uso eleitoral da morte do pai

Deputado Otoni de Paula (MDB) – Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

O deputado federal Otoni de Paula (MDB), que se reuniu com irmãos do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado por um bolsonarista no último final de semana no Paraná, já ameaçou receber militantes petistas “à bala”.

A declaração foi uma resposta do deputado a uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que fosse um feito um mapeamento dos endereços dos parlamentares, e assim sindicalistas e militantes poderiam pressioná-los com demandas.

“O Lula ladrão tem agora um método para que esta Casa se curve aos seus interesses. E qual é o novo método? Pegar os seus quadrilheiros e dar o endereço dos deputados, para que os sindicalistas possam ir na nossa casa”, disse o deputado.

“Ele disse assim: ‘Não vai só na casa não, vai conversar com a mulher do deputado, com o filho do deputado’”, afirmou Otoni. “Eu quero dizer para vagabundos igual a Lula: Não atravesse a escola dos meus filhos, nem pense em visitar minha esposa. Ir lá em casa então, inimaginável. Lá no Rio de Janeiro a gente tem um método de tratar bandido, isso é no Rio, é na bala.”

Pastor faz ponte com família

Pastor evangélico e integrante da bancada da bíblia, Otoni de Paula também foi alvo dos inquéritos que apuram disseminação de fake news e dos atos antidemocráticos, no Supremo Tribunal Federal.

E justamente Otoni foi escalado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para conversar com parentes que são apoiadores do presidente – por meio de uma ligação de vídeo, Bolsonaro tentou convencê-los a ir até Brasília para fazer pronunciamento à imprensa.

O argumento do presidente para a presença dos irmãos de Marcelo Arruda em Brasília seria o de que a “imprensa” estava tentando colocar a morte do guarda municipal em suas costas.

A presença desses parentes seria uma forma de Bolsonaro se proteger do impacto político causado por seus discursos, que frequentemente incitam a violência contra aqueles que se opõem às suas ideias.

Vale lembrar que Marcelo Arruda foi assassinado a tiros pelo guarda penitenciário Jorge da Rocha Guaranho, um apoiador declarado de Bolsonaro – e que invadiu a festa de aniversário de Arruda, que tinha como tema o PT e o ex-presidente Lula.

A escolha de Otoni chegou a ser questionada pela pré-campanha de Lula: o pastor Paulo Marcelo, que tem feito a ponte entre o ex-presidente e os líderes evangélicos, já acusou Otoni de disseminar discurso de ódio.

Uso eleitoral do assassinato

A viúva de Arruda, Pâmela, não foi procurada para tal encontro – deixando claro que Otoni e o presidente só aceitaram falar com a “ala bolsonarista” da família.

O filho do sindicalista assassinado, Leonardo Miranda de Arruda, não só afirmou que os representantes de Bolsonaro não procuraram nem a ele ou os demais familiares, como criticou o uso político da morte de seu pai pela campanha do presidente.

“Não foi feito nenhum contato comigo nem com os demais familiares. Foi feito, sim, um contato com os meus tios, a esposa do meu tio. A princípio era para ser algo mais sigiloso toda essa conversa e ganhou uma proporção muito rápida. […]”, disse Miranda em entrevista.

“Muitas pessoas ligadas ao presidente estão fazendo campanha através disso. Então, no fim das contas a gente só quer paz, que esse ódio todo acabe. A gente só quer justiça pelo meu pai,” afirmou o jovem.

Com informações de O Estado de S.Paulo e portal G1.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Esse deputado e outros políticos de baixo clero estão fazendo ameaças visando agradar eleitores bolsominions, na tentativa de se reeleger. Prestem atenção!

    Na prática são apenas barulhentos, tal e qual o cachorro vira latas que late, mas não morde.

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