PF apreende R$ 95 mil em casa de assessor e Yomura nega irregularidades

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Dinheiro apreendido pela Polícia Federal no apartamento do assessor do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) – Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – Alvo de Operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (05), o ministro do Trabalho, Helton Yomura, negou nesta quinta-feira (05) ter cometido irregularidades. Ele é apontado de participar de esquema de organização criminosa envolvendo processos de registros sindicais.
 
O afastamento de Yomura do posto ocorreu durante a 3ª fase da Operação Registro Espúrio, que nesta quinta cumpriu mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Brasília, na sede do Ministério do Trabalho e no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), aonde a Polícia Federal apreendeu R$ 5 mil em dinheiro vivo, e no apartamento de um assessor do parlamentar, aonde os investigadores encontraram R$ 95 mil em espécie.
 
O assessor de Marquezelli é Jonas Antunes Lima, e foi preso na Operação de hoje. A investigação aponta que políticos e servidores públicos cometeram fraudes na concessão de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho. Yomura foi indicado pelo PTB para manter o comando do partido na pasta, após a Justiça proibir a posse da deputada Cristiane Brasil, da mesma sigla.

 
As prisões, mandados e a suspensão de Yomura do cargo foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibindo, ainda, o então ministro de frequentar o gabinete e de manter contato com os demais investigados na apuração.
 
O então ministro não foi apenas a solução encontrada pelo PTB na pasta, mas é apontado como próximo de Cristiane e do pai da parlamentar, o presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson. Antes de assumir o comando, era secretário-executivo do Ministério, o número dois da pasta.
 
A defesa de Yomura emitiu comunicado, após os mandados da Justiça, afirmando que o ministro tem “a certeza de não ter cometido nenhum ato ilícito e que suas ações correspondem a uma política de valorização dos trabalhadores e das instituições”. “O ministro Helton Yomura, mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade”, informou.
 
Ainda, de acordo com a nota assinada pelos advogados de sua defesa, “o ministro do Trabalho, Helton Yomura, adotou rigorosas providências institucionais para a garantia do interesse público”, entre elas a “exoneração imediata de todos os servidores sob investigação, abertura de sindicância e processos administrativos para averiguação dos fatos e suspensão de todos os atos que pudessem provocar repercussões no âmbito da investigação”.
 
Após a repercussão negativa com a já então tentativa de nomear Cristiane Brasil, o mandatário Michel Temer deve agora retirar as indicações do PTB na pasta, nomeando outra pessoa que não tenha ligação com o partido. Temer já teria discutido com assessores e pessoas próximas, nesta quinta (05), nomes do substituto para o Ministério.
 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Os chamados blogues sujos é que protegem o país

    Vocês deveria fazer a campanha #estaodepenandoopais

    Globo, fsp, estadao, sbt, record, veja e outros da midia do golpe não falarão disto. Se houver matérias em cascata salientando isto será difícil esconder que há uma campanha falso-moralista e de evasão de divisas

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador