Racismo e justiça: as dúvidas sobre a culpa de jovem negra em assassinato de turista

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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“Espera-se que os procedimentos policiais sejam isentos, claros, técnicos e, principalmente, livres de qualquer mácula de racismo. Mas não está claro, pelo que lemos nos jornais”

Sugestão de Mara L. Baraúna

do Congresso em Foco

Dúvidas sobre a prisão da jovem negra no Ceará

Por Bajonas Teixeira de Brito Junior

Na semana que passou, todos puderam ver nos portais a história do garoto de 14 anos que, setenta anos depois de executado, foi julgado inocente por uma corte americana. Na foto viu-se uma criança desamparada, inteiramente acuada, olhando com espanto para a lente da máquina fotográfica. Para os contemporâneos, alimentados com o cereal do preconceito yankee, esse rosto era a prova cabal do crime. George Stinney foi na verdade assassinado pelo estado racista americano da época. No Brasil agora, após o crime brutal e barbaramente covarde que vitimou a turista italiana Gaia Molinari, vemos uma jovem negra ser acusada pelo ato. Ninguém está, evidentemente, a salvo de uma acusação. E, em princípio, não se descarta que ela possa ser a criminosa e deva ser punida por isso. Mas espera-se que os procedimentos policiais sejam isentos, claros, técnicos e, principalmente, livres de qualquer mácula de racismo. Mas não está claro, pelo que lemos nos jornais, que esse seja o caso.

Não se vislumbra motivos, nem qualquer vestígio no histórico da acusada, uma estudante de pós-graduação da UFRJ, interessada em questões raciais e sociais no Brasil, como mostra o seu perfil no facebook, que trouxesse ao menos uma sombra de possibilidade de que estivesse envolvida na execução de um crime brutal.  A única coisa que foge a rotina da classe média brasileira, é o fato de ser negra. Seria isso um crime?

Repetimos: de modo nenhum afirmamos que não há chance de a acusada ter estado envolvida no crime. Mas apenas que não se pode, julgando pelo que até agora a imprensa e as autoridades apresentaram ao público,  concluir que esteve e, menos ainda, que deveria ser presa. O que até agora se viu não mostrou qualquer fato relevante para justificar sua prisão para a opinião pública. A não ser que o fato de ser negra já baste, para uma opinião pública branca e racista, como prova de delito. O silêncio em torno dos pontos obscuros do assunto parece acenar para esta última hipótese.

1) O primeiro fato que chama a atenção é que não teria sido fácil à jovem negra realizar o ato do assassínio da italiana Gaia Molinari que está sendo atribuído a ela. As imagens do cadáver e os comentários da perícia indicam que foi empregada grande força física, com tal violência que o rosto da vítima terminou inteiramente desfigurado. Seria preciso alguém suficientemente forte para isso.  Ainda mais que para vencer a resistência da vítima, o criminoso foi ao ponto de estrangulá-la:

“De acordo com o laudo da Polícia Civil, divulgado na tarde de sexta-feira, a turista italiana Gaia Molinari foi morta por estrangulamento. Gaia sofreu vários golpes com objetos cortantes no corpo e no rosto antes de ser asfixiada.”

2) De modo nenhum é claro como uma jovem franzina teria a força necessária para efetuar tudo isso. Mas o caso se torna ainda menos verossímil quando se considera que houve luta corporal:

“De acordo com a Polícia, o corpo de Gaia apresentava também arranhões, reforçando indícios de que houve luta corporal. O subtenente Rodrigues afirmou já existir um ‘forte suspeito’, que é procurado. O caso será investigado pela Divisão de Homicídios.”

A expressão “forte suspeito” aqui tem que significar, também, que esse suspeito é um “suspeito forte”, fisicamente capaz de produzir os efeitos verificados. Segue daqui que, com quase 100% de certeza, teria que ser homem. Senão, com que força praticaria tal brutalidade? Mas um ponto tão significativo é deixado como um ponto cego, sequer tematizado  pela delegada.

3) A terceira consequência evidente de tudo isso é que, em havendo luta,  em havendo resistência, o que está provado pelos arranhões no corpo da vítima, nada, absolutamente nada, tenha sido dito relativo a alguma marca encontrada na jovem negra farmacêutica. Bastariam essas marcas de luta (arranhões, hematomas, luxações, etc.) no corpo da suspeita para que se tivesse uma prova contundente. Por isso, acreditamos que se elas existissem seriam prontamente reveladas pela delegada como prova final. Mas isso não ocorreu. Nada foi dito, o que faz com que permaneçam dúvidas sérias.

4) Houve uma corrida para divulgar a foto da jovem, mas não houve uma celeridade semelhante para justificar a prisão, apresentado ao público pelo menos uma das contradições apontadas pela delegada. Se, como diz a delegada, ela caiu em contradição “inúmeras vezes”, nada mais simples que pinçar as mais rotundas e apresenta-las ao público. E que não se venha com o argumento vazio de “segredo de justiça”. Na situação de massacrante violência aos direitos dos negros em que vivemos, é preciso começar esclarecendo a responsabilidade dessa prisão. É preciso responder por ele justificando sua necessidade. Os jornais trazem apenas menções a “inúmeras contradições”, mas sequer uma é apresentada.  Não basta escorar a afirmação de que constata-se “inúmeras contradições” em outra que fala em “vários indícios e depoimentos que apontaram para incontáveis contradições”. Isso são meras palavras, nada mais que palavras redundantes e tautológicas.

5) Não se entende porquê a jovem foi privada de toda comunicação, sequer conseguindocontato com a família. Como declarou a mãe em entrevista o seu celular encontra-se desligado. Presa e incomunicável? Por quê?

6) Não se escuta a voz, sequer o tênue sussurro, de um advogado que diga uma palavra em favor da jovem negra. O que parece indicar que não está sendo assistida, ou, se está, a situação é pior ainda uma vez que possui uma defesa jurídica que não se pronuncia, que não fala, que não contrapõe, portanto, que não defende e, sendo assim, que é cúmplice de quem acusa.

7) Nessa direção, é nauseante ver a impunidade das elites brancas no país, quando um cantor sertanejo branco com mais de 100 multas nas costas, acumuladas depois de matar no trânsito por bebedeira duas pessoas, é detido por embriaguez, tentativa de fuga e direção com a habilitação vencida desde maio de 2010, e é liberado após pagar uma fiança simbólica, fica difícil entender porque uma jovem negra é colocada incomunicável, quando não houve flagrante e estava fora das 24 horas convencionadas após o crime. A Justiça brasileira costuma, por acaso, ter dois pesos e duas medidas?

8) A delegada se expressa em termos preocupantes, numa linguagem infantilizada e não técnica lançando mão de palavras como “mentiras” (cuja validade é do âmbito moral, não do criminal), o que faz pensar que por essa via espera um efeito de cumplicidade de parte da população em apoio aos seus procedimentos. “Lá, quando ela foi chamada para ser reinquirida, ela não sustentou o que tinha dito inicialmente nem explicou o porquê dessas mentiras”.

Bem, Mirian França, a acusada, é pesquisadora da UFRJ na área de química, em nível de pós-graduação. Portanto, é uma mulher negra articulada. Será que teria tanta dificuldade para manter um discurso coerente e não cair em contradições? Ou será que sua contradição é a de contradizer a delegada nas acusações que essa assoma contra ela? Será que esse contradizer, que significa refutar as acusações, seria o principal motivador da sua prisão?  Tendo morado alguns meses em Natal, percebi lá na época uma forte prevenção contra os cariocas. Não sei se ela existe do mesmo modo no Ceará. Mas caso exista, não penso que ser mulher, negra, carioca, inteligente e independente, sejam credenciais que tenham favorecido a acusada.

9) a repercussão ganha a forma de show, e com claras violações dos corretos procedimentos policiais. Se lê por exemplo: “Um policial italiano está em Fortaleza para prestar apoio à polícia cearense”. Isso parece estranho, já que em princípio é uma interferência externa à soberania brasileira. E basta se perguntar o que italiano poderia saber sobre o Brasil, e o que daria a ele a capacidade de “prestar apoio à polícia cearense”, de exercer uma supervisão tutelar, para suspeitar que a condução do assunto está fora de controle. A não ser que, aceitando isso, o estado brasileiro declare tacitamente que ele, esse estado, é uma farsa. Nesse caso, temos que nos preocupar ainda mais com a jovem negra que caiu em suas garras.

10) Os jornais estão construindo uma versão, que, ao que parece, provém da própria lógica da Justiça do Ceará, essa que admite um policial italiano prestando apoio num país em que nem a língua ele conhece, em que, na ausência de fatos, se preenche os vazios com frases que já pressupõe acontecimentos. Assim, uma postagem da farmacêutica num fórum é apresentada como uma prova em matéria do G1: “Suspeita disse que estaria em Jericoacoara entre 18 e 31 de dezembro; crime ocorreu dia 24”. A narrativa constrói uma imaginária relação de inserção de causa num contexto que, ao contrário, não deixa espaço para isso. O fato de ter exposto seu itinerário e planos de viagem nas redes sociais mostra apenas que não há nada de suspeito. Ao menos até esse ponto. Mas a matéria, ao nos explicar que a “suspeita” disse que “estaria em Jericoacoara entre 18 e 31 de dezembro” e o crime “ocorreu dia 24”, essas frases ocas são usadas como se estabelecessem uma prova.

É interessante que no post a jovem busca companhia para a viagem. Penso que isso poderia se dever justamente ao risco que qualquer mulher corre ao viajar sozinha pelo país, mas, principalmente, em sendo negra. Certamente ela não previa o risco de uma acusação e uma prisão, mas isso também pode ser um. Sua postagem é de 13 de julho de 2014, o que mostra que planejava com bastante antecedência e responsabilidade a viagem.

O mesmo raciocínio por amalgama de identificações preconcebidas, que no fundo é apenas uma máquina de acionar preconceitos, se mostra ainda mais contundente na página do G1 Ceará.

Ora, por favor, que conexão existe entre uma coisa e outra: Por quê apresentar a manchete sobre ela buscando companhia na web em letras garrafais? Existe aqui, de fato, um esforço de indução do leitor. E isso, por si só, mostra um vácuo de fatos efetivos que atestassem a culpa da jovem farmacêutica negra, vai sendo preenchido com idiotices, apresentadas como descobertas. Tudo isso é muito eloquente sobre como a situação toda está sendo conduzida.

11) A afiliada da local da Globo está mobilizada para dar forma de show ao acontecimento. O trecho que citamos acima, referente a conversa da jovem em busca de informações sobre um albergue em Fortaleza, é apresentada como algo que foi descoberto e vem servir à elucidação do crime. Puro abuso semântico. E podemos ler nos créditos dessa imagem: Reprodução/TV Verdes Mares. Na mesma matéria do G1 aparece o momento de dar forma solene ás investigações tão pouco claras, como mostramos, com uma coletiva da imprensa em que figuram a delegada, e outras autoridades, entre elas o cônsul da Itália. Não se lê, contudo, nada de substancial que tivesse justificado essa coletiva. Ou foi a prisão da “suspeita” negra calibrado para dar lastro a essa exibição pública?

No pesadelo de uma acusação criminal, num interrogatório, uma pessoa pode se confundir. Ou mesmo, suas palavras podem ser confundidas e distorcidas, e se pode encontrar contradições que não existem. O acompanhamento de um advogado tem a finalidade de evitar justamente essas consequências perversas, que de tão repetidas levaram os estados modernos a garantir essa defesa para os acusados que não dispõem de um advogado. Se alguém fica nervoso e se confunde, cometendo erros que irá ruminar pela vida afora, às vezes com uma simples reunião social, com uma prova de vestibular, com uma entrevista de emprego, imagine-se diante de uma acusação de assassinato. As contradições podem acontecer sempre. Mas qual o seu teor? Essenciais, decisivas, ou em questões desprezíveis, tais como qual era a cor da armação dos óculos que X usava no momento? Só dando a conhecer ao público as tais “inúmeras contradições”, se poderá avaliar se elas justificam de fato a prisão. Por isso, é realmente de admirar que não sejam apresentadas à opinião pública as contradições que permitiram, ao que tudo indica, à delegada desvendar o crime. Isso é muito importante. Aliás, não é todo dia que um crime é desvendado através de contradições. Mesmos os criminosos mais despreparados não costumam cair em contradições. Por isso, é de espantar que uma jovem farmacêutica, se participou de um crime tão brutal, não tenha sabido inventar uma versão sustentável. Tanto mais que, ao que parece, nenhum objeto, pertence, ou o que seja, que a implicasse no crime, foi encontrado. Até agora vejo muito mais uma situação de abuso de poder que de necessidade real para as investigações.

Esse, me parece, que é um daqueles casos em que há interesse dos negros, de seus movimentos, seus coletivos, suas associações de mulheres, em acompanharem de perto os procedimentos empregados, e questionarem sempre que notarem a necessidade disso.  Amanhã, quase com certeza, o caso sairá da mídia, mas pode ser que a ‘suspeita’ continue na prisão.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

61 Comentários

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  1. Pelo que diz o texto

    Pelo que diz o texto de Bajonas Teixeira de Brito Junior, a versão policial sobre o assassinato é o exemplo perfeito de história mal contada.

    Esperamos que os jornalistas de verdade e as autoridades (autoridades, não “otoridades”) saibam agir para esclarecer de maneira definitiva, sem espaço para qualquer tipo de dúvida, esse crime. 

    1. “a versão policial sobre o

      “a versão policial sobre o assassinato é o exemplo perfeito de história mal contada”:

      E agora todo mundo consegue ver com os proprios olhos como palavra de delegado virou “palavra de delegado”.

      Sempre foi.  Eh que antes nao havia acesso nenhum a qualquer informacao.

  2. Questionamento pueril

    O texto todo demonstra um profundo desconhecimento dos procedimentos policiais e judiciários em investigação criminal. É uma imensa bobagem atribuir o decreto de prisão preventiva ao fato de a indiciada ser negra. Prisões preventivas só são decretadas se preenchidos os pressupostos de “suficientes indícios de autoria e materialidade”. Se há o decreto de prisão cautelar é porque esses pressupostos encontram-se presentes na representação da autoridade policial.

    Por outro lado, eu não consegui entender onde o autor quer chegar. Em um momento apresenta a indiciada como sendo de classe média, pós-graduanda em Universidade Federal, em outro como uma jovem negra ingênua e desassistida. Ou a indiciada é uma coisa ou outra, não tem como ser as duas ao mesmo tempo. 

    Pelo que li a respeito do caso, a investigação sempre afirmou que o crime foi obra de mais de uma pessoa. O que joga por terra as afirmações de que a indiciada não teria estrutura física para provocar os ferimentos sofridos pela vítima. O que torna mais rídicula a tese de que a existência de um forte suspeito implicaria em que se procura um suspeito forte. Essa foi demais até para a comum indigência intelectual que se verifica nesse tipo de manifesto militante.

    1. “investigação sempre afirmou

      “investigação sempre afirmou que o crime foi obra de mais de uma pessoa. O que joga por terra as afirmações de que a indiciada não teria estrutura física para provocar os ferimentos sofridos pela vítima”:

      Nao convence, sorry.  Se um policia aqui tentasse um raciocinio dele ele seria enxotado da investigacao.

    2. Como a banda toca

      Jorge,

      Percebo que você esqueceu, ou mesmo desconhece, o caso do italiano que foi preso em Brasília, por dar dois beijos na própria filha.

      Ele foi preso a partir do nada, e só foi solto de uma hora prá outra por ter ocorrido pressão de alguém, possivelmente do governo italiano, prá acabar com aquela palhaçada, e dali em diante aquele assunto sumiu, ninguém sabe ninguém viu.

      Quando se fala em liberdade expressão, taí um bom momento para vermos como a grande mídia agirá para cobrir o assunto.

      E proibir familiares de falar com a filha, o que é isto ? De acordo com o texto do post, me parece que não existe nada de concreto para justificar esta atitude, e se é isto mesmo, não passa de atitude boçal.

      Prá te ajudar a refletir, você teve conhecimento do estupro cometido pelo jovem “gente fina” em Santa Catarina, há uns anos ? Qual foi a consequência que o bonitão autor confesso sofreu ?

       

      Eu fiz uso de fatos concretos para mostrar como a banda toca por aqui, ou melhor, sempre tocou, por isto dispenso explicações em juridiquês.

       

    3. comentarista do UOL

      Na pagina do UOL é aonde encontra se o senso comum em que só as versoes oficiais é que valem sugiro que comente lá sei JORGE !

    4. Ilustre…

      A garota negra não foi presa em flagrante, como se sabe. E não há justificativa para medida cautelar de prisão preventiva. Iria ela fugir, prejudicar a colheita de provas ou cometer novos crimes? Que evidência há disto?  Ela é o oosto do Abdelmassif e este pode responder por seus crimes em liberdade e ainda assim fugiu.

      Que bobagem seu comentário, meu caro.

      1. Como ela seria presa em flagrante?

        O corpo da vítima foi descoberto na manhã seguinte ao crime.

        A questão aqui não é se a indiciada é classe média, pós-graduanda, com tudo que isso significa, ou uma jovem negra hipossuficiente, que parece ser a razão do texto. O fato de ela ser jovem e negra não a exclui do rol dos que podem cometer crimes bárbaros, como se bem sabe. Muito menos o fato de ser classe média e pós-graduanda. 

        A questão aqui é que um Juiz de Direito, que conhece muito bem a Constituição e o CPP, encontrou, na representação da autoridade policial, indícios suficientes de autoria e materialidade, que autorizaram o decreto de prisão cautelar. O resto é mimimi de quem não tem o que fazer, pratica racismo inverso, e se pretende defensor dos Direitos Humanos. Se a indiciada foi presa, é porque há motivos para que seja presa.

        O que ninguém aqui está pensando é na vítima. Uma pessoa, até onde sabemos, decente, honesta, que queria conhecer o Brasil, e acabou morta com requintes de crueldade e descartada como lixo. 

        E todo mundo vem aqui fazer escândalo porque a indiciada é negra? Se fosse loura e de olhos azuis que se fodesse, é isso?

        1. Quais são os indícios contra ela?

          A questão aqui é essa!

          Por tudo o que foi relatado, o motivo da prisão foi a existência de  “contradições” em seus depoimentos. 

          Em que medida isso é suficiente para uma decretação de prisão? Seria suficiente se ela fosse loura e de olhos azuis?

          Com base apenas nisso, por que não decretar uma medida restritiva de direito, como a proibição de viajar, de sair de Fortaleza?

          O que as pessoas aqui que pensam diferente do senhor estão questionando é: por que ela não está tendo a constitucional presunção de inocência respeitada?

           

        2. “Juiz de Direito, que conhece

          “Juiz de Direito, que conhece muito bem a Constituição e o CPP, encontrou, na representação da autoridade policial, indícios suficientes de autoria”:

          Eh que juiz brasileiro CONSEGUE ter palavra menos acreditavel que delegado de policia…

  3. Desculpe mas esse texto é

    Desculpe mas esse texto é completamente absurdo.

    Não vou nem entrar na questão da garota ser culpada ou inocente.

    O que incomoda é que o texto todo foi baseado em notícias veículadas pela mídia.

    A “nossa” impoluta e pespicaz imprensa….

    Parem com isso!

    Dá impressão que o Ceará é um local exótico e perdido em algum canto do Atlãntico Sul.

    Já fui várias vezes para Jeri, morei por 6 meses e se um crime foi cometido por lá, podem

    ter certeza que a comunidade de Jeri deve saber (ou vai saber) quem foi.

    É de lá que que a verdade vai aparecer.

    Esperemos que nem a imprensa nem a Polícia atrapalhem.

    Ps: Caso a atual acusada se prove inocente o caminho para uma ação na justica contra o estado e a imprensa é um caminho inevitável.

    1. Esqueceu do caso da Escola

      Esqueceu do caso da Escola Base  em que os delegados tinham “provas irrefutáveis” sobre os acusados de abusar sexualmente de crianças, onde a mídia deitou e rolou sobre os acusados que eram todos inocentes?

      Até hoje nehum deles foi indenizado como deveria, um já faleceu.

    2. Voce é que é confuso

      Como assim a comunidade de Jeri é que vai elucidar o caso? Mas ela, a comunidade, não tem poder de polícia para investigar e decretar elucidado o caso. Ou seria a comunidade de Jeri  uma sociedade mafiosa em que a autoria dos crimesé resolvido pelo chefe?

      Além do mais, como é sabido, a acusada não tem de provar que é inocente, mas sim a justiça é que tem de provar que ela é culpada.

  4. O que é mais asqueroso nesse

    O que é mais asqueroso nesse texto, é que ele gira quase totalmente em torno da cor da suspeita, não da morte da vítima. A esquerda é nauseante…

      1. Tem tudo a ver sim com a

        Tem tudo a ver sim com a esquerda pois eles sempre se utilizam da vitimização e do coitadismo.

        Uma mulher que faz um doutorado numa universidade pública faz parte da elite intelectual do país, uma nata na sociedade brasileira e outra, quem tem dinheiro para viajar para o Nordeste em plena alta temporada de Natal, não tem nada de pobre. Não é nenhuma coitada como os movmentos de defesa querem supor

  5. O suspeito que a polícia diz

    O suspeito que a polícia diz estar procurando é um  “sujeito forte”.

    Será que é só fisicamente ou economicamente, também?

  6. artigo tosco tendencioso

    artigo tosco tendencioso libelista que presta um desserviço à justiça, à notícia, à questão racial e à opinião pública.

    1. Foi o mesmo que disseram do

      Foi o mesmo que disseram do negro americano. De fato, só por ser negra já dispensaria alguns cuidados mesmo com a lógica dos fatos… no mais … o show já terminou

    1. Andar de cima & Justicia

      Joel Neto,

      Não entendo como utilização do “racismo”, mas como a permanente distinção entre o andar de cima e o andar de baixo, fato típico da sociedade brazuca.

      Neste post citei dois de diversos casos de falhas gritantes da justicia tupiniquim, e nenhum dos dois envolveu negros. A justicia está, a cada dia que passa, mais injusta e indiferente às consequências que suas agressões diuturnas podem provocar a brancos, negros, mulatos, adolescentes, não existe preferência.

      Em Ipanema ou Leblon, a rapaziada bonita pode fumar e cheirar que nada acontece, já em outros bairros é grampo certo. 

      1. Judiciário e poder econômico
        Caro Alfredo Machado,

        No Brasil não existe racismo. Existe discriminação socio-econômico.
        Quanto ao judiciário, na minha opinião…é o mais corrupto dos poderes.

        1. No Brasil não existe

          No Brasil não existe racismo?

          Não se esqueça que pobre tambem é racista, uma

          coisa não tem nada a ver com outra.Sei que o 

          Ali Kamel discorda..mas.. enfim o artigo não

          ajuda .

           

           

  7. Besteira

    Primeiro que ela não é nenhuma “neguinha” como disse a mãe dela. É uma mulher de 31 anos, doutoranda e que conhece seus direitos de cidadã.

    Ora bolas, estava na companhia da vítima até o último momento e se enroscou nos depoimentos. Por isso a delegada pediu uma preventiva para ela. Deve ter motivos ou então o juiz não iria conceder.

    A suspeição sobre ela não é nem de autoria, mas de participação no crime. 

    E já está sendo amparada por advogados.

     

    1. Na imprensa italiana

      Três endereços que relatam as possíveis contradições  nos depoimetos, um em relação ao horário, outra em relação a indicação de pessoas que a vítima possa ter conhecido, e um depoimento de conversa pela internet pouco antes do crime :

      Gaia Molinariagì da sola?

      Pubblicato il 30 dicembre 2014 11:25 | Ultimo aggiornamento: 30 dicembre 2014 11:25—–Tieniti aggiornato con Blitz quotidiano

      strangolata e colpita con pietra. Mirian Franca non

      URL:

      http://www.blitzquotidiano.it/rassegna-stampa/gaia-molinari-strangolata-e-colpita-con-pietra-mirian-franca-non-agi-da-sola-2062048/

      outro relata as suspeitas da polícia de que a suspeita está tentando encobrir alguém

      Polizia brasiliana: “Miriam depistò le indagini sull’omicidio di Gaia”

      Libertà.it—-2 gennaio 2015

      URL:

      http://www.liberta.it/2015/01/02/polizia-brasiliana-miriam-ha-depistato-le-indagini-sullomicidio-di-gaia/

      Um terceiro relatando um conversa pela internet pouco antes do crime

      “Le abbiamo parlato prima della morte: c’era un uomo con Gaia”

      Libertà.it—-3 gennaio 2015

      URL:

      http://www.liberta.it/2015/01/03/le-abbiamo-parlato-prima-dellomicidio-cera-un-uomo-con-gaia/

  8. O viés racial é uma m…

    Tanto para acusar quanto para defender!

    Lendo o texto tem-se a impressão que tudo foi baseado em ouvir dizer pelo autor. Algumas coisas que diz são utilizadas como mera motivação para provocar espanto e indignação:

    A) Na faixa dos 10% mais ricos da população 39% são negros. Então como a acusada por pertencer à classe média foge da rotina?

    B) Pelo próprio texto ficamos sabendo que a polícia procura um segundo suspeito. Então como a fraqueza da acusada pode ser determinante ou não para a sua participação no crime.

    C) Os fatos relevantes podem constar no inquérito e foram comunicados ao juiz que decretou a prisão. A ausência nas notícias não é sinal da sua inexistência.

    D) A ausência de sinais de luta corporal pode naõ representar nada. Pela possível existência de dois autores, um deles pode ser o mentor intelectual.

    E) Se no depoimento existiram contradições eles estão presentes no termo. Caso lá elas não existam e se a prisão foi determinada por elas, não será difícil um advogado obter o seu relaxamento.

    F) A imprensa abutre brasileira faz tudo para colocar mostrar imagens de qualquer acusado, nada importando para a urubuzada. Não é exclusividade deste caso.

    G) Desde quando é permitido ao presos manterem os seus celulares? 

    H) Prisão incomunicável não permitiria entrevistas com a defesa ou visitas, o que não é o caso.

    I) A falta de exposição pública do defensor é problema dele, nada tendo a ver com a polícia ou a justiça.

    J) Falando em elite branca, o autor desconhece os hóspedes do juiz Moro?

    K) Sobre mentiras: então jamais um delegado pode dizer que fulano é um assassino, deve utilizar o apenas o termo homicida ou que matou alguém?

    L) Considerar que alguém o depoimento de alguém foi contraditório por contradizer quem perguntava… é esta mesmo a opinião do autor do texto?

    M) Alguém escreveu que um policial italiano estava em Fortaleza para participar das investigações e o sr. Bajonas já considera como fato inquestionável.

    N) Desde quando no Brasil um crime de repercussão não é tratado como circo, independente de quem é o acusado?

    O) Jornais construírem versões é coisa corriqueira, não apenas nesse assassinato.

    P) O que foi considerado pela delegada como contradições foram ditas em oitiva de testemunha e não em depoimento de acusada. A ausência de um advogado é absolutamente normal.

    Não comentei o crime, a culpa ou inocência da acusada ou a atuação da polícia, mas sim o texto indigente do militante racialista.

    Quando ocorreu o assassinato de Tayná, em Colombo-PR, os quatro acusados foram massacrados na delegâcia de polícia, torturados e estuprados, não lembro de nenhum movimento em defesa deles. Será que por não se enquadrarem no racialismo politicamente correto?

     

     

     

     

     

     

  9. tratamento desigual

    Em determinado trecho do artigo, o autor lembra o caso do cantior sertanejo que dirige com habilitação vencda há quatro anos e que tem em seu currículo, ter causado a morte de duas pessoas quando dirigia embrioagado. E que mesmo assim, foi solto sob fiança há pouco, depois de causar um deastre. Surge então a pergunta: “A Justiça costuma tger dois pesos e duas medidas?” Costuma, sim. O caso do Ceará demonstra que a suspeita foi tratada pela polícia e pla Justiça de forma diferenciada. E a mídia não fez perguntas cabíveis. Por quais motivos, a suspeita seria levada a cometer o assassinato? Dinheiro, ciúmes? Por que , caso seja verdade, a presença de um policial italiano?, 

  10. Mais informações

    Alguém já tentou obter mais informações sobre esta menina?  Ela estuda na UFRJ .   Pelo que se conhece a polícia e a justiça no Brasil, podemos sim estar diante de uma grande injustiça, e não seria a primeira vez.    Quem sabe a própria UFRJ pode ajudar neste caso, já que ela é aluna de lá.

  11. Ué foi presa porque estava

    Ué foi presa porque estava com  vitima e ao comparecer para depoimento caiu em contradiçao.

    só isso é o suficiente para policia te-la como suspeita.

    poderia ser amarela ou azul , se voce partilha de uma estadia com alguem, esse alguem aparece morto com sinais claros de homicidio e voce cai em contradição em depoimento para autoridade policial quer mais o que?

    Se for inocente sera liberada , se for culpada devera ser presa, sendo negra ou nao…

  12. Eu conheço de vista esta

    Eu conheço de vista esta menina. Já vi uma apresentação sua, ainda quando era aluna de iniciação científica e eu defendia meu mestrado em 2008. Mais recentemente tenho visto ela nos corredores CCS/UFRJ, sempre saindo de algum laboratório. Ela é bem pequena e mignon, difícil acreditar nesta loucura toda de assassinato.

  13. Algumas hipóteses

    Quanto aos horários, se ela disse 9 horas da noite e o escrevente anotar apenas 9 horas e não 9 horas da noite ou 21:00, e tiver assinado o depoimento vale o que está escrito e assinado, e muito provavemente é nisto que se baseará a decisão do juiz.

    Nervosismo, deve se acentuar caso as pessoas que estiverem tomando o depoimento estiverem convictos da participação no crime, principalmente sem a presença de um advogado.

     

  14. Há exato um ano:
    “A

    Há exato um ano:

    “A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República afirmou nesta sexta-feira (17) que o adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, 16 anos, encontrado morto na região central de São Paulo no sábado (11), foi “assassinado brutalmente”.

    #Sóquenão

  15. Da imprensa italiana divulgados na internet

    Três endereços que relatam as possíveis contradições  nos depoimetos, um em relação ao horário, outra em relação a indicação de pessoas que a vítima possa ter conhecido, e um depoimento de conversa pela internet pouco antes do crime :

    Gaia Molinariagì da sola?

    Pubblicato il 30 dicembre 2014 11:25 | Ultimo aggiornamento: 30 dicembre 2014 11:25—–Tieniti aggiornato con Blitz quotidiano

    strangolata e colpita con pietra. Mirian Franca non

    URL:

    http://www.blitzquotidiano.it/rassegna-stampa/gaia-molinari-strangolata-

    outro relata as suspeitas da polícia de que a suspeita está tentaando encobrir alguém

    Polizia brasiliana: “Miriam depistò le indagini sull’omicidio di Gaia”

    Libertà.it—-2 gennaio 2015

    URL:

    http://www.liberta.it/2015/01/02/polizia-brasiliana-miriam-ha-depistato-

    Um terceiro relatando uma conversa pela internet pouco antes do crime

    “Le abbiamo parlato prima della morte: c’era un uomo con Gaia”Libertà.it—-3 gennaio 2015

    URL:

    http://www.liberta.it/2015/01/03/le-abbiamo-parlato-prima-dellomicidio-c

  16. Uma pergunta

    É possível que a representação do delegado pela prisão seja bem fundada, tudo em consonância com os ditames legais. Também é crível que o juiz tenha decidido pela medida cautelar com total respeito aos critérios da lei processual penal. O ministério público deve ter se posicionado favoravelmente à medida.

    A pergunta é: o autor do texto leu os autos, ou seja, o pedido do delegado e a decisão do juiz, para saber exatamente quais as razões que os levaram a prender a suspeita?

    Detalhe: pela qualificação, abaixo do texto, observa-se que é pessoa alheia ao mundo jurídico… A qualificação foi – talvez convenientemente – suprimida aqui no blog do Nassif. Mas está lá, no original, no site Congresso em Foco. Transcrevo: “Bajonas Teixeira de Brito Junior é doutor em Filosofia, autor do ensaio, traduzido pelo filósofo francês Michael Soubbotnik, Aspects historiques et logiques de la classification raciale au Brésil (Cf. na Internet), e do livro Lógica do disparate”.

    1. baseado no que dizes pode-se

      baseado no que dizes pode-se fazer o quiser. O drama é não haver um mínimo de fundamento no que estão  usando para fazer show mediático e cada qual ter seus minutos de fama.

      1. Pode-se dizer qualquer coisa

        Pode-se dizer qualquer coisa, inclusive alimentar paranóias racistas como a dessa matéria.

        Dizer que a acusada foi presa pela razão principal de ser negra é a mesma coisa que dizer que ela foi presa por qualquer outra coisa, tal o grau de arbitrariedade com que está agindo a incompetentíssima e autoritária polícia cearence.

      2. Depende

        Várias são as soluções possíveis diante de um fato criminoso. Uma delas é a prisão. Tudo depende do que consta dos depoimentos colhidos pela polícia, das perícias etc., elementos de informação que estão documentados no inquérito policial. Pergunto: você realmente leu o inquérito e a decisão do juiz para dizer, peremptoriamente, que não há “um mínimo de fundamento no que estão usando para fazer show”?

         

        1. Ninguém leu nada e tudo se

          Ninguém leu nada e tudo se baseia no que a delegada fala e tomamos por verdade mais algumas informações que as pessoas divulgaram 

          Ninguém sabe se a polícia determinou o local onde Gaia foi martirizada, pelas fotos, o corpo foi jogado num lugar diferente de onde ela foi amarrada, espancada, cortada fundo no rosto e por fim estrangulada. Das fotos se vê que o sangue escorreu até o pé esquerdo ela sofreu de pé as facadas, a perna esquerda é a mais agredida, o braço também. Mas talvez porque era canhota segundo uma foto dela escrevendo revela e tenha encostado o lado direito numa parede ou pedra para se defender. A calcinha do biquini tem manchas da cor da sacola dela, no direito, mas o corpo foi jogado de bruços com a sacola enfiada no ombro esquerdo. A canga estava na sacola, sinal que ela a tirou pra entrar na água ou pegar sol e não a usava quando foi pega.

          A polícia não achou a faca, não achou a corda ou o que seja que usaram para amarra-la. 

          Pela lividez cadavérica e pouca rigidez, ela morreu depois da meia-noite, na madrugada do dia 25. Onde ela ficou amarrada todo o tempo antes de morrer? Tem um farol murado, com parte do muro caído,a 200 m do local onde o corpo foi achado. A polícia verificou e eliminou esse local ou nem foi atrás. Pelo “frescor” do homicídio, pela presença de um estilingue, por que não usaram um cão farejador para procurar pistas no morro do Serrote? 

          Eu acho que a hipótese do bode expiatório para salvar o turismo internacional de reveillon que pessoas ligadas ao turismo comentaram é bastante plausível.

           

        2. Ninguém leu nada e tudo se

          Ninguém leu nada e tudo se baseia no que a delegada fala e tomamos por verdade mais algumas informações que as pessoas divulgaram 

          Ninguém sabe se a polícia determinou o local onde Gaia foi martirizada, pelas fotos, o corpo foi jogado num lugar diferente de onde ela foi amarrada, espancada, cortada fundo no rosto e por fim estrangulada. Das fotos se vê que o sangue escorreu até o pé esquerdo ela sofreu de pé as facadas, a perna esquerda é a mais agredida, o braço também. Mas talvez porque era canhota segundo uma foto dela escrevendo revela e tenha encostado o lado direito numa parede ou pedra para se defender. A calcinha do biquini tem manchas da cor da sacola dela, no direito, mas o corpo foi jogado de bruços com a sacola enfiada no ombro esquerdo. A canga estava na sacola, sinal que ela a tirou pra entrar na água ou pegar sol e não a usava quando foi pega.

          A polícia não achou a faca, não achou a corda ou o que seja que usaram para amarra-la. 

          Pela lividez cadavérica e pouca rigidez, ela morreu depois da meia-noite, na madrugada do dia 25. Onde ela ficou amarrada todo o tempo antes de morrer? Tem um farol murado, com parte do muro caído,a 200 m do local onde o corpo foi achado. A polícia verificou e eliminou esse local ou nem foi atrás. Pelo “frescor” do homicídio, pela presença de um estilingue, por que não usaram um cão farejador para procurar pistas no morro do Serrote? 

          Eu acho que a hipótese do bode expiatório para salvar o turismo internacional de reveillon que pessoas ligadas ao turismo comentaram é bastante plausível.

           

  17. Também sou contra a forma com

    Também sou contra a forma com que essa moça foi presa, porque não se tem uma linha coerente sobre as razões da prisão dela, a não ser o fato de ter sido companheira de viagem e de hospedagem da italiana assassinada no Ceará. Na maioria dos casos de suspeitos – caso da moça – o que se vê é a tomada de depoimento pela polícia, que a liberaria até que outros fatos aparecerecessem. A probabilidade de uma prisão injusta está posta, se não se tem notícia de advogado cuidando da presa.

    Queria discordar da questão de intolerância dos natalenses com os cariocas. Pode ser que um carioca qualquer tenha sentido isso por aqui. O fato mais sentido em todo o Nordeste é que o povo nordestino não gosta, mas adora contatos com turistas, sejam eles de onde forem. O natalense é tão cordial para com os turistas cariocas, paulistas, gaúchos, etc., que, às vezes, parece até ser meio subserviente, e, com certeza, é muito mais bonzinho com os turistas do que com seus conterrâneos. Como nordestina senti discriminação no Rio, onde morei mais de 3 décadas, no RS, em Santa Catarina, e até em Brasília, mas eu mesma, e nenhum dos meus conterrâneos tem esse comportamento em relação a eles; e muito pelo contrário. Estou absolutamente convicta disso.

    1. Motivos da prisão temporária

      A brasileira Mirian não foi presa temporariamente apenas porque era companheira de viagem da italiana Gaia e porque tinha se hospeddado com ela. Ela entrou em contradição no depoimento quando o que ela afirmou foi confrontado com o depoimento de outras testemunhas.

      A primeira contradição foi ter citado um homem que a polícia confirmou não ter relações com o homicídio (ao que parece, o homem sequer conheceu ou esteve com a italiana). O outro ponto foi sobre a última vez em que ela disse ter estado com a italiana. A brasileira disse que esteve com ela pela última vez na tarde do dia 24/12, mas testemunhas confirmaram a polícia que viram elas duas juntas na noite do dia 24/12. Quando questionada sobre isso, não deu explicações à polícia sobre por que teria mentido. Outro ponto importante foi que a brasileira disse que entendeu que Gaia teria desistido de viajar de volta para Fortaleza no dia 24/12, data marcada para a viagem, quando ela não compareceu no local onde o ônibus seria tomado. O problema foi que a dona da pousada na qual elas estavam hospedadas, que é italiana, afirmou que Gaia já tinha até feito as malas, que inclusive ficaram na recepção da pousada. A Italiana sequer tinha viajado com o passaporte verdadeiro (viajou com uma cópia) e com o seu notebook, os quais ficaram no albergue de Fortaleza onde ela supostamente teria conhecido a carioca Mirian. Enfim, não são coisas de quem queria desistir de viajar de volta para Fortaleza. Não viajou porque foi morta.

      O problema é que a brasileira em nenhum momento se preocupou com tudo isso, não quis saber realmente por que ela não compareceu para viajar, não quis saber do paradeiro da sua companheira de viagem. Eu particularmente não faria nunca isso. Procuraria saber onde ela estava antes de viajar para Fortaleza. Houve uma certa negligência aí, no mínimo. Parece mesmo coisa de quem estava fugindo do local. É uma dedução possível.

      Ela pode ser inocente? Claro que pode. As investigações é que dirão se ela está sendo vítima de alguma armação, o que levaria ao entendimento de que alguma testemunha está mentindo e escondendo o verdadeiro responsável pelo homicídio. Achei muito incisivas algumas declarações da italiana dona do hostel de Jericoacoara, principalmente a informação sobre a italiana ter cancelado uma viagem no dia 23/12, porque supostamente se sentiu mal, quando estava acertada a viagem para Fortaleza no dia 24/12 (por que ela viajaria no dia 23/12? Não faz sentido isso), e o fato das malas estarem na recepção do hostel, coisa que não é normal de ser feita (apesar da italiana não ter viajado com coisas de valor, pelo que eu li, e não ter tanto motivo assim para se preocupar com as malas deixadas na recepção). Essas informações comprometem a versão da brasileira. Resta saber se foi essa dona da pousada quem disse que elas duas estavam juntas na noite do dia 24/12. Se isso se confirmar, toda a acusação parte dessa dona da pousada, que é italiana. Quem está falando a verdade, isso é coisa para a investigação responder. O que eu achei mais estranho nas declarações da dona da pousada foi a necessidade de dizer que Gaia teria manifestado o desejo de viajar já no dia 23/12, mas só não fez isso porque se sentiu mal. Essa informação não bate com a data previamente acertada para o retorno para Fortaleza, que era o dia 24/12. Por que ela iria mudar de ideia e viajar um dia antes? Das duas, uma: ou a italiana dona da pousada de Jericoacoara está mentindo sobre tudo isso ou então a brasileira é quem está mentindo, inclusive sobre a data previamente acertada da viagem.

      1. Somando o que eu li na

        Somando o que eu li na imprensa a Gaia quis ir embora dia 23 porque falou que não estava bem de saúde, mas não conseguiu passagem. No dia 24 ela saiu para o morro do Serrote e não foi mais vista, a outra embarcou e voltou pra Fortal e dali seguiu seu roteiro como programado meses antes. Eu não sabia que a delegada tinha tornado públicas as contradições, vou procurar por elas agora

  18. O post é tendencioso

    Não quero julgar ninguém de ser culpado pelo bárbaro homicídio, mas o comentarista Jorge Lima disse tudo o que se poderia dizer sobre o post. Ele é típico de quem nunca atuou na área penal e tem conhecimentos superficiais sobre direito processual penal, especificamente sobre prisão temporária e como funciona uma investigação policial. Os comentários sobre a necessidade do autor do crime ser um homem são improcedentes. Na matéria do G1 que eu li, fala-se apenas que a vítima italiana, Gaia Molinari, morreu vítima de estrangulamento e o corpo apresentava sinais de golpes de objetos cortantes, inclusive no rosto. Nada nessa descrição indica necessidade de que o autor seja necessariamente um homem. Pode ter sido, mas não existem informações conclusivas sobre isso, ao menos na matéria do G1 do Ceará a que eu tive acesso (link para a matéria: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2014/12/suspeita-de-matar-italiana-no-ceara-buscou-companhia-de-viagem-na-web.html).

    O juiz de direito se convenceu de que havia indícios de autoria e prova da existência do crime , o que é incontestável, já que a italiana foi claramente vítima de homicídio pela forma como o corpo foi encontrado. Isso foi confirmado pelo exame de corpo de delito.

    A farmacêutica ou química (a Folha deu a entender que ela era química, o Extra disse que ela era farmacêutica), de nome Mirian França de Mello, 31 anos de idade, que foi presa temporariamente suspeita de participação no crime, faz doutorado no Instituto de Microbiologia da UFRJ. Ela foi presa temporariamente porque esteve com a italiana supostamente no dia do crime (o corpo foi encontrado por volta das 13 hs do dia 25, mas o homicídio é considerado pela polícia cearense como tendo ocorrido no dia 24) e, segundo a autoridade policial, apresentou contradições em seu depoimento, assim como a sua prisão foi considerada imprescindível para as investigações, uma vez que ela já estava de viagem marcada para o dia 29/12, data na qual voltaria para o Rio de Janeiro.

    O que ela disse em depoimento não foi confirmado por testemunhas de Jericoacoara, que dizem ser um lugar muito pequeno, onde quase nada passa despercebido pelos locais, ainda mais uma turista italiana que supostamente iria trabalhar num hostel na região, para pagar a hospedagem, pelo que eu entendi das reportagens a respeito (ao que parece, o hostel seria até de propriedade de uma italiana). O advogado que assumiu a defesa de Mirian contesta a data da morte. Segundo ele, a morte teria acontecido no dia 25, isso pela suposta falta de rigidez cadavérica. Como Mirian não estaria em Jericoacoara no dia 25, pois teria viajado para Fortaleza já no dia 24, às 22 hs, ela não poderia ser a autora do homicídio. O problema foi que os horários que ela declinou no depoimento não foram confirmados pelas testemunhas ouvidas em Jericoacoara. E aí, ela, de testemunha, passou a ser suspeita de crime de homicídio.

    Posso estar errado, mas o cenário, ao que tudo indica, aponta para um possível crime passional, mais ainda pelo fato delas duas supostamente se conhecerem já desde o Rio de Janeiro, ao menos pelo que afirmou a mãe de Mirian, o que pode ser confirmado num dos links citados no post (aqui: http://extra.globo.com/casos-de-policia/mae-de-carioca-suspeita-de-envolvimento-na-morte-de-italiana-no-ceara-diz-que-as-duas-ja-se-conheciam-antes-da-viagem-14929420.html). A defesa da brasileira afirma que elas apenas se conheceram em Fortaleza.

    Essa informação da mãe é um tanto estranha se analisarmos o fato dela ter postado num site de mochileiros procurando companhia. O autor do post afirma que a postagem dela teria sido feita em 13/07/2014, muito antes da viagem, portanto, mas o print que consta na matéria do G1 (ver o primeiro link acima) não informa a data da postagem (pode ser uma característca da formatação do site, que coloque a data em outro local e não no post, enfim). Se a postagem foi feita em julho de 2014, essa informação não teria qualquer relevância para a investigação, até porque a passagem dela por Jericoacoara, no período em que houve o homicídio, é um fato incontroverso, sobre o qual não restam dúvidas.

    O mais importante é: se ela viajou na companhia da italiana, por que voltou sozinha para Fortaleza, ainda mais sem se preocupar com o paradeiro da companheira de viagem, quando ela sabia que a italiana também iria para Fortaleza, tanto que tinha desistido de viajar no dia 23/12/2014, segundo declarou a italiana dona do hostel no qual elas estavam hospedadas, alegando que não estava se sentindo bem?

    Essa informação é importante para a investigação, pois contraria a alegação da brasileira de que a italiana teria decidido ficar e não voltar para Fortaleza no dia 24/12, quando um dia antes ela somente teria deixado de viajar porque não se sentiu bem, segundo disse a italiana dona da pousada (segundo link disponibilizado por um dos comentaristas: http://www.blitzquotidiano.it/rassegna-stampa/gaia-molinari-strangolata-e-colpita-con-pietra-mirian-franca-non-agi-da-sola-2062048/).

    Mirian afirma que Gaia teria também desistido de viajar de volta para Fortaleza no dia 24/12, data prevista para o retorno das duas, isso numa decisão de última hora, quando tinha ido à Jericoacoara, ao que parece, à convite da carioca e já havia feito as malas para a viagem de volta, que inclusive ficaram na recepção da pousada. É estranho a italiana não ter querido viajar no dia 24 quando estava querendo viajar no dia 23. Mudou de ideia em um dia? Decidiu ficar num local para o qual tinha ido com uma pessoa recém conhecida? Quando já havia feito as malas? Não faz muito sentido. O pior é que a brasileira teria dito que viu a italiana pela última vez na parte da tarde, quando ela foi vista por testemunhas com a italiana na noite do dia 24. Mirian teria viajado para Fortaleza num ônibus, por volta das 22 hs do dia 24/12.

    As contradições suscitam sim suspeitas na conduta da brasileira. Fora a hipótese de crime passional e existindo os indícios de autoria, como existem, sobra a de crime premeditado, o que complica ainda mais a situação de Mirian.

    Espero que as investigações esclareçam a verdade, mas a situação dela não é nada fácil. De todo modo, não vejo qualquer racismo na situação. Existem elementos objetivos que criam fortes suspeitas em relação à possível participação dela no homicídio.

    1. Pimenta Neves, réu confesso,

      Pimenta Neves, réu confesso, demorou anos para ser preso.

      Sempre recorrendo, recorrendo, até que finalmente resolveram engaiola-lo.

      Roger Abdelmassi, estuprou dezenas de mulheres.

      Ganhou Habeas Corpus do GM.

      E aí?

      Eram eles negros???

      Aqui se faze justiça pela cor, condição social, orientação sexual e partido que simpatiza…

      1. Advogados

        Qualquer preto que tenha bons advogados também se safa.

        O problema dos racistas é reduzir tudo à determinação da cor e esquecer todo o resto da estrutura social de exclusão.

    2. [  Ele é típico de quem nunca

      [  Ele é típico de quem nunca atuou na área penal e tem conhecimentos superficiais sobre direito processual penal, especificamente sobre prisão temporária e como funciona uma investigação policial.]   Basta ir em qualquer cadeia que até parece que neste país nem tem branco ou todos são honestos. E ao cantar loas para o sistema, apenas reconfirmas esse  racismo , pois não há  nenhum processo sistema nesse país que não esgeja  escalafobeticamente corrompido e o processo judicários nem deixaria de ser o primeiro.

      1. Vigarice desavergonhada

        Não sei como, do que eu escrevi (parte em negrito no comentário acima), o vigarista fantasiado conseguiu dizer que era um elogio ao sistema que reconfirmaria o racismo. O autor do post não conhece nada, nem a lei nem os fatos (sequer soube indicar as contradições do depoimento da brasileira, exibindo desinformação e despreparo para lidar com assunto tão relevante), e os outros são racistas apenas por identificarem isso, o problema no que ele escreveu, sem qualquer fundamento, apenas armado do argumento do “racismo” e de pontos desimportantes da investigação. Não sabia que a brasileira tentou levar a investigação para o lado de um homem que sequer conheceu a italiana, não sabia a contradição existente com relação ao horário em que ela viu a italiana pela última vez, não sabia que a italiana já tinha feito até as malas para ir embora para Fortaleza e não faz sentido que ela tivesse desistido de viajar assim, de uma hora para outra etc. A brasileira pode até ser inocente. Mas a verdade é que as suspeitas da polícia possuem fundamento. Isso é normal numa investigação policial. A prisão temporária se mostrou imprescindível para as investigações, diante das contradições não explicadas pela brasileira e pelo fato dela estar com viagem marcada para o Rio de Janeiro. E se a prisão era imprescindível para a investigação, a lei foi cumprida pela polícia, que agiu certo. Ela não é culpada de nada ainda. Está presa apenas por uma questão de cautela. Não precisa apelar para racismo apenas porque ela é doutoranda da UFRJ, já que não estão falando isso porque ela é preta, mas sim por que ela é integrante da comunidade acadêmica (conotativo do velho preconceito de classe tosco brasileiro), afinal, não me lembro dessa gritaria toda quando outras mulheres pretas são presas neste país.

    3. Ver tambem comentario do

      Ver tambem comentario do Jairo laaa embaixo.  O que os brasileiros estao lendo nos jornais esta muito, muito mal contado e como voce constatou, pra ler detalhes voce tem que ler jornais italianos!!!  Nao tem reporter nem jornalista no Brasil?!?!  (links adicionais do Roberto um pouco acima, todos em italiano)

  19. Feriadão Final de Ano.
    Eu acho muito improvável a participação da Mirian neste crime. Ocorre  que nestes casos existe uma pressão muito forte para encarceirar alguém .E como tudo isso ocorreu no feriadão de final de ano,  esta prisão  garantiu um revelleion mais tranquilo para  a delegada do caso.  Acredito que no começo da semana, depois de muita praia,espumantes  e festas a policia civil cearense esclareça tudo direitinho. 

  20. Um ponto parece favorecer a brasileira

    O fato dela não ter dado um jeito para ir embora do Ceará quando teve a chance de fazer isso. Ela supostamente viajou de Jericoacoara para Fortaleza às 22 hs do dia 24/12 (essa informação terá que ser confirmada pela investigação, pois pode não corresponder à verdade). O corpo da italiana foi encontrado na tarde do dia 25/12 (a hora do óbito também precisará ser estipulada com uma certa margem de certeza). A brasileira somente foi ouvida pela polícia cearense no dia 26/12, às 10:30 hs, depois de ter sido localizada na praia de Canoa Quebrada, em Fortaleza. Se ela realmente participou do crime, ela teve a chance de se evadir do Estado, mas não fez isso. Continuou normalmente em Fortaleza, o que não combina muito com um perfil de quem teria cometido um homicídio. É certo que ela não teve tanto tempo para planejar uma eventual fuga, ainda mais na época de Natal, onde as viagens são muito concorridas e as passagens mais caras, mas isso poderia ter acontecido. Alguém pode argumentar que se ela tivesse feito isso, não haveria mais dúvidas da sua participação, sendo certo que ela seria facilmente identificada, como foi, pela polícia e viria a ser presa mais cedo ou mais tarde. Mesmo assim, é algo intrigante. Ela agiu como quem estava completamente alheia ao homicídio. Como se observa, o caso está longe de estar elucidado. Existem muitas dúvidas ainda. A vida pregressa da italiana também deve ser investigada (é preciso saber, por exemplo, se elas se conheciam do Rio de Janeiro – a foto da italiana mais divulgada na imprensa brasileira parece ter sido tirada no Rio).

    1. Hoje vi as fotos da vítima. É

      Hoje vi as fotos da vítima. É impossível imaginar que a garota Mirian fez aquilo. É uma brutalidade de alguém forte, sádico e psicopata.

  21. Abuso na prisao
    Impressionante, mas certas pessoas nao veem o obvio.
    Nao ha nenhuma prova contra a garota, e o q basta para nao ser presa.
    A prova e do acusador e nao do acusado, a delegada esta invertendo os valores, estao querendo que ela prove que nao foi ela, o que e quase impossivel fazer prova de fato negativo.

  22. Não apenas não há prova

    Não apenas não há prova contra a moça, como ela tem um álibi, que, ao que tudo indica, se sustenta.

    A vítima foi assassinada já no dia 25, pois o corpo, ao ser encontrado, não mostrava sinais de rigor mortis, o que indica morte recente, não mais de quatro ou cinco horas.

    Entretanto, a acusada viajou para outra cidade, onde foi detida, ainda no dia 24.

    As contradições nos depoimentos, portanto, devem ter outra causa.

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