Temer teria lavado dinheiro em imóveis de familiares

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O presidente Michel Temer teria lavado dinheiro de propina em imóvel de uma de suas filhas. Para limpar parte dos R$ 2 milhões que teria recebido por parte de seu amigo, o coronel Lima, Temer teria investido o dinheiro em reformas de imóveis sua filha Maristela Temer e de sua sogra, Norma Tedeschi.
 
Agora, a filha de Temer deve ser ouvida na próxima semana pela Polícia Federal. O depoimento, segundo informações de Andreia Sadi, seria realizado na próxima quarta-feira (02), no Aeroporto de Congonhas.
 
O objetivo da PF é esclarecer informações sobre a reforma realizada em sua casa, que teria sido paga pelo ex-coronel da Polícia Militar e amigo de Temer, João Batista Lima Filho. Lima foi preso na Operação Skala e é investigado por suas relações com Temer. Uma das acusações que recaem contra o coronel foi a delação da JBS, que o implica de ter recebido, pelo menos, R$ 2 milhões que teria como destinatário final Michel Temer.
 
A filha de Temer, entretanto, não teria relação com os desvios, aponta a Polícia Federal. O pai, presidente da República, é que teria usado os imóveis para lavar o suposto dinheiro ilícito. Temer e sua esposa, Marcela, são proprietários de diversos imóveis, alguns deles comprados para familiares.
 
Em 2014, ano em que Temer teria sido beneficiado de repasses por meio do coronel Lima, o mandatário havia sido reeleito vice-presidente na chapa com Dilma Rousseff e duas reformas foram feitas em valores semelhantes. Uma na casa da filha Maristela, outra na casa da mãe de Marcela, Norma Tedeschi.
 
O caso envolvendo a sogra de Temer ainda vai além. Um dos fornecedores da reforma afirmou à PF ter recebido os pagamentos pelos serviços em dinheiro vivo pela esposa do coronel Lima, Maria Rita Fratezi.
 
Os investigadores analisam se as obras foram resultado de lavagem de dinheiro por repasses ilícitos da JBS e da Engevix. Além da JBS, a segunda empresa admitiu que foi procurada pelo coronel, em 2014, pedindo R$ 1 milhão para a campanha do emedebista naquele ano.
 
A apuração seria relacionada, ainda, com o inquérito do decreto dos Portos, quando o presidente assinou a medida que favoreceu empresas do setor portuário ligadas ao MDB, prorrogando contratos de concessão e arrendamentos.
 
O coronel Lima seria a principal ponte de Michel Temer na influência destes casos e com a arrecadação de recursos ilícitos para a campanha eleitoral, sendo figura-chave em diversas apurações que remetem à Temer.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. A história não perdoa

    Como pode um cara de 75 anos ter a oportunidade de ser o líder de um país como o Brasil, um país rico, de um povo alegre,  pacato e trabalhadore fazer o que ele fez em dois anos. Agora, acuado por inúmeras acusações de delitos, sem o apoio da quadrilha que ele próprio ajudou a chegar ao poder, tenta de forma desesperada escapar do destino que a história lhe reservou. Não bastasse tudo isso deixa um país entregue à sua sorte, quebrado, sem comendo, à deriva, dominado por foras da lei e além disso sem um único ato, um projeto, um marco para poder pelo menos mostrar ainda que de forma tímida sua passagem pelo governo. Triste fim para um senhor de 78 anos.

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