Conceição Evaristo é primeira mulher negra a vencer Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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"É bom ser a primeira na medida que isso abre perspectivas para outras mulheres negras também ocuparem esse espaço", afirma a escritora

Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 – A escritora Conceição Evaristo lança a Casa Escrevivência, um espaço aberto ao público com biblioteca, no Largo da Prainha. | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A escritora Conceição Evaristo venceu o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano 2023. Esta é a primeira vez que uma mulher recebe o prêmio concedido pela União Brasileira dos Escritores.

Agradeço a todo mundo que votou em mim. Agradeço a vocês que indicaram meu nome. E celebro a vida, celebro porque é muito bom você ser reconhecida e receber homenagens enquanto você está viva,  enquanto você tem condição de perceber a  grandeza do que está lhe acontecendo. Então, eu sou uma pessoa que eu me sinto feliz aos 76 anos”, declarou a escritora, em áudio obtido pelo GGN.

Segundo Conceição Evaristo, a vitória vai além porque abre o caminho para que outras mulheres negras possam ser reconhecidas. “Eu acho muito significativo, e tenho dito que é bom ser a primeira na medida que [isso] abre perspectivas para outras mulheres negras também ocuparem esse espaço. Esse lugar que é nosso”, completou a autora mineira, que foi escolhida como a Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti, em 2019.

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Já no ano passado, Conceição Evaristo publicou o livro “Canção para ninar menino grande” (Ed. Pallas). Na obra, ela narra as relações amorosas de mulheres negras com o personagem Fio Jasmim e a rede de afetos decorrente dessas relações.

Foi a partir deste livro que ela foi escolhida para receber o Troféu Juca Pato, por meio do voto dos associados da UBE. De acordo com a entidade, o prêmio é concedido a personalidade que tenha publicado livro no Brasil, no ano anterior, e se destacado pelo conjunto da obra, em qualquer área do conhecimento, e contribuído na defesa dos valores democráticos.

Na lista de finalistas do prêmio, criado em 1962 por iniciativa do escritor Marcos Rey, sendo um dos mais tradicionais do país, também estavam Martinho da Vila, Maria Villani, Marilene Felinto e Pedro Bandeira.  

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, será convidada para participar da cerimônia de entrega do prêmio, no início de novembro, durante o Festival Literário Internacional de Itabira
(Flitabira), em Minas Gerais, organizado por Afonso Borges. Quem faz a entrega do troféu é sempre o ganhador do ano anterior que, neste caso, é o Padre Júlio Lancellotti.

Já receberam o prêmio personalidades como Frei Betto, Lygia Fagundes Telles, Carlos Drummond de Andrade, Antonio Candido, Dalmo Dallari, Milton Hatoum, Ignácio de Loyola Brandão, Aílton Krenak e os ex-presidentes da República Juscelino Kubitschek e Fernando Henrique Cardoso, entre outros.

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