
Poesia gótica para ascender, por Mariana Nassif
ah…
sorte a delas que te conheceram livre
louco
quase sempre próximo de pular
sorte a delas que não carregam na pele as dores e mazelas
das mentiras rotineiras
da insanidade e da vergonha alheia
que de alheia hoje nada tem.
ah…
que sorte a delas serem musas do teu coração
enquanto transbordava poesia
e por aqui e ali fazia
palavras subirem mesas,
barrancos e nuvens – de quantos sonhos o amor te fez soltar?
ah
que sorte a delas que não sentem saudade do que jamais será
o que me faz pensar, então, que a sorte pode pro meu lado virar
ao te emprestar um tanto dessas minhas asas
fazer do coração uma morada
(em brasa)
que cabe com folga o que trazes junto a ti
de repente essa brasa voa
e por mais que algo ainda doa
tenha algo a ensinar
e quem sabe um dia
sem chantagem ou covardia
te lembrar de que pra frente é que se anda
que hoje o dia tem demanda
– e que pra este estou aqui,
do teu lado a caminhar
(nas horas de sol e nas horas de lua)
e num sussurro – voz potente
quando me deixas nua
aperta forte o ventre
e me conta, de repente,
sobre essa sorte que também é tua.
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