Urariano Mota fala de amor e de Recife

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Urariano Mota, escritor e jornalista, lança sua quinta obra, dessa vez em homenagem à terra de origem. “Dicionário Amoroso do Recife” é uma intensa carta de amor da cidade pernambucana para os recifenses, e também se aplica o vice-versa. O lançamento ocorre hoje (28), às 19h, na Livraria Cultura Paço Alfândega, Recife Antigo.

Urariano Mota nasceu em Água Fria, subúrbio da Zona Norte do Recife. Teve em sua história as rasuras da ditadura militar, quando também escrevia contos e crônicas para jornais alternativos aos anos de chumbo: Movimento, em São Paulo; Opinião, no Rio de Janeiro, e assim em diante.

Mas das rasuras grossas dos anos de chumbo o escritor tornou livros: o primeiro, Os Corações Futuristas (Edições Bagaço, 1999), um romance nos anos ditatoriais de Garrastazu Médici; o segundo, Soledad no Recife (Editora Boitempo, 2009), conta a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, traída por um infiltrado, ocasionando seu assassinato e de seu bebê, ainda em gestação.

O “Dicionário Amoroso do Recife” em nada se assemelha às narrações anteriores – a não ser por um ponto: a mesma paixão da escrita de Urariano.

O livro caminha pelas igrejas, pelos terreiros, pela primeira Sinagoga das Américas, mercados públicos. Também faz menção aos heróis do povo da cidade: Clarice Lispector assistindo o frevo na rua, a criança flagrada na inocência da fantasia de princesa de carnaval Eutanasinha, Dom Hélder Câmara, a passagem de Gagárin pela cidade, as mulheres do Marrocos. Pessoas conhecidas e aquelas só conhecidas para Pernambuco.

Como diz o texto de divulgação enviado pelo autor, o livro é “fruto de um escritor que ama a cidade acima de tudo”, onde a “memória fala daquilo que a marcou”. Um dicionário amoroso.

Lançamento “Dicionário Amoroso do Recife”
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega –  Recife Antigo
Data: 28 de março
Horário: 19 horas

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Como não gostar de Recife ?

    O tipo de livro que não se pode deixar passar. Esses dias vi O Som ao Redor, que se passa em Recife, muito bom filme. Sucesso de critica e de publico por aqui (ainda que um publico mais seletivo). Sucesso para o livro também!

  2. Assassinato e traição

    “a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, traída por um infiltrado, ocasionando seu assassinato e de seu bebê, ainda em gestação.”

    O assasinato ocorreu no Bairro Novo, Olinda

     

  3. Mais um motivo para conhecer Recife

    As histórias sobre Recife me fazem, cada vez mais, querer visitar esta cidade. O livro parece ser um bom aperitivo. Sucesso!

  4. Voltei, Recife

    Voltei, Recife
    Foi a saudade que me trouxe pelo braço
    Quero ver novamente “Vassoura” na rua abafando
    Tomar umas e outras e cair no passo

    Cadê “Toureiros”?
    Cadê “Bola de Ouro”?
    As “pás”, os “lenhadores”
    O “Bloco Batutas de São José”?
    Quero sentir a embriaguês do frevo
    Que entra na cabeça depois toma o corpo e acaba no pé

    o ringtone de músicas »
    Link: http://www.vagalume.com.br/alceu-valenca/voltei-recife-2.html#ixzz2xIlsK54P

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