Morre Said Farhat, ex-ministro de Figueiredo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O publicitário, empresário e escritor Said Farhat, morreu nesta quinta-feira, dia 21. Said foi ministro da Comunicação Social no governo de João Baptista Figueiro, entre 1979 e 1985, último presidente e período final da ditadura militar.

Said Farhat foi ministro entre 1978 e 1980, e em seu livro “Tempo de Gangorra”, descreve a experiência. O livro foi lançado em 2012 e ali ele descreve como usou sua experiência como publicitário para mediar a relação entre Figueiredo e jornalistas durante o processo de abertura política. Figueiredo precisava, realmente, desta mediação, sendo famoso por seu temperamento nada cordial.

Segundo seus relatos, o pior de seu trabalho era contemporizar declarações polêmicas de Figueiredo, que se tornaram parte da história, como a famosa afirmação de que preferia cheiro de cavalo ao do povo ou de que se mataria com um ‘tiro no coco’ caso ganhasse um salário mínimo.

Antes de se tornar ministro, Said Farhat foi presidente da Embratur durante o governo de Ernesto Geisel, de 1974 a 1979.

Nascido no Acre e de ascendência libanesa, antes dos cargos no governo, Farhat trabalhou nas agências de publicidade Standard Propaganda e J. Walter Thompson, nas décadas de 1950 e 1960. Depois disso trabalhou na revista Visão, que acabou comprando.

Farhat estava internado no Hospital Sírio-Libanês e a causa da morte não foi divulgada.

Com informações da Folha

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Se ninguém fizer, Said o Fará

    Se ninguém fizer, Said o Fará ! Era o chiste recorrente  na época.

    Com ou sem talento,todos  aqueles que gravitaram em torno dos ditadores prosseguiram melancolicamente seu trajeto profissional. Alexandre Garcia,porta voz do mesmo Figueiredo,demitido por sugerir  uma suruba na capa da Play Boy,desnudo e rodeado de coelhosas.

  2. Eu prendo e arrebento

    Devia ser bem dificil contornar as gafes sinceras de Figueiredo. Mas cada homem pode ou não ser um produto de seu tempo. 

  3. Faltou mencionar que foi dono da revista Visão.

    Foi o melhor período da revista, tinha linha editorial liberal na fase mais extrema da ditadura; o liberalismo editorial foi enterrado quando foi vendida ao Maksoud. Pela revista passaram profissionais como o exilado português Miguel Urbano Rodrigues, na editoria internacional, e  Vladimir Herzog, na editoria de cultura, ambos militantes do PCB.

  4. Ele foi candidato ao senado pelo Acre

    Mas perdeu, creio que nas eleições de 1982. Enquanto fez campanha por lá, andou ouvindo conversas do “Sr. Xis” que, como de hábito, falava mal de todos quantos “atrapalhavam” seus “negócios”.

     

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