Bradesco, Santander e Itaú lucram R$ 12 bi entre abril e junho

 
Jornal GGN – Somados, Itaú, Bradesco e Santander, maiores bancos privados do país, tiveram lucro líquido contábil de R$ 12,1 bilhões de abril a junho. O crédito continua crescendo, mas em ritmo moderado. Executivos dos bancos esperam um crescimento na inadimplência nos próximos meses, graças ao aumento do desemprego e menor disponibilidade de renda. 
 
Do Estadão
 
Juntos, Bradesco, Santander e Itaú lucram R$ 12 bi no trimestre 
 
Ganhos com juros garantiram lucro maior entre abril e junho, o que compensou a desaceleração do crédito 
 
Apesar da corrida dos bancos para recuperar créditos vencidos, a preocupação com a piora dos calotes nas grandes instituições privadas se materializou no segundo trimestre, em meio à deterioração da economia e novos pedidos de recuperação judicial, dentre eles, de envolvidos na Operação Lava Jato. O crédito seguiu crescendo em taxas tímidas, mas margens e receitas de serviços garantiram o resultado no período. 

 
Os bancos privados conseguiram, assim, manter a taxa de crescimento vista no trimestre anterior, com leve desaceleração. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander apresentaram lucro líquido contábil de R$ 12,1 bilhões de abril a junho, cifra 17,7% maior que a vista em um ano, de R$ 10,3 bilhões. No conceito ajustado, sem considerar a reversão de provisão do espanhol, o resultado cresceu 22,1%, para R$ 11,7 bilhões. 
 
Com o aumento do desemprego e menor disponibilidade de renda, os calotes subiram e a tendência, conforme executivos dos grandes bancos, é de novas elevações nos próximos trimestres. Do lado corporativo, a Lava Jato associada à fraqueza da economia pesaram na qualidade dos ativos dos grandes bancos. Nenhuma mudança significativa, porém, é esperada para os calotes. 
 
Fruto deste cenário, as despesas com provisões, as chamadas PDDs, mantiveram elevados patamares de crescimento no segundo trimestre: subiram 13% em um ano e 3,2% ante o primeiro trimestre, ultrapassando os R$ 12 bilhões, somando os resultados de Bradesco, Itaú e Santander. 
 
Diante do aumento do risco de indivíduos e empresas e menor apetite para tomar recursos, o crédito manteve crescimento a taxas tímidas. Somente o Bradesco teve leve alta dos empréstimos no trimestre. No ano, o maior crescimento veio do Santander. 
 
A demanda ainda mais tímida por crédito fez os bancos reforçarem mais a oferta de produtos e serviços e também a venda de seguros que se beneficia da baixa penetração no Brasil. Bradesco viu esses ganhos crescerem 14,8% em um ano, contra alta de 9% do Itaú e de 8,5% do Santander. 
 
O Bradesco revisou para cima sua projeção para a margem financeira de juros neste ano. A expectativa do banco é de que esta linha cresça de 10% a 14% e não mais de 6% a 10%. O Itaú já havia feito tal movimento no trimestre anterior. Sua expectativa atual é de avanço de 14,5% a 17,5% em 2015. 
Redação

11 Comentários

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  1. Reducionismo ou simples Fato??

    Com essa dívida pública turbinada, que é tão injusta quanto impagável, o Brasil não pode reduzir a mortalidade infantil, acabar com a fome, combater o desemprego, distribuir renda e investir em desenvolvimento sem Reduzir o Lucro dos Bancos Privados.  A questão nacional é simples, têm apenas dois lados, o do Bem Estar Coletivo e o do Lucro dos Bancos Privados.  O Levy nós sabemos de qual lado joga e a Dilma parece que ainda não colocou o Time em campo…

     

  2. Engraçado,não ter nenhum banco até agora,envolvido na lava jato,

    como movimentaram tantos bilhões sem envolver bancos ou banqueiros$ No mensalão do PT para movimentar 70 milhões foram usados todos os bancos do mundo.Diz aí juiz Moro,é fácil enrabar a vaca,quero ver enrabar o touro.By Xico Sá.

     

  3. O André Araújo (que faz posts

    O André Araújo (que faz posts muito bons) disse uma coisa que eu, ignorante, não sabia: o Governo remunera os bancos pelo compulsório. Quem vai ralar se ganha uma grana com o forévis na cadeira, sem precisar fazer nada? Quando vc consulta o orçamento do Governo Federal e vê que mais de 50% do orçamento são reservados para pagar juros (e vc tem um banqueiro como ministro da fazenda); dá vontade de bater panela debaixo da janela da sede do Itaú/Bradesco/Santander

  4. Com os lucros resultantes da

    Com os lucros resultantes da quermesse bancária dos últimos tres meses, será que algum juíz poderia dar andamento aos processos  que envolvem o   pagamento , do que foi tungado nos planos econômicos ?  Mas daí já é quere demais .

    Quando é em favor do povão, o buraco é mais embaixo. E trazer juíz de onde para essa tarefa ? 

  5. Espero que os acionistas desses “bancos” fiquem satisfeitos…

    Senão o Tombini, docemente constrangido, vai ter que arrear o braço, mais uma vez, na SELIC.

    (deve ser trabalhoso, isso de aumentar juros, aumentar juros, aumentar juros… que saco!)

  6. Política econômica sociopata

    dá nisso: tira-se dinheiro do pobre, da classe média, da saúde e da educação para dar para banqueiros, especuladores e demais parasitas e ainda querem nos convencer de que isso é (1) inevitável e (2) para nosso bem.

  7. $$$Oligopólio$$$

    Além dos generosos juros dados por um COPOM de pessoas que mais dia, menos dia vão trabalhar no setor financeiro, eles contam com proteção para instalar um oligopólio que manterá a economia produtiva prisioneira dos juros altos. Nessa situação, o juro subsidiado do BNDES não é um privilégio, mas uma necessidade de sobrevivência. No cartão de crédito, se você ficar no rotativo acaba pagando 15, 16, 17% ao mês. O que é um absurdo, considerando que o lojista paga uma parcela da sua compra, enquanto mesmo que no limite você tenha 75 dias de carência (para uma compra no “dia bom do cartão” em que há 45 dias para pagar ao menos o mínimo, mais 30 dias de uso do rotativo).

    Os bancos públicos atuam de certa forma como reguladores do mercado, desestimulando abusos dos bancos privados. No entanto, a fim de atender demandas de lucros de acionistas (caso do Banco do Brasil), atender demandas do superávit primário, ou desestimular o consumo, eles praticam taxas de juros maiores. Não liberam crédito em volume suficiente para as demandas, mesmo cumprindo com larga folga os requerimentos de capital de Basileia. Nessa situação, quando estou em situação de pagar uma grande despesa e o banco não me dá limite suficiente, eu vou para o banco que é mais flexível, no caso, privado. A atual crise reforçou a situação.

    A questão de atendimento fragiliza-se ainda mais, em que mesmo com uma população ainda por se bancarizar, os canais presenciais estão se escasseando. Isso força o uso cada vez maior da internet, ainda que larga parte da população não tenha acesso a internet, muito menos confie na segurança. E a parte presencial conta cada vez mais com a internet, em que os funcionários são de menor qualificação, menor remuneração, principalmente ofertando empréstimos consignados. No interior do Brasil, o atendimento só chega com os bancos públicos. E para funcionar bem como banco, você precisa de muito capital, bem como uma larga escala. Por isso, os bancos pequenos e médios viraram especializados em consignados, com uma concessão facilitada e empréstimos praticamente predatórios (vide a empresa que hoje patrocina um famoso time alviverde).

    No atendimento presencial, as metas abusivas são agravantes e irritantes. E quando as pessoas que trabalham precisam lidar com consumidor, muitas vezes acabam induzindo os clientes a erros, a produtos que são mais caros, diante de opções mais baratas e adequadas às necessidades. Por exemplo, usar o cartão de crédito ou cheque especial quando um crédito pessoal é muito mais interessante. Ou contratar um seguro ou uma capitalização. Não critico quem faz, porque muitas vezes o emprego depende disso.

    Isso claramente se qualifica como oligopólio. Poucos fornecedores, produto homogêneo (dinheiro) e barreiras a entrada altissimas. Afinal de contas, quem vai reunir n bilhões de capital, captar outros n bilhões no mercado para abrir um banco?Se os órgãos reguladores permitirem a fusão HSBC-Bradesco, o quadro piora. Aí o Brasil estará contando com apenas 3 bancos comerciais privados relevantes a nível nacional, 2 bancos federais, alguns bancos regionais de desenvolvimento. Nesse cenário, o pequeno empresário, o assalariado, a pessoa comum que busca crédito está “lenhada”. Vai ficar nos juros de 15, 16, 17% a.m. para resolver a sua necessidade, pagar o cosmético que vende de porta em porta e etc. Esse é o perfil do público em que atendo no banco público.

    Levy, Tombini, Volpon (aquele diretor que disse que ia votar pra aumentar a SELIC e se absteve com medo do Serra) já estão com a vida ganha, bem como a de seus filhos e netos. Um Bacen muito mais do que omisso, mas cúmplice do sistema, não regulando bem. No entanto, o trabalhador brasileiro que precisa ganhar sua vida a cada dia, perde mais uma batalha, sangrando para pagar o transporte público para ir e voltar do trabalho, o cursinho do filho para entrar na faculdade pública, o plano de saúde para não depender de um SUS limitado e mutilado pela falta e desvio de recursos e a comida na mesa para conseguir energia e força para lutar mais uma vez.

     

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