Vamos perder o bonde da história novamente?, por Luciano Kalatalo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Vamos perder o bonde da história novamente?

por Luciano Kalatalo

Comentário ao post “As criptomoedas e os crimes contra a economia popular, por Luis Nassif

Sim, tanto o mercado de criptomoedas como o de startups vive uma bolha. Seria o caso de interceder e proibir ambos? Ou pensar que seria o despontar de uma nova maneira de fazer negócios, cujos os modelos econômicos atuais não capazes de explicar? No caso das startups por exemplo, a Argentina hoje possui políticas públicas bem claras a respeito , sendo bem mais eficiente que o nosso BNDES. Para as criptomedas sugiro acompanhar o mercado japonês que está sendo pioneiro em regulamenta-las, justamente por ter sentido na pele a primeira fraude de grandes proporções neste mercado – ver caso MT Gox.

Sim, entre as milhares de criptomoedas existentes, muitas são esquemas de pirâmide, porém também existem projetos inovadores e audaciosos, exemplos:

Ethereum – mais que uma moeda é uma plataforma de “smart contracts”. Não seria interessante termos projeto similar no Brasil visando modernizar nossos cartórios? O SERPRO está com uma inciativa

NEO –  inciativa asiática similar ao Ethereum 

SYSCOIN  – moeda com proposta de ser um market place descentralizado global. Se conquistarem pelo menos 1% do mercado da amazon já será um estrondo

Enfim, acho perigoso jogar tudo no mesmo balaio. Bitcoin não se enquadra na mesmo categoria da kriptacoin, que  realmente era um esquema de pirâmide

Posso listar vários fatos que corroboram para minhas apostas nas criptomoedas:

Tanto o morgan stanley como o goldman sachs operam criptomoedas atualmente;

A própria Venezuela tenta construir sua própria cryptomoeda numa tentativa de romper as sanções americanas;

A Rússia também se movimenta.

Promover a caça as bruxas das criptomoedas é repetir novamente o erro da lei da reserva de informática dos 80s, uma herança maldita do regime militar. Ou erro pior, que foi ignorar o poder das redes sociais, tanto a China quanto a Rússia agiram antes que facebook e google dominassem o seu mercado doméstico, os protestos de 2013 mostraram quem estava certo.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

13 Comentários

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  1. proponho ao Nassif dar mais

    proponho ao Nassif dar mais espaço para a desmistificação das criptomoedas como fez esse artigo. Bitcoins sao apenas uma das aplicações de um futuro inevitável. Mas infelizmente eu acho que iremos perder de novo a oportunidade de se tornar um dos centros pensantes de tecnologia blockchain. A ideia de descentralização apavora a todos.

     

     

     

  2. Se pessoas do ramo, como Luis

    Se pessoas do ramo, como Luis Nassif e Luciano Kalatalo, têm visões diferentes embora não conflitantes sobre esse assunto, Eduardo Outro, do alto de seu insignificante conhecimento da matéria sugere cautela máxima aos não iniciados. Por ora nada de bitcoins, só caldo de galinha.

  3. A questão toda vai se resumir

    A questão toda vai se resumir em que os “gestores” da economia de paisecos como o brasil, entram nestas jogatinas e o populacho paga a conta.

  4. muito bom..

    .. acho que é por aí mesmo..

    .. e mais do que as criptomoedas, precisamos acordar para a tecnologia por trás delas, sobretudo o blockchain que permite uma incrível e inusitada forma de autenticar ações na web e isso tem implicações gigantescas nas relações com o estado, sobretudo eleições..

  5. Comprado em BITCOIN
     
    Os

    Comprado em BITCOIN

     

    Os argumentos em prol do BITCOIN:

    O GOLDMAN SACHS … mas não foi este banco que deitou e rolou com subprime, contabilidade criativa na Grecia  e tantos outros crimes financeiros impunes até hoje.

    Morgan Stanley … outro envolvido no esquema ponzi do subprime … que teve que ser vendido as pressas … precisa dizer mais …

    A moeda virtual da Venezuela pelo menos indica um lastro … as maiores reservas de petroleo do mundo … que o ladrãozinho do TIO SAM não tira os olhos.

    Você só acertou no tocante as redes sociais que sem sombra de dúvida foram utilizadas para a instabilidade em diversos paises …

    Do resto não deu uma dentro.

     

  6.  
    Os Estados de MG, RJ e RS

     

    Os Estados de MG, RJ e RS poderiam criar uma moeda virtual para pagamento de seus funcionários. Poderiam instituir uma espécie de pagamento antecipado do ICMS com um pequeno deságio para dar lastro a referida moeda.

  7. Cautela é bom, fugir de risco não
    Sempre bom ver mais gente pensando sobre como usar as criptomoedas, e sua tecnologia em geral, de forma produtiva. Classificar rasamente como bolha é preguiça.

    Ofereço o seguinte ponto de vista: entidades centralizadas como o Banco Central exigem confiança absoluta. Se eles desejarem desvalorizar suas finanças, azar o seu, mas talvez quem sabe eles estejam fazendo bem para o país como um todo.

    O Bitcoin veio como o extremo oposto: um meio de troca absolutamente dissociado de confiança. O algoritmo de proof-of-work permite que mesmo entidades competidoras se entendam, desde que nenhuma domine o mercado. Isso levou ao Velho Oeste atual, onde comerciantes, consumidores e casas de câmbio estão sempre de olho em uma possível fraude ou roubo, já que não deveriam confiar em mais ninguém.

    Uma solução prática irá exigir um certo grau de confiança em entidades quase-centrais, mas não absolutamente. A tecnologia das criptomoedas irão viabilizar isso, enquanto as necessidades da sociedade vão ditar o nível de ingerência admissível. Ninguém quer ver um ladrão impune, mas também não quer se sujeitar a uma entidade caprichosa que possaconfiscar todo seu dinheiro.

    Nota: possuo ~R$ 1.000 em BCH.

  8. Por onde andará o André
    Por onde andará o André Araújo? A questão da moeda nacional é um assunto ao qual ele dedicou anos de estudo, com livros ja publicados. Sua contribuição seria inestimável aqui.

  9. Mude-se o que quiser.

    Mude-se o que quiser. Dinheiro, porém, continuará sendo apenas símbolo de riqueza e não riqueza em si. Isso não tem como mudar, é da natureza do que é dinheiro. Saiu disso, corrompeu. Ninguém come dinheiro, veste dinheiro, usa dinheiro para ir e vir… Dinheiro, em papel ou metal, já é apenas significado, não é significante. Imagine agora meras anotações codificadas em binário em HDs por aí, então… pior que as tais sub-primes.

    Dinheiro que não é produto do trabalho, é bobagem, recurso para aumentar concentração e desigualdade.

    O “bonde da História” me lembra de modismos: uma hora o cóz das calças é largo – e todos usam largo para não perderem o bonde da História. Outra hora é estreito e… lá vamos, de novo, seguindo a turba, conduzida pela propaganda comercial-ideológica das firmas privadas. E um monte de gente com fome e com o potencial humano sub-aproveitado.

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