Prontos para 1 mês de confinamento? Para 3? 6?

E se depois de 6 meses de quarentena continuar tudo na mesma?

China, Coreia do Sul e Singapura impuseram o confinamento e conseguiram controlar o surto de coronavírus, mas concomitante à aplicação de testes em todos os que tinham tido qualquer contato com portadores do vírus. O isolamento teria sido inútil sem essa medida fundamental.

Por aqui passamos a seguir os EUA e implementar a estratégia do avestruz realizando parcimoniosamente os testes de infecção para não ver o tamanho do monstro.

Tarde demais, acredito, o presidente dos EUA se arrependeu dessa diretriz, tendo anunciado que em poucos dias passará a generalizar a realização de testes de infecção do vírus. Creio ser impossível, agora, controlar a donça que já se encontra amplamente disseminada pelo país. De qualquer modo, tentarão, ou ao menos fingirão que o farão.

No Brasil os problemas são dessa e de outras ordens. Por aqui, centenas de municípios não abrigam sequer 1 médico! Transportes coletivos urbanos abarrotados carregam pessoas amontoadas como gado, tornando risível o anúncio de que farão limpezas constante de tais veículos. A falta de informação decorrente da parcimônia com que têm sido efetuados os testes de infecção da doença, de qualquer modo, garante que o número de infectados chegará aos milhares em menos de uma semana, quando continuará a crescer galopantemente.

Assim, tudo indica que após 1 mês de confinamento estaremos empobrecidos, desgastados, irados, sem que tenhamos conseguido qualquer sombra de avanço sobre a doença. Duvido que nos confinem por mais tempo que isso.

Essas breves considerações me fazem crer ser não só ineficaz, mas contraproducente a estratégia de confinamento generalizado sobre a população.

Mas, e quanto às pessoas fragilizadas que constituem o grupo de risco, pessoas que morrerão às pencas se nada for feito? O grupo de risco é o verdadeiro problema dessa doença, praticamente inócua para as pessoas saudáveis.

Penso que seja fundamentalmente às pessoas debilitadas que nossa atenção deva se dirigir ao buscar qualquer estratégia de enfrentamento da doença.

Pessoas debilitadas têm que se isolar, ou perecerão em massa. O isolamento delas exige também o das pessoas que com ela lidam ou convivem.

Proponho, em vista disso, que se institua uma cobertura de salários para pessoas que precisam se auto-isolar, mas não podem trabalhar em casa, e para quem cuida dessas pessoas. Naturalmente, é preciso garantir a renda dos que se manterão em isolamento.

O isolamento, contudo seria seletivo: apenas as pessoas fragilizadas e as que com elas lidam e convivem necessitam permanecer confinados.

Quanto às restantes, penso, devem viver suas vidas normalmente. Pegarão o tal resfriado e se curarão, adquirindo em consequência a vacinação natural e a imunidade contra a doença.

Depois de um mês, ou dois, a população terá adquirido essa imunidade, e as pessoas fragilizadas poderão retomar suas vidas, sem riscos maiores que os que correm hoje, com todos os outros resfriados existentes.

Essa estratégia seria socialmente muito mais salutar que a sugerida atualmente, além de reduzir enormemente os danos econômicos dela decorrente.

Posso apostar que o hábito impedirá que essa proposta seja levada a sério, hoje, parecendo mais natural agora o confinamento geral, proposta com a qual todos já foram acostumados. Tanto a penúria, quanto a convivência forçada pelo confinamento, contudo, se encarregarão, em menos de um mês, de convencer a maioria da população de que o isolamento seletivo seja a melhor estratégia.

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Redação

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