Na The Economist, Brasil aparece sem retoques e sem exageros

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por Motta Araujo

O artigo de capa de THE ECONOMIST sobre o Brasil dá grande crédito às realizações do PT, com gráficos e estatísticas, não poupa elogios à diminuição da pobreza e ao aumento da classe média.

Faz críticas baseadas em números em relação à economia, diz que o Congresso é a raiz de muitos problemas, não importa quem seja o Presidente. A matéria aponta mudanças que acha necessárias na economia e coloca ficha na candidatura Aécio. sem nenhuma torcida, uma aposta como em um joguinho de crícket na escola.

Mas faz tudo na linha tradicional da revista que já viu tudo  em 170 anos de existência, duas guerras mundiais, a Guerra Fria, a descolonização da África, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietnam, viu o nascimento e o fim da URSS, a deposição do Rei Farouk do Egito, a criação do Reino da Noruega em 1910, o fuzilamento de Pierre Laval, a queda  de Churchill um mês depois da vitória na Europa, a Conferencia de Potsdam, a volta de Churchill em 1964, os Beatles, a coração de Eduardo VII, filho da Rainha Vitoria, a Guerra de Independência de Cuba em 1898, a Guerra Civil Espanhola, as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, Mrs.Thatcher no poder, a reunificação da Alemanha, a ascensão de Benito Mussolini e Adolf Hitler, a morte de Lenin e o golpe de poder de Stalin contra os “velhos companheiros”, o assassinato de Trotsky, o julgamento de Nuremberg. Para THE ECONOMIST uma eleição no Brasil é leve como um chá das cinco na  Harrods sob seu magnífico teto de vitrais vitorianos entre palmeiras anãs e ladies perfumadas, não vão se impressionar com nada em relação ao Brasil, que já foi muito pior visto do que hoje.

As críticas à politica econômica são tão discretas que petistas leais poderiam subscreve-las sem hesitação, será preciso ajustes aqui e ali, alguns males, como a burocracia e o excesso de partidos, não nasceram com o PT, são anteriores ou são do sistema político que veio da Constituição e podem ser subscritos pela própria Dilma.

THE ECONONOMIST tem bons analistas com grande experiência de politica e História, a revista não faz uso de retórica, abomina excessos de linguagem, sabe colocar questões no contexto, não está ligada ao setor financeiro, como diz a Presidente, ELA É LIDA pelo setor financeiro e por governos de todo o mundo, Lord Pearson dono do grupo que edita a revista não precisa de dinheiro, é um dos homens mais ricos da Inglaterra e é um idealista. Seu avô, o Visconde Crowday era o dono do petróleo do Mexico (Mexican Eagle Oil Co.) que foi nacionalizado em 1938 sem indenização e não obstante Lord Pearson preside a Fundação de Amizade Anglo Mexicana, criada por seu avô.

THE ECONOMIST é a revista da elite mundial, como bem sabia Stalin, que mandava a Embaixada Soviética  em Londres mandar para o Kremlin a edição da revista assim que saia. A revista só se mantem porque sua credibilidade é alta.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

23 Comentários

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  1. Paragrafo apos paragrafo, o

    Paragrafo apos paragrafo, o item original descreve uma das presidentes mais fortes do mundo, e…  e o pouco que tem pra dizer de Aecio eh mentira:

    “A victory for Mr Neves would lift business spirits. His liberal instincts run deep. He is a tested manager—as governor, he turned Minas Gerais from a bankrupt basket-case into one of Brazil’s best-run states. He can also tap first-rate talent, led by Arminio Fraga, a former head of the Central Bank whom Mr Neves has said would become his finance minister.”

    Sem mencionar a burrada de chamar o PSDB de “centro direita”(!).  Entao ta…

    1. E o que fala sobre MG?

      Aí é ignorância mesmo! MG está quebrado. Aécio fez uma bagunça com o fiuncionalismo. Isso só mostra que falta informação a revista, mas mesmo assim ela admite o óbvio que ninguém quer ver: Dilma fez um excelente governo dadas as condições internacionais, e o que Aécio fez em MG é pura propaganda, pois o estado está falido, a Rede Minas acabou, o PIB está travado a 12 anos, e as escolas estaduais caindo aos pedaços.

  2. Me engana que eu gosto

    “THE ECONOMIST, na economia, coloca ficha na candidatura Aécio. sem nenhuma torcida, uma aposta como em um joguinho de crícket na escola.”

    1. Andre errou na analise:  o

      Andre errou na analise:  o Economist diz que Aecio esta animando os empresarios.  Que eh a turma do proprio Economist eh irrelevante, claro.  Mas, como eu disse, a reportagem mostra uma presidente que fez nos ultimos 4 anos o que nenhum presidente do mundo fez e o pouco que tem a mostrar a respeito de Aecio desqualifica o por ser “criativo” demais.

  3. Lástima

    Andre,

    Se a revista da elite mundial a elite jornal declara, em postura inteiramente equivocada, apoio a um candidato em eleição a ser realizada em outro país,  fica cristalino o interesse desta escolha para os seus leitores.

    Já faz tempo que a revista, esquecendo as mazelas da situação econômica do seu país, faz análises semelhantes, na verdade panfletos de campanha, contra o governo de DRousseff, sendo a Petrobras o seu foco principal. Não é por acaso que o tucano ataca sistematicamente a petroleira que se deixa atacar.

    Uma vitória tucana traria muita felicidade para a quadrilha leitora da revista, pois seria um inesperado grande mercado à disposição para ser livremente saqueado. Por outro lado, tal ocorrência promoveria o retorno da mídia controlada, o prevalecimento do ódio que está aí, diariamente à vista de todos e muito, mas muito mais, inclusive um eleito que não governaria. 

    The Economist tornou-se uma lástima para o brasilsil, mas é do inteiro agrado de espanhóis, gregos, portugueses, irlandeses, todos eles inteiramente quebrados, e de diversos outros da eurozona que estão parcialmente quebrados.

    Acreditar que a revista faz torcida de criança só pode provocar risos.

     

    1. Eles tem seus candidatos em

      Eles tem seus candidatos em qualquer eleição, especialmente nas eleições dos EUA, qual o problema?

      O publico deles é altamente qualificado e é para esse publico que eles escrevem, o que essa revista tem de especial e que Der Spiegel, Time, Veja não tem, THE ECONOMIST é lido no MUNDO INTEIRO, em todos os centros economicos e politicos do planeta, vc acha pouco?

      Quanto as mazelas de seu proprio Pais, eles dedicam mais paginas do que ao resto do mundo, são geralmente criticos de todos os governos britanicos, o que não os impede de fazer analises dos demais paises.. É preciso ser muito, mas muito, limitado para dizer “”Olhe, como eles tem problemas na Inglaterra, não deviam falar de outros paises””, é pedestre demais,

      de quiosque de churrasquinho grego na Avenida São João.

      1. Pré-sal

        Andre,

        O fato de dedicarem mais páginas ao próprio país não passa de obrigação.

        Quanto ao criticismo da revista a respeito do seu terreiro, ela não chega aos pés daquilo que acontece aqui, basta olhar o Manchetômetro, aquele que ninguém se dispôs a questionar.

        Sobre o brasilsil, basta conferir as edições de 4 anos prá cá porque está lá, a preocupação começou com o modelo de exploração do pré-sal, o resto é conversa. 

        Churrasquinho grego mata.

        1. Preocupação do que? O que é o

          Preocupação do que? O que é o pre-sal? Delirios. Tenho The Economist encardenada desde 1971, tem exatamente o mesmo espaço sobre America Latina e Brasil. O pre-sal é uma reserva mediocre de 14 bilhões de barris, 500 mil barris por dia, isso é merreca em petroleo, o que tem a ver com The Economist? A inglsa Shell entrou no leilão de Libra, é um negocio como outro qualquer, não tem nada de extraordinario.

  4. Só uma revista bem produzida

    Mas mesmo um bom texto, uma boa produção e uma tradição centenaria não escondem o fato fundamental: é a porta-voz dos interesses da elite financeira mundial.

    Suas análises não resistem aos fatos. Sua visão do Brasil é estereotipada e preconceituosa. Defende um capitalismo liberal cujo potencial destrutivo ficou escancarado em 2008.

    Só ingenuos acreditam na isenção de suas análises, porque seus donos “já são ricos os suficiente”, como se acumulação de capital e poder conhecessem e respeitassem algum tipo de limite.

    É o mesmo que dizer que os EUA não estão interessados no que acontece no Brasil pois já são ricos o suficiente, não precisam de nosso potencial de geração de lucros.

    1. Meu caro Tony > É a elite

      Meu caro Tony > É a elite financeira mundial que move o mundo, não é o Nicolas Maduro. Essa é uma realidade, ponto.

      Quer vc gosta ou não goste, ache feio ou bonito, assim é. Porisso a opinião da revista é importante, seu publico leitor é o que importa.

  5. The Economist…

    … é, há tempos, uma revista humorística, a não ser levada a sério… Além do mais, eles têm que se preocupar é com o sr. Cameron…

  6. como neomnliberal, a opção do

    como neomnliberal, a opção do thwe economist por aécio é óbvia.

    a minha, o sem meios nem revista, tb, dilma.

    sou um mas podemos ser muitos.

  7. Um ministro para Aécio

    Bissexto visitante do ótimo “site” do Nassif e eventual “palpiteiro”, e portanto necessariamente leitor de comentários dos internautas, não haveria como desconhecer o assíduo Motta Araújo, que, dizem, não tenho certeza, escreveria há tempos atrás como André Araújo ou “AA”.  

    Vez ou outra, eu leio o que ele escreve. 

    Por vezes, na maioria delas, por sinal, não nego, fico a pensar na morte da bezerra, depois de um ou dos parágrafos. Não que ele não saiba escrever. Não, de modo algum. Apesar de discordar do estilo, inegável que ele não se expressa mal. Ao menos na forma. O problema é a temática, um tanto quanto monótona, a aproximar-se a uma espécie de louvação mística a empresas e a seus empresários. 

    Hoje, resolvi aceitar o “desafio”: ler o que ele tinha a dizer sobre a “sóbria” revista apologista dos mercados em geral, em particular dos chamados “mercados financeiros”. 

    E sem entrar muito no mérito dos conceitos defendidos pelo ilustre e fidalgo escriba – destaque para “elite” – , objetivamente, proponho ao emérito defensor das “classes produtoras” que revise o seu texto ao menos em um ponto, por conter informação equivocada: The Economist é sim “ligada ao setor financeiro”. A não ser que um de seus grupos associados, The Rothschild banking of England, seja uma casa de caridade homônima dos beneméritos e desinteressados proprietários daquela casa bancária. 

    Esclareça-se, por favor, sem subterfúgio. A informação dada no artigo é falsa. 

  8. Não nego a capacidade do

    Não nego a capacidade do articulista em escrever de forma argumentativa. 

    Porém vive na época errada.

    O seu mundo é o mundo dos reis, condes, elites européias que viam o terceiro mundo como passatempo e fonte de renda fácil.

    O chá das cinco…. 

    As rendas francesas…

    Quando leio seus textos lembro dos livros de Agatha Christie (tenho todos). 

    Os britânicos como a sumidade da espécie humana. 

    Acabaram no pós guerra.

    Mas não perdem a fleugma e a vontade de novamente piratear.

    Pelo menos o ideal do articulista é claro. 

    Fora da realidade. 

    Mas é como pensa. Não concordo mas respeito.

    1. Meu caro, agradeço os

      Meu caro, agradeço os elogios, realmente tenho admiração pela Inglaterra pela sua contribuição à civilização em que hoje vivemos, que é no mundo inteiro basicamente uma civilização inglesa, a começar pela lingua franca do planeta, pelos sistemas financeiros que nos governam ,  todos inventadfos na Inglaterra, pelos esportes, quase todos ingleses, pela cultura extraordinaria, nas universidades inglesas há cursos permanentes sobre 45 linguas e culturas, pelos seus habitos com uma permanencia longa que poucos povos cultivam, pela modestia e discreção, o Primeiro Ministro trabalhista Clement Attlee, há hoje no blog boa materia sobre ele,  só andava de taxi e foi tomar posse de taxi.

      Enquanto isso me lembro nitidamente na dacada de 80 cheguei no aeroporto de Brasilia na mesma hora que chegava o presidente do Senado, um senador cearense, atarracado e de cabelos gomalinados, havia uma frota de carros Galaxie que ocupava toda frente do aeroporto, o carro do homenzinho, mais dois ou tres de seguranças, mais os carros dos acessores, uma esbornia ridicula de pais sem pudor, enauanto isso a Rainha vai fazer compras na Harrods com um um unico carro e  um segurança, vai ao balcão, é atendida normalmente, quem está há cinco metros nem percebe que a Rainha está lá, respeitam sem bajular, isso é civilização.

      E não se iluda com a decadencia, sairam da India mas todos os bilionarios indianos moram em Londres e a City tem hoje mais depositos bancarios do que Nova York.

  9. A The Economist tem seus altos e baixos, como todos

    As análises sobre o Brasil variam muito em qualidade, nos blogs às vezes é melhor do que na edição impressa, que por ter abrangência maior, tem de se preocupar com a circulação e os seus leitores habituais.

    A internet pôs um peso muito grande nestas redações que cobrem o mundo todo. Antes, há 170 anos atrás, as informações e a checagem delas iam na velocidade dos navios, hoje é instântanea, assim, os deslizes ficam evidentes na hora, mas a tradição de tomar partido da Revista e a coragem de dar seus palpites há de ser louvada.

    As matérias são sempre um visão interessante do planeta. Gosto da revista, mas nesta reportagem penso que a conclusão final dos analistas delá  foi equivocada.

    Se no geral, as idéias de reformas políticas, fiscais, tributárias, trabalhistas e administrativas suportadas pela The Economist estão certas, o agênte por eles escolhidos, a dupla Aécio/Fraga, não apresenta a menor possibilidade de entregar o prometido. Na minha opinião, um segundo governo Dilma é mais eficaz.

    1. No geral concordo com vc,

      No geral concordo com vc, eles tambem erraram na capa em que exageram o otimismo sobre o Brasil, ninguem é perfeito, eles evidentemente cometem erros mas tem uma visão de mundo atualizada e colocam os paises dentro dessa visão, hoje The Economist é ultra critica da administração Obama, que resumindo consideram um lixo.

  10. Casa de caridade “Rothschild Banking of England”

    Não acredito que o articulista Motta Araújo não tenha lido o que escrevi (“Um Ministro para Aécio”). Não que não seja possível. Convenhamos, entretanto, ser improbabilíssimo. 

    Afinal, em meu comentário, apontei um erro, que revisto, inviabilizaria sua linha argumentativa (“a revista não está ligada ao setor financeiro”), fundamento que usou para afirmar que a avaliação do magazine sobre o governo Dilma não estaria contaminada pelo interesse da banca internacional.  

    Reproduzo parte de meu comentário (reconheço que um pouco longo demais), até para que os demais comentadores possam avaliar a questão. E, para que, quem sabe, o próprio Motta possa retificar o equívoco. 

    “E sem entrar muito no mérito dos conceitos defendidos pelo ilustre e fidalgo escriba – destaque para “elite” – , objetivamente, proponho ao emérito defensor das “classes produtoras” que revise o seu texto ao menos em um ponto, por conter informação equivocada: The Economist é sim “ligada ao setor financeiro”. A não ser que um de seus grupos associados, The Rothschild banking of England, seja uma casa de caridade homônima dos beneméritos e desinteressados proprietários daquela casa bancária. 

    Esclareça-se, por favor, sem subterfúgio. A informação dada no artigo é falsa.” 

    1. O Grupo Pearson NÃO TEM

      O Grupo Pearson NÃO TEM NENHUMA LIGAÇÃO com o banco N.M.Rothschild & Sons, hoje um banco de investimentos médio, que não tem nem remotamente a importancia que tinha em 1900. Hoje os dois ramos que estiveram separados por um século, o francês e o britanico se reunificaram na holding Rothschild Continuation Ltd.. Na Inglaterra está o N.M. Rothschild e na Suiça o Banque Privé E. de Rotuschild, que administra ativos de 140 bilhões de Euro, uma merreca no munco bancario europeu. A casa londrina tem grande prestigio mas precisa lutar para conquistar e manter clientes, o mundo financeiro de hoje é muito competitivo e sem lealdade antiga da relação banqueiro-cliente. Maior do que N.M.Rothschild é o banco J.Henry Schoeder, tambem de Londres e da maesma raiz judaico alemã.

      Lord  Crowday não tem nada a ver com bancos, seu grupo é editorial, hoje dos maiores do mundo, The Economist e Financial Times são divisões pequenas, seu grande faturamento vem de livros didaticos e de cursos, nesse setor o Grupo Pearson já é um gigante no Brasil. A correspondente do FT no Brasil é a bonita Samantha Pearson, que sabe mais do Brasil do que eu, eles são realmente bem informados.

      Sobre a fascinante historia dos Rothschild tenho quatro biografias antigas e uma novissima, que acaba de sair, vou procurar e fazer um comentario.

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