Apenas consumidores com baixa renda buscam mais crédito

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A desaceleração do crescimento do varejo vem apresentando quedas consecutivas desde 2010 e uma série de variações econômicas ajudam a explicar a crescente queda na demanda por crédito entre os consumidores que ganham entre um e 10 salários mínimos. Contudo, na contramão de tal tendência, estão os brasileiros que recebem até um salário mínimo mensalmente: em 2011, esses consumidores eram 11,9% do grupo de tomadores de crédito e, em 2014, representam 22,8%. A afirmação consta de estudo recente elaborado pela consultoria Serasa Experian.

De acordo com o documento, a mudança de perfil dos demandadores de crédito representa um risco real para quem empresta, uma vez que o novo cenário pode trazer a ameaça da inadimplência na carona, dependendo dos critérios de aprovação do crédito em cada uma das empresas, mas principalmente pelo risco do superendividamento.

Para se ter uma ideia do que essa mudança de perfil representa para o varejo, atualmente, 74% de quem busca financiamento de eletromóveis, 66% de quem compra vestuário no crédito e 57% de quem utiliza o crédito nas compras de material de construção ganha até dois salários mínimos.

Segundo os economistas, são considerados de alto risco, aqueles que apresentam uma probabilidade superior a 20% de não cumprirem seus compromissos financeiros nos primeiros quatro meses após a concessão de crédito. Em termos territoriais, o estudo aponta que 50% dos consumidores da região Norte que procuraram por crédito no Varejo são de alto risco, 44% no Nordeste, 38% no Centro Oeste, 37% no Sudeste e 36% no Sul.

O estudo também comprova que justamente nos segmentos de eletromóveis e de construção a participação de consumidores de alto risco que procuraram por crédito vem aumentando. Em eletromóveis passou de 32,4%, em 2011, para 38%, em 2014, enquanto na construção subiu de 25,2%, em 2011, para 28,9%, em 2014.

Ao se avaliar apenas os créditos concedidos no primeiro trimestre de 2014 observou-se uma alta da taxa de inadimplência em relação ao mesmo período do ano passado: 8,7% contra 6,7%. A predominância de consumidores de maior risco em função principalmente de uma maior exposição ao risco pode explicar o aumento, já que um percentual elevado dos ganhos fica comprometido com as dívidas. Além disso, segundo o estudo, 77% dos consumidores que buscam crédito ou serviços financiados o fazem em mais de uma empresa.

 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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