Mulheres julgam melhor desempenho de suas empresas no longo prazo

Jornal GGN – O mercado reage melhor às transações de ações feitas por diretores do que as diretoras, revela uma nova pesquisa. No entanto, no longo prazo – entre três e doze meses – os resultados das diretoras ao negociar as ações de suas companhias são pelo menos iguais ou ultrapassam os de seus colegas homens.O estudo foi feito pela University of Exeter Business School, que analisou mais de 80 mil transações feitas por diretores e diretoras de companhias da Bolsa de Londres.

No estudo, os pesquisadores se de debruçaram sobre alguns conceitos do mercado. Um deles é o fato de que quando um diretor compra ações de sua própria companhia, ele acredita que ela esteja subvalorizada pelo mercado de ações, o que faz com que os investidores comprem mais ações da companhia, fazendo seu valor subir. O pesquisadores descobriram que depois dos primeiros 20 dias acompanhando uma transação feita por um diretor, o valor da ação daquela companhia aumentou em média 1,55%. Se um diretor fizesse a transação, seu valor subia, em média, 1,57% no vigésimo dia.Se fosse uma diretora, esse valor caía para 0,88% – uma diferença de 0,69% no valor da ação baseado no gênero do diretor.   

 
O pesquisadores passaram, então, a analisar os resultados de longo prazo obtidos pelos diretores dos dois gêneros nessas transaçõs e descobriram que as diretoras alcançavam frequentemente melhores resultados do que seus colegas homens. Um ano depois que o negócio foi feito, os resultados mensais chegaram a 0,68% para as executivas ante 0,37% para os homens. 
 
Um dos três autores do estudo, Alan Gregory, professor de finanças corporativas da universidade, diz que existe uma lacuna entre a percepção do mercado em relação às diretoras e seu verdadeiro desempenho. Segundo ele, a reação do mercado ao valor das ações em transações feitas por diretores é mais rápida e mais maior do que às realizadas pelas diretoras, o que sugere que que o mercado acredita que eles são mais qualificados e mais bem informados sobre o valor da companhia. No entanto, os resultados de negócios no longo prazo mostram que as diretoras são pelo menos tão bem informadas, se não forem mais, do que seus colegas masculinos quando se trata de valorizar suas companhias.  
 
Boas juízas

O estudo descobriu também que, quando se trata de diretores não executivos (também chamados de institucionais), depois dos primeiros 20 dias após uma transação feita por um diretor não executivo, o valor da ação da companhia aumentou 1,22% ante 0,52% feitas por diretoras não executivas. Quando se olha para os resultados no longo prazo, a pesquisa descobriu que os não executivos em geral são menos informados sobre o valor da companhia – nos negócios fechados por não executivos, o ganho foi 0,31% depois de 12 meses, em comparação com 0,26% para as mulheres não executivas. 

 
O professor de finanças e coautor do estudo, Rajesh Tharyan, diz que é importante que empresas e políticos entendam que, no longo prazo, as diretoras são tão bem informadas no desempenho e no valor da companhia quanto os homens. Ele alerta que as companhias não deveriam concluir que a reação de curto prazo às decisões de diretoras são indicativos do mercado de que ter mulheres na direção não aumenta valor ou até que seja prejudicial ao valor da companhia. Segundo ele, no longo prazo as mulheres são boas juízas do valor da companhia, o que é um bom motivo para se ter mulheres nas diretorias. 
 
Redação

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