Ronaldo Bicalho
Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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2012: o ano da energia solar fotovoltaica no Brasil?

Por Clarice Ferraz, do Blog Infopetro

No dia 13 de março, o site bloomberg alardeou o fato de diversos países terem atingido a regra de ouro da “grid parity” para a energia fotovoltaica, e o Brasil é um deles. Isso significa que, em muitos casos, para o consumidor final já vale a pena instalar seus painéis fotovoltaicos, e produzir eletricidade para si próprio, em vez de comprar eletricidade de sua distribuidora. A conexão à rede, entretanto, continua sendo fundamental para atender as demandas de alta potência e cumprir a função de bateria para os sistemas individuais conectados.

Fig.1: Países que atingiram a “grid parity” para o solar fotovoltaico:

 Fonte: Bloomberg

Sabe-se que a capacidade instalada de solar fotovoltaica no Brasil é irrisória. O que existe, na maioria das vezes, é sua utilização para o atendimento de sistemas isolados, em particular através do programa federal de universalização do acesso à eletricidade, o Luz para Todos. Com a expansão deste último – de acordo com o censo de 2010, ainda existem no Brasil 728.000 habitações sem acesso à eletricidade – o solar fotovoltaico off-grid tem conhecido um importante crescimento. Apesar desse avanço, e do elevado número de conexões, em termos de acréscimo de capacidade instalada representa muito pouco. Em países onde o solar fotovoltaico conheceu importante desenvolvimento, e cuja indústria se desenvolveu, esse se deu com a integração da eletricidade produzida de maneira distribuída e interligada às redes de distribuição. 

Apesar de o Brasil ter feito um esforço para incluir novas energias renováveis em seu processo de diversificação de sua matriz elétrica muito pouco foi feito em com relação à produção de eletricidade de origem fotovoltaica. Programas como o PROINFA, que surgiu para estimular o desenvolvimento de novas energias renováveis, excluíram o solar fotovoltaico, à época considerada muito caro, apesar do país possuir enorme potencial fotovoltaico (Fig.2) – o local com o pior grau de irradiação é 40% superior ao melhor da Alemanha. Além disso, o país possuiu uma das mais importantes reservas mundiais de quartzo (SiO2), do qual se obtém o silício, usado na fabricação da maior parte dos painéis atualmente. A indústria nacional domina sua transformação mas o destina à atividade metalúrgica. (…) O texto continua no Blog Infopetro.

Ronaldo Bicalho

Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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