5 vezes em que a oposição tentou derrubar Maduro e falhou

Há 6 anos os detratores de Maduro convocam atos e deflagram ações na tentativa de derrubar o presidente reeleito. Desde então, centenas já morreram e milhares foram presos

Miguel Gutierrez/Agência Lusa

Jornal GGN – BBC mundo publicou nesta sexta (3) um resumo com 5 episódios em que a oposição da Venezuela tentou derrubar Nicolás Maduro do poder, mas fracassou. Os hoje partidários da presidência virtual e autoproclamada de Juan Guaidó tentam há 6 anos afastas Maduro do poder.

Começou em abril de 2013, após a reeleição de Maduro contra Henrique Capriles, candidato da coalização “Mesa da Unidade Democrática”, a MUD. O placar tão apertado – 50,61% para Maduro, contra 49,12% para Capriles – fez a oposição iniciar um movimento pela contagem de votos. Mas não tomou a dimensão pretendida e Capriles saiu esvaziado.

Assumiu, em seu lugar, Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao, um reduto elitista e antichavista na Venezuela.

O segundo episódio veio em 2014, quando López, na liderança da MUD, convocou protestos de massas contra Maduro. Chamado de “a saída”, o movimento tentava emplacar a ideia de que somente a saída do presidente reeleito era solução para a crise que o País atravessa.

Em fevereiro de 2014, a Justiça emitiu contra López um mandado de prisão por incitar a desordem. Ele resistiu por alguns dias, mas acabou se entregando como estratégia para inflamar ainda mais os protestos de oposição. Maduro, de seu lado, também convocou manifestos de apoiadores.

O confronto de 2014 teve 43 mortos entre feverero e junho. Quase 500 pessoas sairam feridas e 2 mil foram presas.

Em 2017, López migrou para a prisão domiciliar, mas continuou vigiado por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência, o Sebin. Dissidentes do Serviço foram os responsáveis por libertar López em 30 de abril de 2018, quando começou o quinto grande ato pela deposição de Maduro.

O terceiro episódio, contudo, data de 2015, quando a oposição conseguiu sua maior vitórias desde 1999: ampla maioria eleita para o Parlamento. São 112 assentos governistas, contra 167 da oposição, na Assembleia Nacional.

O Supremo Tribunal de Justiça, porém, declarou a Assembleia “em desacato” e o governo Maduro não reconhece os poderes do Legislativo desde então.

Contra a medida, a oposição organizou protestos chamados de “tomada da Venezuela”, que levaram milhares às ruas de Caracas, igualmente sem sucesso. A tentativa de realizar um referendo popular para revogar o mandato de Maduro não prosperou junto ao Conselho Nacional Eleitoral, em 2016.

Em 2017, algumas manifestações contra a suspensão do referendo foram registradas. Mas o quarto grande ato contra Maduro começou mesmo quando o STJ assumiu as funções da Assembleia Nacional e retirou a imunidade dos parlamentares.

Os confrontos nas ruas marcaram a morte de 127 pessoas, e deixaram mais de 3 mil feridos.

À época, o governo Maduro recebeu apoio de milícias chavistas, implementado como estratégia militar dentro do “Plano de Zamora”. Elas ajudaram a controlar os protestos que se estenderam por cerca de 2 meses.

Em resposta, o governo Maduro instalou uma Assembleia Nacional Constituinte, integrada por representantes chavistas.

Em 23 de janeiro de 2019, Juan Guaidó, então presidente da Assembleia Nacional se declarou “presidente interino” da Venezuela e foi reconhecido pelos Estados Unidos e outras dezenas de Países.

Em fevereiro e abril, Guaidó convocou atos de rua na tentativa de dividir os militares que dão sustentação ao governo Maduro.

A maior de suas ofensivas se deu no dia 30 de abril, quando ele divulgou nas redes um vídeo afirmando que tinha conseguido o apoio das Forças Armadas. Ele apareceu ao lado de López e alguns dissidentes militares que acabaram presos. Há ainda protestos na rua, sem previsão de terminar. Até o momento (3/5/2019), cinco pessoas foram mortas nos confrontos.

Redação

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