Embora pesquisa Atlas tenha identificado que Lula venceu Bolsonaro no debate da Band entre os mais indecisos, a avaliação de analistas que acompanharam o confronto ao vivo na TV GGN é de que o ex-presidente petista precisa aprimorar sua estratégia para um próximo embate.
Na visão do jornalista Luis Nassif, da TV GGN, “Lula ficou mais preocupado em se defender das inverdades do que ir em cima dos vícios de Bolsonaro.”
“As mentiras do Bolsonaro, a hipocrisia, essa é a maior arma do Lula. Não houve preparo adequado para expor essas hipocrisias”, disse Nassif, citando a usurpação de diversas religiões por Bolsonaro como exemplo.
O cientista político Leonardo Avritzer disse que Lula poderia ter elaborado respostas melhores e mais objetivas para questões que evidentemente seriam exploradas por Bolsonaro, como a corrupção dos governos petistas.
“Provavelmente a campanha do Lula achou que ele deveria ser mais presidencial, achando que o Bolsonaro seria menos. E acabou que foi presidencial demais e deixou de insistir em pontos importantes. Por exemplo: ele deveria ter mostrado que quem recebe o grosso do orçamento secreto são deputados do centrão, que votam com o governo”, pontuou.
Na visão de Avritzer, Bolsonaro “teve uma semana complicadíssima”. “Começou com [os ataques de bolsonaristas na missa em] Aparecida e terminou com pedofilia. Bolsonaro precisa se reestruturar. Ele conseguiu no debate, pelo menos, não ser nocauteado. Entrou preparado e com dados”, disse.
A avaliação geral é que Lula se saiu bem no primeiro bloco, foi mediano no segundo e perdeu o controle no terceiro, quando Bolsonaro tinha o poder de pautar o confronto direto.
“Lula deixou a história do petrolão e ir longe demais. Ele precisa dizer ‘Chega disso: eu já passei 580 dias preso. Eu já fui solto. Não vou falar mais disso com você'”, comentou Haroldo Cevarolo, do Opera Mundi.
“A sorte é que Bolsonaro não fala bem. Ele não conseguiu falar para fora da bolha dele. Mas foi sorte. Acho que Lula não estava preparado, com dados suficientes. Acho que o presidente geriu mal o tempo. Por sorte, no final, ele teve um direito de resposta que compensou os minutos desconexos de fala. (…) No final das contas, não foi um estrago tão grande. Mas o Lula tem que se preocupar em ser mais incisivo e se preparar para o debate na Globo”, comentou o historiador Fernando Horta.
O linguista Gustavo Conde observou que apesar da enxurrada de fake news, Bolsonaro consegue transmitir “segurança sobre o que está falando” e isso cativa os seus eleitores. “Mas acho que [o placar do debate] é zero a zero.”
A jornalista Eliara Santana também avaliou que Lula não teve seu melhor desempenho. “A campanha do PT precisa entender que Bolsonaro é um cara cínico e mente, e precisa preparar Lula para isso. Precisa de um treinamento. (…) Ele acaba capturando Lula. Não entendo por que a questão dos 51 imóveis não entra nos debates”, frisou a jornalista.
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O valor do Bolsa Família, em comparação com o Auxílio Brasil, é um outro ponto a ser explorado; o benefício do Lula abrangeu um contingente muito maior de pessoas e foi pago por 8 anos. Além disso, não dá pra comparar o valor de 20 anos atrás com o de agora. E também o que importa é o poder aquisitivo do benefício do Lula que, embora em valor menor, supria melhor as necessidades das famílias, devido à inflação baixa na época.
Por fim, Lula precisa lembrar que o Auxílio BR teve o valor de $ 600 aprovado pelo Congresso, não pelo presidente.
Eu tenho pavor de quem nada tem a perder. Porque uma teve nem nunca terá. Não há como atingir, acordar,chamar à razão. Sociopata.