Apoio do PT foi decisivo nas três disputas a governo no nordeste

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A região nordeste teve três dos seus nove estados com votação a segundo turno para definir os governadores. 

No Ceará, o novo governador é o petista Camilo Santana, com 53,35% dos votos, vencendo o peemedebista Eunício Oliveira, que obteve 46,65%. A vitória não foi uma surpresa, já que Camilo apresentava como liderança nas últimas pesquisas eleitorais. 
 

Entretanto, a disputa estava acirrada em um primeiro momento. Eunício Oliveira tinha a maioria das pesquisas durante a campanha no primeiro turno. Anunciado nos últimos dias de oficialização, Camilo Santana foi o escolhido pelo então governador Cid Gomes (Pros) para o apoio do partido. Com a escolha dos irmãos Ferreira Gomes a sucessão, o petista passou a sair na frente numericamente nas pesquisas eleitorais. 
 
A campanha de segundo turno foi marcada por grande rivalidade e acusações de favorecimento por setores representativos. Enquanto Eunício
denunciava o “uso da máquina pública” pelo adversário, Cid Gomes, cabo eleitoral de Camilo, acusava a perseguição que a coligação sofreu por policiais militares no dia das eleições. A denúncia chegou ao TRE do Ceará, que ocasionou no envio de uma tropa de 2500 homens do Exército, que foram distribuídos por zonas eleitorais, entre a capital Fortaleza e 10 cidades.
 
O secretário da Saúde, Ciro Gomes, ficou satistfeito com o resultado das urnas, mas estranhou o desempenho de Camilo na capital do Ceará. “Vou gastar toda energia da minha vida para não decepcionar os cearenses”, comemorou o petista.
 
Já no Rio Grande do Norte, os papeis de apoio foram invertidos e o governador eleito Robinson Faria (PSD) contou com a aliança do PT, principamente da senadora eleita Fátima Bezerra. A disputa foi acirrada contra o então presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB). O resultado das urnas foi de 54,42% para Robinson Faria e 45,58% para Henrique Alves.
 

“Reconheço a importância do PT na minha eleição. Foi uma campanha desigual. O outro candidato teve recursos, alianças, mas não teve o povo no palanque. Fizemos uma campanha pautada na cidadania, no espírito público, que mostrou a inteligência do povo potiguar”, disse o candidato eleito. Enquanto contava com o apoio de 8 partidos, Alves obteve a articulação de 18 na sua campanha. 
 
Apesar de ser sua primeira candidatura ao governo e de contar com poucas alianças, Robinson Faria foi vice de Rosalba Ciarlini (DEM), governadora atual do estado, em 2010. Rompeu com a governadora, depois de também passar pela Secretaria de Recursos Hídricos do estado.
 
“Faremos um governo técnico. Estou totalmente livre para premiar a competência. O fator decisivo para integrar a minha equipe não será bandeira partidária. Será a competência. No meu governo não terá essa história de um tempo para arrumar a casa. Vou trabalhar desde o primeiro dia para fazer um governo inovador, ousado, moderno e restabelecer o diálogo com a sociedade”, defendeu Robinson Faria (PSD).
 
O outro estado nordestino que levou a disputa para este domingo foi Paraíba, que reelegeu Ricardo Coutinho (PSB), com 52,61% dos votos, contra 47,39% de Cassio Cunha Lima (PSDB). Mais uma vez, o PT foi determinante para a vitória.
 
Coutinho já foi vereador pelo PT durante dois mandatos, em 1992 e 1996, e deputado estadual também por duas vezes, em 1998 e 2002. No ano de 2002, Coutinho deixou o PT e filiou-se ao PSB, vencendo com o novo partido as eleições para prefeito de João Pessoa, onde também foi reeleito em 2008. 
 
Apesar da trajetória política predominante no estado, o primeiro turno apresentava o tucano Cunha Lima pouco mais de um ponto percentual a frente: 47,44% contra 46,05%. Para virar os resultados, foi preciso o apoio da presidente Dilma Rousseff nessa campanha de segundo turno. “Obrigado, Paraíba. Vou fazer o melhor mandato da minha vida”, agradeceu por Facebook.
 

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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    1. Publicar infâmias da espécie

      Publicar infâmias da espécie não servirá mais para dar visibilidade a esse energúmeno?

      Que importância tem esse sujeito de quinta categoria para o país? O que representa até no mesmo na sua área, o jornalismo?

      Respondo: nada vezes nada vezes nada.

  1. Paulistas,
    Comentário no Globo Esporte:Dr.afranio Nogueirahá 8 minutos, respondidohá 5 minutosSou mineiro de Belo Horizonte. Ando lendo muitas besteiras ai. Quer dizer que nós mineiros somos obrigados a votar em um candidato que foi um péssimo governador e que conhecemos bem do que é capaz? só porque vocês paulistas querem? . Se tem algum Burro nesta história são vocês por terem votado em um sujeito que vocês nem conhecem. 

  2. Com alianças dessas o PSDB

    Com alianças dessas o PSDB ainda quer obter votos no Nordeste!

    Se os Nordeste fosse como no tempo dos coronéis, que a besta se refere, provavelmente ele já estaria em outro plano, o Nordeste é e sempre foi um povo civilizado que abasteceu o resto do país de homens cultos e de trabalhadores.

  3. A vitória de Camilo Santana

    A vitória de Camilo Santana no Ceará foi mérito, principalmente, da família Ferreira Gomes. Afinal, foi o atual governador que o escolheu à revelia de outros nomes bem mais conhecidos na política estadual. O Partido dos Trabalhadores, na verdade, pouco trabalhou para sua candidatura. Nomes fortes da sigla, como Luizianne Lins (a mais bem votada para deputado federal), não dedicaram um único minuto à campanha do companheiro. E esse cenário se apresentou tanto na capital quanto no interior.

    Já o candidato derrotado teve como maior mérito conseguir ressuscitar o ex-governador e ex-senador Tasso Jereissati e ajudá-lo a eleger-se ao cargo de senador, isso após ser fragorosamente derrotado em 2010 para o mesmo cargo. Aliás, Eunício estava igual cachorro doido, correndo para todos os lados. Ora insinuava estar apoiando Dilma Roussef, ora insinuava estar apoiando Aécio Neves. Havia propaganda impressa de sua campanha ora ele aparecendo com um ora com outro. Indivíduo sonso e insoso, costurou um arco de aliança com figuras tenebrosas no interior do estado para tentar se eleger. Apesar do imenso aparato financeiro e midiático (seu e de Tasso), não conseguiu vencer.

    De tudo o que li e vi posso dizer que: 1) Eunício Oliveira, que continua como senador, tem grande possibilidade de tornar-se oposição ao governo de Dilma, ainda que de maneira dissimulada; 2) O PT está fragmentado aqui no estado, é preciso uma reestruturação caso queira seguir adiante como sigla partidária com condições de disputa; 3) Não me admiraria se o governador eleito pousasse em outra sigla ao lado dos Ferreira Gomes.

    1. O ego desses medalhões

      O ego desses medalhões petistas do Ceará é de envergonhar qualquer ser humano. Deviam se espelhar no Lula e baixar a bola.

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