As três condicionantes para São Paulo relaxar a quarentena contra COVID-19

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Não há como afrouxar as medidas contra o coronavírus sem antes elevar o índice de isolamento social, desocupar leitos e derrubar os novos casos

Jornal GGN – Após planejar a flexibilização da quarentena a partir de 11 de maio, o governo de São Paulo precisou recuar da decisão e, nesta sexta (8), não só estendeu as medidas de mitigação contra o coronavírus até 31 de maio, como ainda expôs o desafio que será alcançar as condições necessárias para o “relaxamento”.

O secretário de saúde do Estado, Luiz Henrique Germann, informou durante coletiva de imprensa conduzida pelo governador João Doria (PSDB), que são três os fatores para a retomada gradual e heterogênea de atividades que estão suspensas em decorrência da pandemia.

É preciso (1) aumentar e manter o índice de isolamento social acima dos 55%, (2) garantir pelo menos 40% de leitos de UTI desocupados e, (3) registrar, por 14 dias consecutivos, queda nos casos de coronavírus.

O caminho traçado pelos médicos que dão respaldo às decisões do governo colocam em xeque a intensidade das medidas adotadas até agora.

A imprensa começou a questionar como será possível gabaritar essas condicionantes sem decretar o lockdown em São Paulo.

Doria não descartou a medida, mas protelou sua adoção, confiando, mais uma vez, no voluntarismo da sociedade.

Slide apresentado pelo governo de SP na sexta (8), mostrando os 3 requisitos para a flexibilização da quarentena

O CENÁRIO REAL

Há 15 dias – desde que Doria começou a falar em flexibilização – o índice médio de isolamento social no Estado tem ficado abaixo dos 50%, chegando à mínima de 47% na última semana.

Nos planos do governo, para manter o mínimo de controle sobre a pandemia, esse índice precisa ficar em torno de 55%.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicou que o índice de isolamento social é “uma variante que interfere na taxa de contágio do vírus”. Portanto, “quanto menor a taxa de contágio, mais rapidamente controlamos a epidemia.”

Hoje, essa taxa de contágio é outro dado alarmante: está quatro vezes maior do que o registrado no começo da crise em São Paulo.

Segundo o secretário de Saúde, se o índice de isolamento social não ficar entre 55% e 60%, “teremos problemas para atendimento dos pacientes”.

O Estado e as prefeituras estão construindo hospitais de campanha e ampliando leitos em parceria com redes privadas, mas “a gente só consegue repor os leitos necessários desde que a tenha um cenário de taxa de isolamento de 55%, em média”, advertiu Germann.

O secretário ainda alertou que, no interior do Estado, a média de ocupação de leitos de UTI já está em torno de 70%. Na região metropolitana de São Paulo, chegou a 90%.

A equipe econômica do governo esclareceu que o plano de retomada da economia e reabertura de escolas só será efetivado quando os “índices” estiverem de acordo com o desejado pela equipe de saúde.

“São três fatores analisados diariamente pelo comitê de saúde, principalmente, e pelo comitê econômico. Se para salvar vidas tivermos de endurecer medidas, assim faremos”, disse Doria.

Hoje o Estado tem 41.830 casos confirmados de coronavírus (crescimento de 5% em 24 horas) e 3.416 óbitos (alta de 7%).

SERGIO MORO É A PAUTA DO NOVO PROJETO JORNALÍSTICO DO GGN.
CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. É urgente o afastamento do presidente e sua equipe, precisamos começar quase do zero.
    Todos juntos contra o coronavírus, depois cada um por si.

    As temperaturas estão caindo no sul e em São Paulo, no sul de Minas também.
    O inverno está chegando, precisamos agir rápido.
    Das forças armadas, mais do que hospital de campanha, precisaremos de pessoal treinado para o atendimento na saúde.

    Precisar em liberar os estudante de enfermagem e de medicina para atuarem nos hospitais, no mínimo como ajudante. A sobrecarga está em um nível elevadíssimo.

  2. Não há como suprir o item 2; os nº de casos não vai diminuir, ainda estamos na fase ascendente na curva. No estado em que talvez a melhor estrutura médico hospitalar esta disponível, esta não é ainda suficiente para fazer frente a pandemia.
    Doria , por alguma razão ainda obscura, colocou suas fichas na atitude correta a ser tomada, mas
    tem a pressão de seus apoiadores para como Bolsonaro, privilegiar o capital.
    Veremos muitos sacos plásticos negros ainda, e a “opinião pública ” ainda é muito sensível a esta cena. Como durante o conflito do Vietnã.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador