Bloomberg: países europeus se planejam caso derrota da Otan para a Rússia se confirme  

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Governos já avaliam riscos para membros da Otan se a Ucrânia não conseguir mais resistir às forças russas e as suas defesas desmoronarem

Guerra na Ucrânia saiu de uma vitória certa da Otan contra a Rússia para uma derrota cada vez mais próxima. Foto: Reprodução/EuroNews

Com a ajuda ocidental destinada à Ucrânia em um impasse, os aliados europeus começam a deliberar sobre o que farão se o plano para derrotar a Rússia não funcionar, informa a Bloomberg.

De acordo com o jornal, alto funcionários envolvidos preveem que o impacto de tal revés estratégico para o prestígio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria “muito mais profundo” do que o causado pelo “espetáculo da retirada fracassada dos Estados Unidos (EUA) do Afeganistão” em 2021.

Governos já avaliam riscos para os membros orientais da Aliança Atlântica se a Ucrânia não conseguir mais resistir às forças russas e as suas defesas desmoronarem. As promessas de defesa feitas por Washington já são questionadas.

Conforme a Bloomberg, Moscou tentaria assumir mais território sob seu controle e “destruir mais infraestrutura se a Ucrânia não receber armas do Ocidente para se defender”. Neste caso, Kiev teria de aceitar um acordo de cessar-fogo nas condições de Moscou.

Embora US$ 61 bilhões dos EUA e € 50 bilhões da União Europeia continuem bloqueados por diferenças políticas, e os apoiantes da Ucrânia aguardem decisões no início do próximo ano, as autoridades reconhecem que um avanço ucraniano é improvável.

A aposta de Putin 

De acordo com apuração da Bloomberg, algumas autoridades nos países bálticos já falam sobre preparativos para uma nova guerra, dado que as tropas russas “não serão derrotadas na Ucrânia”, e crescem as preocupações sobre se os EUA e outros aliados arriscariam as suas tropas para defender as pequenas nações que faziam parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).  

Assim, Martin Herem, chefe das Forças de Defesa da Estónia, afirmou em declarações a um canal local na semana passada que as forças russas poderiam estar prontas para atacar a Otan dentro de um ano, no final do conflito na Ucrânia. “A Rússia não tem medo da Otan”, disse o chefe militar.

A agência destaca que desapareceu a confiança no Ocidente de que a operação militar especial lançada por Moscou foi uma “derrota estratégica” para o líder russo. 

Há quem sugira uma “sensação crescente de que a aposta do presidente russo, Vladimir Putin, de que conseguirá sobreviver aos EUA e aos seus aliados, poderá revelar-se acertada”, destaca o texto da Bloomberg.

Uma vitória russa no conflito ucraniano desencadearia um fluxo de refugiados para a União Europeia, aumentando a pressão sobre certos serviços nos países afetados e agravando as tensões entre os membros. 

Da mesma forma, a possível transição da Ucrânia para táticas de guerrilha perpetuariam as instabilidades na fronteira oriental da União Europeia.

Putin descarta ampliar guerra 

Putin contrariou recentemente seu homólogo americano, Joe Biden, de que Moscou poderia atacar quaisquer países da Otan como “total absurdo”. 

“Acho que o presidente Biden entende, esta é apenas uma figura retórica para justificar a sua política errônea em relação à Rússia”, disse o presidente.

“A Rússia não tem razão, nem interesse, nem geopolítico, nem econômico, nem político e nem militar para lutar contra os países da Otan. Não temos reivindicações territoriais uns contra os outros e não temos nenhum desejo de estragar as relações com eles”, explicou.

Com informações da Agência RT

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Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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