…da enferma sociedade brasileira, seus nojos e seus bandidos de estimação…

…da enferma sociedade brasileira, seus nojos e seus bandidos de estimação…
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Uma das características marcantes de todo rebanho social envolvido em processos histéricos, paroxísticos e baseados em preconceitos, fanatismos e nojos e ódios de pessoas e grupos sociais é a presença de brutais incoerências em seu pensar, sentir e seu comportamento – inclusive o ético!
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O Brasil teve seus “corruptos folclóricos”, quase que tratados com afagos por essa mesma sociedade. Maluf seja talvez o símbolo maior dessa tolerância. Ninguém era “visto de soslaio” por ser malufista, não era uma figura odiada, nunca vimos nossa classe média rejeitar a famosa apresentadora de TV, Hebe Camargo, por ser fã e apoiador de Paulo Maluf.
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Do mesmo modo, essa estranha classe média não se envergonha por admirar os artistas que recentemente teceram loas a Aécio Neves apoiando-o na eleição presidencial de 2014. Mesmo depois de escândalos seguidos (e repletos de PROVAS) comprovarem o que há muito já era demonstrado no mundo da blogosfera, que se trata de um dos mais contumazes e cínicos corruptos da História do Brasil. Sejamos honestos: mesmo contra o próprio Aécio, a sensação que as pessoas demonstram é mais uma “pequena decepção”, do tipo: “me enganei com o Aécio, ele não era honesto afinal….” – sem nojos, sem ódios, sem pixulecos dele em roupas de presidiário, sem pressão alguma, mínima que seja, para que seja julgado e condenado por seus muitos crimes. Nossa sociedade tem seus bandidos de estimação, e em seus braços tolerantes perdoa de bom grado, e aceita o “equívoco” dos artistas que apoiaram Aécio.
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É a mesma sociedade que lê a manchete “FHC utiliza vinte milhões da Lei Rouanet para digitalizar seus documentos” – e não se importa, não questiona. Porque? Porque FHC faz parte dos brasileiros “que merecem respeito e presunção de inocência”.
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Uma sociedade se torna hipócrita, incoerente, enferma e fascista, quando trata com sentimentos de desprezo, nojo e ódio a líderes, partidos e seus apoiadores, APONTADOS PELO SENSO COMUM COMO “O MAL EM SI” – quando essas pessoas tornam-se então, literalmente, o inimigo a ser combatido e tratado com o desprezo da sociedade. E é aí que temos a FRATURA DO SER (que divide seus valores e princípios de vida, entre “os que o merecem e os que não o merecem”) e a consequente FRATURA SOCIAL – quando separo “os bons” (ou, aqueles a quem devo o mínimo respeito humano e tratamento civilizado) e “os maus” (os que merecem ser DESPROVIDOS desse mesmo respeito humano mínimo e tratamento civilizado e tolerante). Quando então, vemos as cenas vergonhosas, como a de Chico Buarque sendo chamado de “merda” no meio da rua, por playbois do Leblon.
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Tornado membro de um rebanho desumanizado, tosco, amoral, o ser humano perde sua capacidade mais fundamental: a liberdade da construção de uma CONSCIÊNCIA DO MUNDO, DAS IDEIAS, DOS FATOS, livre, independente. Subordina-se totalmente, em uma escravidão perversa, ao “senso comum do rebanho” – repetindo acriticamente e se apossando emocionalmente, dos “MANTRAS” adotados por seu meio social.
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LULA não é odiado por “ser corrupto” – esse é apenas o MOTE, o ÁLIBI – Lula é odiado porque uma sociedade rasa, incivilizada, fútil, preconceituosa e narcísica foi ensinada a odiá-lo.
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Chico Buarque não deu jamais motivo algum em seu comportamento social e político para ser chamado de “merda” no meio da rua, saindo de um Restaurante. O motivo é o ÓDIO que gera nas pessoas enfermas, sua simpatia por Lula e o PT.
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O juiz Sérgio Moro não é festejado por ter dado mostras de imparcialidade, sabedoria jurídica e apego à justiça: é festejado por massacrar o inimigo, o “SATANÁS”, o odiado, o ser de quem sentem NOJO, Lula…… – ou alguém tem dúvida do que sentiria sobre Moro ESSA MESMA SOCIEDADE, se o alvo de sua ira fosse Fernando Henrique Cardoso?
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Somos um país enfermo, com a classe média mais narcísica e intolerante do planeta.
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Como diria Marilena Chauí, uma abominação ética, intelectual, moral e cognitiva!

Redação

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