Delfim Neto, Mantega e a maturidade do Brasil

Caros, 

Em seu blog, O Prof. da Unicamp, Fernando Nogueira da Costa, faz uma análise sobre as lições do Delfim Neto, (Lições de Mestre sobre Política Monetária), e depois emenda comentários sobre Stanley Fischer. 

Minha tendência é concordar com ele sobre o Delfim. Sabemos que ele não é o mesmo “reacionário” (grifo meu) dos anos 60 e 70, pelo que vem escrevendo nos últimos anos, não o qualifico mais nem como economista, hoje ele é uma figura anti-economista.

Assim como ele diz que FHC quebrou o Brasil 2 ou 3 vezes, o que é fato (2 vezes), mas quando questionado sobre os juros estratosféricos dos anos 70, que pegou nosso país de calça curta, , responde que ninguém poderia adivinhar o que iria acontecer, ou seja, mostra também o quanto éramos ingênuos(será? tenho dúvidas sobre esse éramos) 

Na época do Delfim, se tivéssemos uma maturidade sobre a geopolítica global e cenários prospectivos mínimos (nada sofisticados como Pierre Wack na SHELL), e uma elite que tivesse compromissos com a nação (diria um ponto chave), teríamos sim evitado. Isso ele numa vai admitir. Com diz Fiori no livro Celso Furtado e o Brasil (conf. de 1999 em BH), estamos (o Estado) a mais de século tentando fazer uma nação e ainda não conseguimos, pois nossa elite não tem compromisso como o povo e sim sugar. Ele é ácido e virulento no texto, que você e o Prof. da Unicamp, devem conhecer.

Veja o caso do Ministro Mantega, reclamando por semestres nas reuniões do G20, nos jornais e para o mundo sobre a guerra cambial, sem fazer nada (sem ação) no câmbio, mostre que não estamos maduros ainda, mostra que o Brasil continua ingênuo, agora com o Ministro no papel de bobo da côrte, que deveria ter sido demitido, faltou-lhe, claramente, competência. Num país sério, falando feito otário, estaria na rua.

Voltando ao Delfim, e a esquerda míope e cartesiana, é que ela continuou acreditando num dos aforismos do Delfim Netto, da qual ele é mestre nessas tiradas, citando de memória (que é falha), mais ou menos, dos anos 90, “deixa o PT e o Lula governa por cinco anos, que depois vamos governar por mais quinhentos”, mas o fato é que ele apoiou o Lula em 2002 e continua apoiando hoje, e a esquerda míope e cartesiana, continua, canhestramente acreditando no aforismo que ele disse e outras visões surrealistas, estão fora da realidade e do processo histórico.

O Delfim é mais esperto. A esquerda cartesiana, não entendeu o que Oswald de Andrade já decifrou na década de 1940 ((ninguém entendeu Oswald de Andrade):

“O marxismo militante engajou-se na economia do Haver (Patriarcado) escapando às injunções históricas da economia do Ser (Matriarcado)”

(Tese concurso apresentada para Cadeira de Filosofia – FFLCH- USP, 1950: “A Crise da Filosofia Messiânica” – reprovado pela segunda ver, a primeira em 1945: Tese concurso para Cadeia de Literatura Brasileira – FFLCH: A Arcádia e a Inconfidência).

Ou como disse Alfredo Bosi,

“Nada se entende fora da história”,…, “Se for correta ou pelo menos razoável a hipótese marxista do caráter interessado, logo parcial das ideologias, torna-se relativamente fácil mapear o lugar das idéias econômicas e políticas hegemônicas em um determinado contexto.” (Alfredo Bosi, Revista Carta Capital, ANO XVIII N: 698, p: 58, 59 e 60. 23 de maio de 2012).

Minha conclusão é que, estamos caminhando sim, mas um país sério mesmo, uma elite que devora e abrasileira o mundo, ainda tem chão, muito chão.

Quem viver verá!

Redação

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