Depende de nós

Apesar de leitor assíduo, quase diário, tenho manifestado minhas opiniões raramente. Assim, cheio de dúvidas sobre principalmente para que escrever, tentarei registrar um instantâneo deste Brasil joguete em mãos disfarçadas de brasileiros disfarçados de honestos. Antes de tudo, se tenho um único leitor, ele deve saber que não lido com tuítes e quejandos. Se fosse assíduo das redes sociais, saberia que meu personagem já esteve mais de uma vez em Miami, onde tirou fotos com um cubado. E daí, você há de perguntar. Não sei você, porém, quando sei disso, ponho meu juízo de molho. Aliás, só agora, antes destas desencontradas linhas, achei de pesquisar sobre o cidadão de quem se anunciou, há alguns dias, um espetáculo musical nas cercanias da minha cidade. Fico sabendo também que esse afamado cantor e compositor é filho de militar. “E daí?” Eu não sei você… Pois desprovido de qualquer senso de oportunidade, fui ao show de Toquinho e Ivan Lins certo de que ouviria o trabalho musical de Toquinho e Ivan Lins. E foi o que aconteceu. Com os inafastáveis – existe? – causos sobre o “Poetinha”, Toquinho agradou como craque que é no violão. E veio Ivan Lins… Que cantou fazendo gestos de quem está numa torcida: o punho cerrado deslocando o ar. “Aqui é meu País!” e ao final, nos aplausos,  gesticulava. Mais outra música intencionalmente voltada para o momento e novo gesto. Após uma piada dispensável (não merece este espaço), segundo ele de autoria de Vitor Martins, e parecendo à vontade, perguntou (à assistência ou a si próprio, não sei) se a eleição seria no próximo domingo. Ouviram-se gritos dos nomes dos dois candidatos finalistas, ao que nosso personagem reagiu, separando os indicadores à altura dos ombros (lembra o militar?) e com um sonoro “Não, aqui não! Lá fora!”. E ainda veio o mais contrangedor: depois de “Aviso ao formigueiro, vem aí tamanduá”, nosso arauto dos novos (novos?) tempos, ao blim, blom dos teclados, tece loas a JB – esse mesmo: Joaquim Benedito Barbosa Gomes! Me retirei – perdoe a próclise – “No novo tempo, apesar do castigo”… Não sei você, porém penso que brasileiro com honestidade de próposito faria saber que aproveitaria seu “showzinho” (acho que o autor não pagaria o que se cobrou por aquele espetáculo) para demonstrar suas preferências políticas monoliticamene. Não sei: eu não teria saído de casa.

Redação

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