Dia Mundial da Água

 

Oi Pessoal,

Recebi esse artigo ontem, escrito pelo coordenador do Sistema de Avaliação da Qualidade da Água, Saúde e Saneamento – Atlas ÁguaBrasil, da Fiocruz, prof. Christovam Barcellos.

Dei uma assuntada no site e fiquei muito surpresa com a situação da água no Brasil. Como hoje é o dia Mundial da Água, estou repassando também o link pra vcs darem uma olhada em suas cidades.

O link é: www.aguabrasil.icict.fiocruz.br

Dia da água – vamos comemorar?

 

Christovam Barcellos

 

Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz

 

 

 

No dia 22 de março comemora-se mundialmente o Dia da Água. Os brasileiros têm uma relação especial com a água e não se pode acusá-los de falta de higiene. Banhos diários, grandes doses diárias de água e o lazer nas praias e rios são hábitos que remetem a uma relação afetuosa e saudável com a água.

 

No estado do Rio de Janeiro, a rede de abastecimento de água chega a cerca de 95% das residências. Os indicadores, organizados pelo Sistema de Avaliação da Qualidade da Água, Saúde e Saneamento (o Atlas Água Brasil – www.aguabrasil.icict.fiocruz.br) da Fiocruz, mostram também a redução de diversas doenças de veiculação hídrica na última década. Também chama atenção o fabuloso aumento do número de banheiros nos domicílios, provavelmente resultado da expansão do micro-crédito para parcelas mais pobres da população. Hoje, cerca de 99% dos domicílios do estado possuem este item que representa o acesso ao conforto e higiene.

 

 

 

Acabaram-se os problemas? Infelizmente não. O problema mudou de lugar. Estes domicílios não recebem água com a qualidade e continuidade que deveriam. A intermitência no abastecimento é comum em vários bairros da cidade e no interior do estado. Os mananciais de água, sejam eles os rios ou lençóis freáticos, estão comprometidos pela poluição ou pela variabilidade climática. O desmatamento e a expansão das atividades agrícolas, o lançamento de esgotos sem tratamento em rios e o uso indiscriminado de fossas e poços têm causado danos irreparáveis às fontes de água.

 

Outro problema é a falta de informação encontrada em algumas áreas do país. Moradores de quase todos os municípios de Santa Catarina, por exemplo, não têm nenhuma informação sobre a qualidade da água em suas cidades. Isto ocorre em vários estados, porque ainda não foi implantado o Programa de Vigilância da Qualidade da Água no município.

 

 

 

O tratamento da água também é fundamental para que não haja transmissão de doenças como a amebíase, cólera, dengue, esquistossomose, leptospirose, hepatite A, dentre outras. E, pelo Atlas, é possível encontrar algumas cidades em que a água é distribuída sem tratamento.

 

Os moradores passaram a ser gestores involuntários desta crise. É recomendado que estes filtrem e tratem a água, e que tenham grandes reservatórios de água em seus domicílios. Quem mora em casas e tem capacidade de investimento está construindo cisternas e caixas-d´água. Os edifícios instalam bombas cada vez mais potentes para sugar a água das redes. São pequenas batalhas do dia a dia que evidenciam os conflitos atuais pela água nas cidades.

 

O hábito cada vez mais comum de comprar água em garrafões também demonstra a falta de confiança que os cidadãos têm no sistema de abastecimento de água. Todos estes improvisos comprometem a qualidade da água nas residências. Deveríamos e merecemos ter receber água de forma permanente, com segurança e qualidade. Para isso, são necessários maiores investimentos na proteção de mananciais, coleta e tratamento de esgoto, controle e assistência técnica para o uso das águas subterrâneas e melhoria das redes de distribuição.

 

Os cidadãos estão cumprindo seu papel de cuidar das suas casas. Cabe ao Estado zelar pelos rios, pelas redes de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgotos. Viva a água!

 

Redação

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