Dois baldes de água fria nos urubólogos da economia.

Primeiro balde: 

Este vem da Folha de São Paulo hoje;

Falta mão de obra no “chão de fábrica”

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO 

Primeiro faltavam engenheiros, profissionais de finanças e executivos multilíngues com MBA no exterior. A escassez de mão de obra agora chegou ao chão de fábrica.
Com o desemprego em 5,7%, o menor já registrado pelo IBGE, serviços “intensivos em mão de obra” -construção, supermercados, restaurantes, telemarketing, bancos- têm dificuldade para selecionar pessoal até nos níveis iniciais de carreira.
Em São Paulo, faltam mestres de obra, eletricistas, operadores de call center, caixas de supermercado, atendentes de redes de fast food, vendedores de lojas de shoppings, entre outros profissionais até então abundantes.
São profissionais que vivem a inusitada situação de pleno emprego, com desocupação em torno de 5% da população trabalhadora.
“A oferta de mão de obra não acompanha a demanda. A única forma de equilibrar isso é aumentar a produtividade e reduzir os encargos trabalhistas”, disse Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real.
Neste ano, 97% das categorias profissionais que negociaram salários tiveram reajuste acima da inflação, segundo o Dieese.
Os bancos, que contrataram mais de 50 mil pessoas em 2010, não conseguem mais recrutar escriturários com tanta facilidade. Para entrar no setor, os bancos exigem agora curso superior completo ou em andamento.
O mercado de trabalho aquecido levou o banco Santander a atrasar a contratação de 1.200 pessoas.
“Não diria que está impossível contratar, mas está mais difícil. É um daqueles problemas bons de se ter”, disse Fabio Barbosa, presidente do Santander.
“Os bancos estão tendo ganho de produtividade. É natural que o trabalhador se aproprie um pouco disso”, diz Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que conseguiu reajuste de 16,33% para quem ganha o piso de R$ 1.250 por mês.

RETENÇÃO
A disputa por profissionais é tão grande que o Bradesco elevou os salários dos gerentes de conta para evitar assédio da concorrência.
Na avaliação de Janine Berg, consultora da Organização Internacional do Trabalho, a situação cria oportunidade para equilibrar o mercado de trabalho, com maior empregabilidade de mulheres, jovens e idosos.
Também impõe mudanças nas rotinas de contratação e nos pacotes de retenção de funcionários. A alta rotatividade esbarra ainda na qualidade dos serviços e estimula a especialização.
“O Brasil ficou uma década sem crescimento e sem investimento na educação. De repente, passa a crescer mais de 5% ao ano. Para ocupações mais penosas, não acho impossível que o Brasil tenha de importar mão de obra”, disse José Silvestre, economista do Dieese.
O McDonald’s está com dificuldade para captar e treinar novos atendentes. A rede tem a maior rotatividade de sua história e está preocupada com o nível de reclamação dos clientes no Brasil.
Para não perder pessoal treinado para a concorrência, empresas desenvolvem políticas de contratação e de retenção de talentos.
As Lojas Renner procuram profissionais até no Facebook, e gastam 140 horas de treinamento por profissional. “As empresas assumiram o ônus da formação, e isso é motivo de atração”, disse Clarice Martins Costa, diretora de recursos humanos.
“Mais importante do que salário, as pessoas querem crescer. Se não retiver o profissional, perde o investimento em formação e treinamento”, disse Monica Ramos, diretora do CTS, empresa de recrutamento.

Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2712201002.htm

 

Segundo balde:

Já este vemos no Estadão;

Exportações em 2010 batem recorde histórico

BRASÍLIA – O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que as exportações brasileiras em 2010 até a quarta semana de dezembro bateram recorde histórico. Segundo o Ministério, o saldo acumulado no período de US$ 197,999 bilhões já supera o recorde histórico das exportações que foram registradas em 2008, quando as vendas externas totalizaram US$ 197,942 bilhões. As exportações pela média diária apresentam no ano um crescimento de 31,9%.

As exportações brasileiras no acumulado do ano até a quarta semana dezembro (20 a 26) atingiram US$ 197,999 bilhões, batendo a meta de US$ 195 bilhões fixada pelo governo para 2010. As exportações ganharam fôlego na quarta semana de dezembro, chegando a US$ 5,421 bilhões contra US$ 3,247 bilhões de importações. Com esse resultado, a balança comercial brasileira apresenta um superávit de US$ 2,174 bilhões na quarta semana do mês.

Dados divulgados há pouco pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que a balança comercial no mês até a quarta semana registra um superávit de US$ 3,950 bilhões, resultado de exportações de US$ 17,002 bilhões e de importações US$ 13,052 bilhões.

No acumulado do ano, a balança comercial registra um saldo positivo de US$ 18,860 bilhões. As importações no ano até a quarta semana de dezembro somam US$ 179,139 bilhões e a corrente de comércio (soma das exportações e importações no período), US$ 377,138 bilhões.

Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,exportacoes-em-2010-batem-recorde-historico,not_48887,0.htm


Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador