Em BH, Lacerda diz que Patrus usa métodos nazistas

A disputa eleitoral em Belo Horizonte vai ficando cada dia mais acirrada. Nesta sexta-feira (24), o prefeito e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), afirmou que o seu principal concorrente, Patrus Ananias (PT), usa métodos nazistas.

“Acho que a oposição à nossa candidatura está usando métodos que os adeptos nazistas de Hitler usavam na década de 1930, que é repetir uma inverdade, uma mentira à exaustão para que ela se transforme em verdade”, disse Lacerda.

A declaração foi feita durante entrevista ao vivo na TV Record. Lacerda comentava afirmação de Patrus, que dissera que “a praça da Estação foi interditada à população” da cidade pelo prefeito.

A praça é o principal local para manifestação política e artística no centro da cidade, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar de um comício na semana que vem.

A praça ficou marcada para Lacerda porque, em 2010, ele editou decreto cobrando no mínimo R$ 9.600 pelo uso da praça para todo tipo de manifestação artística, cultural e social, mediante autorização da prefeitura.

Isso levou ao surgimento de movimentos de ativistas e produtores culturais, como o “Fora Lacerda” e o “Praia da Estação”.

A reação levou a Câmara Municipal a aprovar uma lei liberando o uso da praça, sem pagamento e nem mesmo autorização da prefeitura, desde que as manifestações ocorram até as 22h e não utilizem som mecânico.

Lacerda negou que tenha interditado a praça: “Nós regulamentamos o uso dos espaços públicos para que eles não sejam depredados”.

“O importante é o seguinte: qualquer artista, qualquer conjunto de artistas, pode se reunir, se apresentar em qualquer praça, em qualquer parque, em qualquer rua, desde que não atrapalhe os transeuntes, sem autorização da prefeitura. Isso é lei”, acrescentou.

Mais tarde, questionado sobre a crítica do petista, ele repetiu o ataque: “Isso foi uma técnica de propaganda desenvolvida pelo ministro [da Propaganda Paul Joseph] Goebbels, do Hitler, na década de 30, e que funcionou bem na Alemanha. Então foi um método inaugurado pelos nazistas”, afirmou.

“Eu penso que um pouco de ética na política, um pouco de ética na campanha política é bom para melhorar a nossa democracia”, afirmou o prefeito.

Patrus disse que não iria “entrar em polêmica” com o adversário. “A nossa conversa é com a população de Belo Horizonte”, disse ele, que prometeu criar “um território livre de cultura” no entorno da praça da Estação.