Fora de Pauta

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Luis Nassif

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  1. Antropólogo Antonio Risério e o capachismo cultural e ideológico

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2696371-EI6608,00-Uma+entrevista+um.html

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2056760-EI6608,00-Uma+entrevista+parte+II.html

     Entrevista do Antropólogo Antonio Risério (em 2 partes)

     autor de: “A utopia brasileira e os movimentos negros”

     
    Eu vou ali pegar um avião, visitar essa bela cidade, a convite dessa baita instituição, e já volto. Deixo-os com uma entrevista que dá muito, muito o que pensar. É uma conversa de José Castelo com o historiador e antropólogo Antonio Risério, a propósito de seu próximo livro, intitulado A utopia brasileira e os movimentos negros. A entrevista foi publicada originalmente no Valor Econômico. Nela, Risério fala do que considera sua “solidão” no debate racial brasileiro de hoje, dividido entre, por um lado, os que negam a existência do racismo e simplesmente se recusam a reconhecer a relevância do tema e, por outro lado, os que, segundo Risério, tentam importar ao Brasil categorias raciais norte-americanas, bicolores. Aí vai a íntegra da entrevista, enviada por cortesia de meu amigo Armando Almeida.

    P: Em seu novo livro, você defende a idéia de que, ao tratar da cultura brasileira, não podemos nos iludir com fantasias fáceis, novos truques ideológicos e maniqueísmos simplificadores. Você se empenha, ainda, em não fugir da questão chave posta pela idéia de uma democracia racial e cultural. Contra quais idéias dominantes você escreveu este novo livro? Em que direção vai esse caminho original que você vem nos oferecer?

    R: Estou nadando, clara e decididamente, contra a maré “bem-pensante”, hoje, no Brasil. De uns tempos para cá, enquanto negromestiços norte-americanos passaram a reivindicar sua “identidade birracial”, aproximando-se assim do modelo brasileiro, o que está acontecendo aqui é um movimento inverso: negromestiços tentando enfiar a rica e múltipla realidade racial brasileira na camisa-de-força do padrão dicotômico norte-americano, que é essencialmente racista e foi criado pelos senhores brancos do sul dos EUA. Os EUA são o único país do mundo onde a existência de mestiços de branco e preto não é socialmente reconhecida – basta uma gota de “sangue negro” para fazer do indivíduo um “negro” (jamais um “branco”, é claro). É isto o que está sendo transposto para cá, por nossos acadêmicos racialistas e agrupamentos ativistas neonegros. Trata-se de tentar transformar o Brasil num campo racial nitidamente polarizado, com base no que aconteceu na vida norte-americana, como se a experiência histórica de um povo pudesse ser simplesmente substituída pela experiência histórica de outro. Daí que o racialismo político-acadêmico de professores e militantes tenha baixado o decreto ideológico de que inexistem mestiços em nosso país. De que nossos morenos e mulatos não passam de uma perversa ilusão de ótica. É certo que a mestiçagem brasileira recebeu, no século passado, uma interpretação senhorial, mistificadora. Mas a solução não é abolir o problema, mesmo porque continuamos mestiços. Temos de saber encarar os fatos. Mestiçagem não é sinônimo de igualdade, nem de harmonia. Não exclui o conflito, o racismo. E a melhor prova disso é o próprio Brasil. É claro que nunca vivemos numa democracia racial. Mas realizamos conquistas que nos autorizam a acreditar que podemos avançar nessa direção. Que podemos realizar o mito, fazendo com que ele se encarne na história.

    P: O multiculturalismo é, ao mesmo tempo, uma idéia muito rica e uma idéia contaminada de mal-entendidos e confusões. De qualquer modo, ela parece estar no centro dos principais debates culturais de hoje. O multiculturalismo é uma característica crucial da cultura brasileira. Mas, você mostra, nenhuma das culturas que aqui chegou conseguiu conservar sua “pureza”, nesse sentido somos o país das impurezas. Que dificuldades, mas também que vantagens essas contaminações nos oferecem?

    R: Minha visão é algo diferente. De um modo geral, podemos dizer que existem países multiculturais e países sincréticos. O Brasil é um país essencialmente sincrético. Não temos aqui nada de parecido com o bilingüismo paraguaio, com as divisões que detonaram a antiga Iugoslávia, com os cingaleses e tâmeis que fragmentam o Sri Lanka, com o que acontece na Nigéria e na Indonésia. Não temos conjuntos culturais fechados, ensimesmados. Aqui, apesar das crueldades da escravidão, as coisas se mesclaram em profundidade. Daí que eu costume dizer que, culturalmente, mesmos os brancos brasileiros são mais africanos do que os negros norte-americanos. Mas há, ainda, uma outra distinção. Uma coisa é a realidade multicultural de um país, outra é a ideologia multiculturalista. O multiculturalismo se opõe às interpenetrações culturais, defendendo o desenvolvimento separado de cada “comunidade” étnica, de modo que esta possa permanecer sempre idêntica a si mesma, numa espécie qualquer de autismo antropológico. Ora, nem o Brasil é multicultural, nem há lugar aqui para o multiculturalismo, a não ser que, como dizia Adam Smith, neguemos a evidência dos sentidos em nome da coerência de nossas ficções mentais. Hoje, de resto, a experiência sincrética brasileira se tornou referência para o mundo globalizado, com todos os seus encontros e atritos interétnicos.

    P: Você estuda, em particular, a presença da cultura negra no cinema brasileiro e na música popular brasileira. E faz, sempre, um contraponto com o que se passa na cultura norte-americana. Por que?

    R: Sublinho o assassinato espiritual do africano nos EUA. Lá – sob a pressão cruel e poderosa do poder puritano branco – as culturas africanas foram destroçadas, varridas do mapa. É por isso que não há orixás nos EUA (eles só começaram a voltar no século 20, com migrações antilhanas). Os pretos abraçaram a Bíblia. Criaram uma variante do cristianismo puritano. E como elementos, práticas e sistemas simbólicos de origem nitidamente africana inexistem na sociedade norte-americana, também inexistem na criação estética desta mesma sociedade. Dessa perspectiva, a cultura norte-americana pode ser resumida em poucas palavras: nunca ninguém fez nenhum “despacho” na cabana de Pai Tomás. O que vemos no Brasil é justamente o contrário disso. Faço o contraponto para mostrar as enormes diferenças que existem entre as experiências históricas e sociais do povo brasileiro e as do povo norte-americano, com a sua rígida separação entre um mundo cultural branco e um mundo cultural negro, coisas que são fundamentais, mas que nossos atuais racialistas político-acadêmicos não levam em consideração. Se o que aconteceu nos EUA tivesse acontecido também no Brasil, em Cuba e no Haiti, não teríamos hoje sequer vestígios de deuses africanos em toda a massa continental das Américas. Teria sido melhor assim? Não creio.

    P: Você se esforça para mostrar que essa influência negra não deve ser tratada só como um elemento de formação, como um aspecto importante do passado, mas também como algo presente, e ainda, como algo que diz respeito ao futuro de nossa cultura. Que exemplos você poderia oferecer da vitalidade da tradição negra? Onde e por quem ela é anulada, e onde consegue não só sobreviver, mas se fortalecer?

    R: O ponto principal é que signos culturais de origem africana fazem parte de nosso presente social e cultural. Impregnam e imantam a nossa ambiência. Por isso mesmo, não comparecem, na criação estética brasileira, como dados arqueológicos ou como relíquias salvas de um naufrágio. Pelo contrário: aparecem como produtos concretos da vivência pessoal de nossos criadores (muitos deles, negromestiços) ou, pelo menos, como coisas que existem objetivamente à sua volta. Veja a criação plástica de Rubem Valentim, que é uma espécie de Mondrian dos terreiros, a um só tempo ancestral e construtivista. Veja a obra de alguns criadores do cinema novo, a produção poético-musical de Caetano Veloso, a literatura brasileira, onde Iansã pode irromper até mesmo nas Galáxias de Haroldo de Campos. O fato é que temos a presença ancestral da África na arte brasileira de invenção. Quanto à segunda pergunta, vejo um quadro complicado. Se o candomblé se fortaleceu em meio às elites, está se enfraquecendo em âmbito popular. As massas negromestiças brasileiras estão abandonando os terreiros e aderindo às igrejas neopentecostais, que se utilizam, diabolicamente, de crenças populares e de práticas das religiões negras, como a técnica do transe. Não quero fazer profecias, mas acho que estamos caminhando para a formação de um neocandomblé, não só em São Paulo, mas também na Bahia. Um neocandomblé que se configura a partir da presença, nos terreiros, de pessoas das mais diversas cores, classes e formações culturais.

    P: Apesar do prestígio do futebol brasileiro, o futebol continua a ser um tema recalcado em nossa cultura. Você não se esquiva dele e mostra como, apesar de ser um esporte da elite inglesa, ele logo sofreu entre nós uma sábia apropriação popular. Mostra, ainda, como a expansão do futebol afetou o crescimento do rádio e da imprensa brasileira, como ele se tornou produto de exportação e como fomentou uma indústria. Mas como, apesar disso tudo, nunca perdeu a liberdade e a criatividade. Em que medida a recriação ou reinvenção do futebol pelo povo brasileiro ainda é desprezada e por que? Que fatores levaram, entre nós, a uma valorização estética do futebol, a ponto de ele se tornar um “futebol-arte”? Você chega a dizer que o futebol brasileiro é “filho do barroco” – o que isso significa exatamente?

    R: Não acredito que haja desprezo, hoje, por essa proeza popular de recriação ou reinvenção de um esporte inglês. Dos tempos de Mario Filho e Nelson Rodrigues para cá, cresceu e muito, por sinal, a legião dos que examinam, estudam e buscam entender a escola brasileira de futebol. E não vejo como situá-la fora da matriz barroca que está na base mesma de nossa formação e vem marcando há séculos, de uma ponta a outra, tanto em plano “erudito” quanto no “popular”, a criação cultural brasileira, da arquitetura ao desfile das escolas de samba. Visões do barroco como arte do excesso, como criação lúdica e sensual, como artesanato feito para enfeitiçar os sentidos definem perfeitamente o futebol brasileiro, da folha seca de Didi ao lance desconcertante de Ronaldinho Gaúcho, ou da bicicleta de Leônidas às pedaladas de Robinho, passando pelo deus Pelé. É o gosto pela curva, pelo floreio, pelo efeito, pela voluta, pela estetização extrema de cada jogada, pela surpresa. O povo brasileiro reinventou o futebol com a inteligência corporal específica de sua formação etnocultural. Na base, o samba e a capoeira. O ritmo e a malandragem. Não é por acaso que usamos uma mesma palavra – e de origem africana: ginga – para falar de sinuosos movimentos corporais de sambistas, capoeiristas e jogadores. E esta recriação se deu em horizonte barroco. É por isso que, acompanhando alguns estudiosos, chego a falar, sinteticamente, de uma escola barroco-mestiça de futebol.

    P: Que marcas a escravidão, e também o movimento abolicionista que a enfrentou, deixam, ainda hoje, na cultura negra brasileira? Em que medida esses não são apenas eventos do passado, mas marcas que ainda hoje se disseminam, com força, na vida brasileira? Como se comportam, hoje, nossos movimentos negros em relação a esse passado que se perpetua no presente?

    R: Raramente nos lembramos de que durante séculos, no Brasil, ninguém foi contra a escravidão em si. Os tupinambás praticavam a escravidão, assim como os portugueses e os africanos. Quando um determinado grupo negro se rebelava contra a sua situação, travava uma luta específica: queria se libertar do seu cativeiro, mas não hesitaria em escravizar outros grupos. Havia escravos em Palmares. E os negros malês, que se sublevaram em 1835, pretendiam escravizar os mulatos. Ou seja: do século 16 ao século 19, fomos todos escravistas. Foi com o movimento abolicionista que, pela primeira vez em nossa história, a escravidão como sistema foi colocada em questão. E, também pela primeira vez, formou-se uma ampla aliança de classes e cores, em função do combate ao sistema. Negros – livres e escravos – participaram ativamente do processo. Nesse sentido, o 13 de Maio (ainda hoje, apesar de tudo, a nossa maior revolução social) foi, também, uma vitória negromestiça. E penso que nossos atuais movimentos negros não deveriam estigmatizar a data, desprezando a longa e dura luta vitoriosa de seus antepassados. O problema é que as nossas elites impediram a realização completa do projeto abolicionista, que visava à integração final do negro na sociedade brasileira. Não promoveram as reformas moral, educacional e agrária que eram reivindicadas pelas lideranças abolicionistas. Nabuco dizia que acabar com a escravidão não bastava: era preciso liquidar todos os vestígios do regime. E isto não foi feito. É por isso que a maioria dos negromestiços vive ainda no subsolo da sociedade brasileira. E que ainda estamos lutando para completar a obra apenas iniciada pela Abolição. O que não acredito, ao contrário dos movimentos negros, é que a luta tenha de se dar, necessariamente, por linhas étnicas rígidas. Pela adoção do modelo racial norte-americano. Temos de pensar o Brasil por nossa própria conta e risco – ou os equívocos continuarão se sucedendo vertiginosamente. É mais difícil, mas, certamente, menos enganoso e falsificador.

    P: Você trata da existência de uma “nova história oficial brasileira”, que se distingue da velha história oficial, que era tramada na perspectiva dos colonizadores. Você chega a dizer que ela é “uma espécie de contra-história brasileira”. Como ela se define? Em que medida ela construiu novos dogmatismos e novos clichês? Que aspectos e contradições de nossa história essa “contra-história”, formulada nos anos 70, tratou, ela também, de dissimular e esquecer? Em que medida ela apenas substituiu mitos antigos por mitos novos?

    R: Existe a velha história oficial do Brasil, que se institucionalizou a partir da obra de Varnhagen e da criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. E existe a nova história oficial do Brasil, que nasceu na década de 1970, invertendo os sinais algébricos da “velha”, e se institucionalizou mais recentemente, gravando-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Falo de “contra-história” porque ela pouco mais é do que uma inversão de sua antecessora. Se a “velha história” celebrava a colonização lusitana, a “nova história” celebra irrestritamente negros e índios, condenando o colonizador português ao fogo do inferno. De uma parte, ela é a história do índio eco-feliz e do negro gloriosamente empenhado na luta por sua liberdade. De outra, é a história do colonizador branco como um animal invariavelmente estuprador e assassino. De um maniqueísmo absoluto, reduz a história do Brasil, que é altamente complexa, a um filme de bandido e mocinho, idealizando os dominados e caricaturando os dominadores. Daí que passe bem ao largo de coisas como o caráter essencialmente agressivo e belicoso da cultura tupinambá ou do fato de que os nagôs vieram parar aqui porque foram vendidos aos brasileiros pelos reis do Daomé. Enfim, é uma história de povos-anjos e povos-demônios, que converte os nossos antepassados em fantasias a-históricas. E, assim, não faz mais do que substituir mitos antigos por mitos novos – ou mentiras surradas por mentiras recentes. Se quisermos de fato nos conhecer, temos de superar esse primarismo “rousseauniano”, feito sob medida para debutantes mentais.

    P: Contrariando a idéia dominante, você faz em seu livro uma aproximação estreita entre o Brasil e Cuba. O fio de ligação principal é a santería, a religião dos orixás, e, em particular, a figura de Exu. A maior parte dos brasileiros tende a ver Cuba como um país atrasado, parado no tempo, e imobilizado sob o peso de um regime de exceção. Que elos secretos, ainda assim, seriam esses que nos unem a Cuba?

    R: O traço de união entre o Brasil e Cuba é a África. Em termos históricos, genéticos e culturais. Costumo dizer que Cuba foi uma Bahia tardia e, ao mesmo tempo, mais avançada. Mais tardia porque o apogeu da economia açucareira cubana aconteceu no século 19, quando os canaviais baianos se encaminhavam para a decadência final. Mais avançada porque o que se implantou lá foi um parque açucareiro moderno, efeito e causa da chamada “revolução agrícola” cubana. Nessa época, as populações negras do Brasil e de Cuba experimentaram uma mudança notável. Os bantos estavam desde o início em ambos os lugares. Mas a revolução agrícola em Cuba e o estabelecimento de nexos comerciais diretos entre o Brasil e o golfo do Benim, na África, trazem para os nossos países levas e mais levas de iorubanos – chamados “nagôs” no Brasil e “lucumís”, em Cuba. E os iorubanos vão marcar profundamente e para sempre as duas regiões, irmanando-as. Isto é muito claro no campo da produção cultural. Uma antropologia das formas estéticas no Novo Mundo mostra com clareza a presença africana, sobretudo banto e nagô (ou lucumí), nas criações brasileiras e cubanas. Antes que “hacienda” de Fidel Castro, Cuba é, mais profundamente, terra de Iemanjá e Xangô. Como a Bahia.

    P: Como você se sente e se vê no cenário cultural brasileiro de hoje? Quais são seus principais interlocutores e quais são os principais obstáculos que enfrenta? Quais são, a propósito, seus novos projetos de livros?

    R: No campo específico da discussão das relações sócio-raciais no Brasil, hoje, minha sensação é de isolamento. De uma certa solidão política e intelectual. Por um lado, o que temos é a velha conversa de que não existe racismo no Brasil. Por outro, o que predomina é o racialismo político-acadêmico, a militância neonegra, lendo o Brasil com lentes norte-americanas. Ou seja: por um lado, o clichê insustentável; por outro, a alienação universitária e o capachismo ideológico. Nesse último caso, não se trata de combater “idéias fora do lugar”, mas de lembrar que as concepções raciais norte-americanas não são conceitos, categorias universais, mas noções “nativas”, indestacáveis da experiência histórica dos EUA, que procuram injetá-las em nosso meio através de suas instituições e financiamentos de pesquisas. Além disso, o poder se comporta com excessiva reverência diante do discurso racialista. E é ignorante, como Lula pedindo perdão no Senegal. Quem tem de pedir perdão aos povos africanos, pela escravidão, são as elites africanas, que participaram ativa e lucrativamente do tráfico de escravos. Como se não bastasse, há uma certa covardia dos intelectuais, que temem contrariar os movimentos negros e serem classificados como racistas. O clima, enfim, é de inibição do debate. Fico, então, com as exceções. Com a paixão da troca clara e honesta de idéias. E, portanto, com poucos interlocutores, a exemplo de Peter Fry, Eduardo Giannetti, João Santana e Caetano Veloso. Quanto a novos livros, não sei. Tenho escrito muito sobre a cidade no Brasil. Mas, no momento, quero que venha à luz este novo, “A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros”.

    Notícia postada em:  Nov de 2007

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    ainda em função do lançamento de A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros.

    Como você se sente e se vê no cenário cultural brasileiro de hoje? Quais são seus principais interlocutores e quais são os principais obstáculos que enfrenta? Quais são, a propósito, seus novos projetos de livros?
    No campo específico da discussão das relações sócio-raciais no Brasil, hoje, minha sensação é de isolamento. De uma certa solidão política e intelectual. Por um lado, o que temos é a velha conversa de que não existe racismo no Brasil. Por outro, o que predomina é o racialismo político-acadêmico, a militância neonegra, lendo o Brasil com lentes norte-americanas. Ou seja: por um lado, o clichê insustentável; por outro, a alienação universitária e o capachismo ideológico. Nesse último caso, não se trata de combater “idéias fora do lugar”, mas de lembrar que as concepções raciais norte-americanas não são conceitos, categorias universais, mas noções “nativas”, indestacáveis da experiência histórica dos EUA, que procuram injetá-las em nosso meio através de suas instituições e financiamentos de pesquisas.
    Além disso, o poder se comporta com excessiva reverência diante do discurso racialista. E é ignorante, como Lula pedindo perdão no Senegal. Quem tem de pedir perdão aos povos africanos, pela escravidão, são as elites africanas, que participaram ativa e lucrativamente do tráfico de escravos. Como se não bastasse, há uma certa covardia dos intelectuais, que temem contrariar os movimentos negros e serem classificados como racistas. O clima, enfim, é de inibição do debate. Fico, então, com as exceções. Com a paixão da troca clara e honesta de idéias. E, portanto, com poucos interlocutores, a exemplo de Peter Fry, Eduardo Giannetti, João Santana e Caetano Veloso. Quanto a novos livros, não sei. Tenho escrito muito sobre a cidade no Brasil. Mas, no momento, quero que venha à luz este novo, “A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros”.

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2056760-EI6608,00-Uma+entrevista+parte+II.html

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    No livro o senhor condena o movimento negro universitário brasileiro que adota o modelo de raças importado dos Estados Unidos. Por obra do acaso, na semana passada esbarrei com o seu livro “Avant-Garde na Bahia” em um sebo. E comecei a lê-lo simultaneamente com o seu novo livro. Nos dois livros fica bastante claro que o senhor tem uma visão muito crítica da intelectualidade brasileira (sempre colonizada e deslumbrada com modelos estrangeiros). Pergunto: fazendo uma comparação entre aquele período do livro que conta a história do reitor Edgard Santos e agora, o Brasil é hoje um país mais “colonizado”?
    Não sei, é difícil responder, mas talvez sim. No mundo universitário, certamente. Mas temos de fazer uma distinção. Uma coisa é a assimilação de conceitos e teses universais, outra coisa é a mera cópia de idéias e modelos. O primeiro processo é necessário, enriquecedor. O segundo é que nos conduz aos mais diversos graus e tipos de alienação. Ao capachismo cultural e ideológico. E a verdade é que, com Gilberto Freyre, Sérgio Buarque, Caio Prado Júnior e Florestan Fernandes alcançamos um patamar de reflexão brasileira que hoje parece perdido, especialmente com os subjetivismos reacionários, alheios ao movimento real da vida e do mundo, que encontramos em certos meios “pós-modernos”.

    Depois da leitura do seu livro, fiquei com a impressão de que o pensamento politicamente correto incomoda o senhor. É verdade?

    Não, não incomoda. Me divirto com suas cretinices e construções estapafúrdias. Com suas contradições hilárias, como no caso de negromestiços condenando o uso de palavras como bozó e macumba, sem saber que são vocábulos de origem africana, palavras bantas. Tenho amigos homossexuais que se definem tranquilamente como veados, mas aí vêm os comissários do politicamente correto combater isso. Alguns pretos dizem que a palavra preto, quando empregada para designar uma pessoa preta, é pejorativa. No entanto, esses mesmos pretos se tratam como “blacks”. Quer dizer, em português não pode, mas em inglês pode? É um besteirol sem limites. E como é mesmo que agora vocês aí em Minas Gerais vão chamar o Aleijadinho, que, aliás, era um descendente de escravos que tinha escravos?
    O que não devemos admitir é que esses imbecis do “politicamente correto” (“political correctness” é a expressão original, que eles copiaram) queiram mutilar a língua portuguesa mestiça do Brasil, em nome de um modismo tão passageiro quanto supérfluo.

    Tem recebido muitos ataques depois que publicou o livro? Como o movimento negro recebeu a sua obra?
     

    Não, nenhum ataque. Público, ao menos. Até agora, só elogios, mesmo que com algumas restrições críticas. A começar pelo Eduardo Gianetti, que escreveu a apresentação do livro. Mas também com artigos de Demétrio Magnoli, Idelber Avelar, Antonio Paim. E não faço a menor idéia de como os movimentos negros estão recebendo o livro. Mas tenho a mais absoluta certeza de que ele será ou já está sendo detestado pelos ideólogos acadêmicos do racialismo neonegro. Afinal, me choco de frente com eles, denunciando suas falácias, maniqueísmos, fantasias e mistificações.

    Gilberto Freyre é um autor que o senhor cita em vários momentos na sua obra. Gostaria que o senhor contasse o que pensa da recepção da obra de Freyre dentro do movimento negro. O que está vivo e o que está morto na obra dele?
     

    Freyre é um autor fundamental para a compreensão do Brasil. E é claro que não é preciso concordar “in totum” com suas idéias. Acho que o pessoal do movimento negro, em boa parte, cultiva uma recusa sem conhecimento do que Freyre fez. Não lê seus livros. Foi ensinado a vê-lo como um inimigo e ponto final. É uma pena. Como dizia Leonardo da Vinci, nada se pode amar ou odiar, se primeiro não temos conhecimento do que se trata. E é bom não esquecer de que foi Freyre quem, com Casa-Grande & Senzala, detonou o chamado “racismo científico” que dominou por décadas o pensamento brasileiro, de Euclides da Cunha a Paulo Prado e outros. E isso no momento mesmo em que o nazismo ia tomando conta da Europa.
    O que Freyre nos ensina é que, para entender o Brasil, não podemos ficar só no alpendre. É preciso conhecer o canavial. Conhecer a casa-grande e a senzala, os atos técnicos e as criações simbólicas das elites e das populações excluídas das favelas e dos bairros periféricos. E isso abertamente, fazendo o possível e o impossível para superar preconceitos. Se sua visão da mestiçagem era senhorial, não devemos, ao combatê-la, fazer de conta que a mestiçagem não existe. Nem baixar um decreto ideológico histórica e sociologicamente absurdo, eliminando o mestiço e afirmando que no Brasil só existem negros e brancos. Porque isto é uma falsificação grosseira da realidade em que vivemos.

    Por fim: em um país com a pior distribuição de renda do planeta, onde a elite não parece disposta a ceder sequer um milímetro, sua proposta de abolição da herança não lhe parece uma proposta muito utópica?
     

    A idéia não é minha. Faz parte do ideário que se produziu ao longo da história do pensamento socialista. Você pode chamá-la de utópica, sim, mas no sentido em que podemos falar de “utopias realistas”, com Pierre Bourdieu e Russell Jacoby. Acredito, como Roberto Mangabeira de What Should the Left Propose? (livro, aliás, que acabei de traduzir), que a esquerda tem de ir além do neoliberalismo e da social-democracia. Tem de construir, em seus lineamentos gerais, um novo projeto de civilização. Com teses definidas contra o modelo norte-americano de globalização, com políticas próprias para o mercado, com propostas de novas formas de trabalho, contrato e propriedade.
    A abolição gradativa do instituto da herança é uma proposição que deve ser vista nesse contexto maior. E isso tudo não vai acontecer de uma hora para outra. O que não podemos é abrir mão do projeto de transformação social, política e cultural do país. Desenhando, para isso, um horizonte de mudanças de longo prazo.

     

    Antonio Risério é poeta e antropólogo.

     

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2696371-EI6608,00-Uma+entrevista+um.html

      1. Obrigado, Cyro.

        Pena que há quem não leia e não tenha gostado. Por isso é que eu digo, aqui é um patamar diferente, é um blog com parte de seus participantes formando uma irmandade fechada e com opiniões, posições fechadas, o contraditório não existe por aqui, mas existe, sim, numa margem tão estreita que eu não posso considerar contraditórios. Que a tal irmandade se baste a si mesma. Eu não mais leio os comentários, com exceções porque voce me enviou uma mensagem e cai no meu email. Praticamente, so vou ao Multimídia, esta inserção foi excepcional e reencontrei no meu arquivo, eu o tinha citado, mas tinha pensado que tinha perdido, não gravado. Novamente, muito obrigado .

    1. Nassif, merece ser elevado a uma postagem…

      Afinal somente eu? Para  falar ´contra´ essa estupidez e mesquinharia (de Focault ) da segregação de direitos em cotas raciais e denunciar a estratégia racialista das ´Foundacio´s´ que investiram centenas de milhões de dólares da inteligência ianque visando a formação de uma elite profissional na defesa do racialismo – racismo – dos norte-americanos para ser também praticado no Brasil.

      Neste momento que entra em vigência a lei de cotas raciais nos concursos públicos, de iniciativa da Dilma, induzida pelos ativistas by Ford Fundação, é preciso manter esse debate vivo, com opiniões abalizadas como as de Risério..

      abraço.

  2. Teoria Geral do Chororô Brasileiro

    Facebook do Jornalista Geneton Moraes Neto

    https://www.facebook.com/geneton.moraesneto/posts/320922471396634

    Teoria Geral do Chororô Brasileiro

    Atenção, sociólogos, antropólogos e psicólogos de plantão: que tal alguém produzir uma Teoria Geral do Chororô Brasileiro? Já é hora.

    O capitão da seleção brasileira de setenta, Carlos Alberto Torres, fez um comentário interessante no programa “É Campeão” – que estreou esta noite, no Sportv. Disse que jamais tinha visto tantos jogadores chorarem antes e, até, durante os jogos – como acontece com os brasileiros. “É uma coisa inédita”. O programa – bela ideia – reúne quatro capitães de seleções campeãs do mundo: além de Carlos Alberto,o argentino Daniel Passarella, o alemão Lothas Mattaus e o italiano Fabio Cannavaro, sob o comando de André Rizek. A pergunta foi feita aos três estrangeiros: alguém já tinha visto algo assim? Resposta unânime: não.

    O transbordamento de lágrimas em momentos improváveis – pelo visto – parece ser um traço brasileiro.

    Júlio César, o herói da vitória sobre o Chile, chorou antes da cobrança dos pênaltis – algo jamais visto. Em outros momentos, as câmeras mostraram Tiago Silva chorando. Neymar literalmente desabou, aos prantos, com o rosto colado na grama. David Luís também derramou lágrimas “aos borbotões”, como diria Nélson Rodrigues. E quem não se lembra daquela imagem do capitão da seleção, Tiago Silva, com os olhos cheios de lágrimas enquanto aguardava o momento de entrar em campo na estreia do Brasil na Copa? Ninguém precisa nem falar do chororô na hora do hino.

    Dizer que o brasileiro chora porque é “emotivo” é pouco. Deve haver outras razões – mais profundas.

    Uma coisa é certa: a irresistível vocação brasileira para o chororô não é um defeito do caráter nacional. Pelo contrário! As lágrimas – como estas, derramadas quando os nervos ficam “à flor da pele”, numa disputa esportiva que mobiliza todo o planeta – podem ser belos sinais de devoção, entrega, envolvimento. Por que não? É melhor cultuar estes sinais de arrebatamento do que tentar copiar a “frieza” maquinal de outros povos.

    Tanto chororô pode ter razões históricas: quem sabe, não é uma herança lusitana?

    Uma vez, numa entrevista com o grande historiador Evaldo Cabral de Melo, ele chamou a atenção para um detalhe interessante: disse que quem quiser conhecer um pouco do caráter brasileiro deve observar com atenção os portões de embarque e desembarque dos nossos aeroportos.

    Lá, as manifestações derramadas de afeto, as efusões, as lágrimas, os abraços, os beijos, o chororô – tudo funcionará como um retrato fiel do que o historiador, em tom crítico, chama de “pieguice luso-brasileira”.

    Um pequeno trecho da entrevista:

    Quais são os sintomas dessa pieguice luso-brasileira?

    Evaldo Cabral de Mello – “Vou citar apenas dois exemplos – que me parecem engraçados. Primeiro : a quantidade de pessoas que, no Brasil, se deslocam aos aeroportos para levar parentes e amigos. Se você pensar bem, cada pessoa que pega um avião no Brasil é levada por outras cinco ao aeroporto…Ou vão cinco receber cada pessoa que chega. Em relação a Portugal, me lembro do caso que me contou o pintor Cícero Dias. Morador em Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial, ele se divertia muito ao ver os barcos que faziam a ligação entre o Terreiro do Paço e Cacílias. É como a barca Rio-Niterói. A distância é até menor que do que a do Rio a Niterói. Cícero ficava sentado, às gargalhadas, vendo o número de pessoas que, aos prantos, se despediam de parentes que iam atravessar o rio…”.

    ( Aliás: o que é que os documentaristas estão esperando ? Por que não apontam suas câmeras durante doze horas seguidas para os portões de embarque e desembarque de algum aeroporto movimentado ? Ao término da gravação, terão em mãos, com certeza, material suficiente para compor um retrato fiel do temperamento brasileiro ).

    Os portões de embarque e desembarque dos aeroportos não seriam os únicos territórios a serem pesquisados: nossos estádios não ficam atrás!

    O choro dos jogadores brasileiros nos momentos mais improváveis
    nesta Copa de 2014 certamente serviria como belo material de estudo para algum aventureiro que queira produzir uma Teoria Geral do Chororô Brasileiro.

    Os estrangeiros, com uma ou outra exceção, se surpreendem com tanta lágrima.

    Ainda bem.

  3. http://www.dailymotion.com/vi

    http://www.dailymotion.com/video/xa9yaf_markus-wolf-stasi-master-spy-hero-i_news

    O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO – Markus Wolf, judeu alemão educado em Moscou foi o chefe da organização externa do Ministerio da Segurança da Republica Democratica Alemã, a celebre STASI, um dos serviços de inteligencia mais importantes do Seculo XX, eficiente e abrangente, que vigiava tanto a população da Alemanha Oriental como agia internacionalmente com grande sucesso. A STASI teve na Alemanha Oriental 274 mil agentes e no exterior cera de

    1.553 espiões. Markus Wolf, que morreu em 2006 com 83 anos, foi o responsavel pela queda do Primeiro Ministro da então Alemanha Federal, ao introduzir um espião como seu secretario, Gunther Guillaume, o que causou um escandalo nacional e provocou o fim do gabinete do Chanceler Brandt, por negligencia em ter um espião a seu lado.

    A STASI tinha sede em Berlin-Lichtenberg e mais dez edificios em torno de Berlin, Wolff foi chefe dos serviços internacionais por 34 anos, era conhecido como o “”Homem Sem Rosto””. Em 1978 o Serviço Sueco de Inteligencia conseguiu fotografa-lo mas depois do fim da Republica Democratica descobriu-se que a CIA já tinha uma foto sua desde 1953, obtida quando ele esteve em Nuremberg durante os julgamentos da cupula nazista.

    A STASI e especialmente Wolf tinha estreita colaboração com a KGB, inclusive tinha escritorios em Moscou. Quando Vladimir Putin, então na KGB, foi estacionado em Dresden, na decada de 80, ficou amigo de Wolf. O chefe da Stasi ajudou a cupula da KGB a montar a FIMACO-Financial Management Co., em Jersey, que era o caixa da KGB no exterior. Com o fim da URSS passaram pela FIMACO 50 bilhões de dolares de fundos que estavam dentro da URSS, para resguardo desses recursos no caos em que ficou o regime em Moscou. A FIMACO era controlada pelo Banque Commerciale de L´  Éurope du Nord, de Paris e Genebra, que era um dos dois bancos sovieticos no exterior (o outro era o Moscow Narodny Bank Ltd., em Londres), grandes bancos que eram usados para o giro financeiro e comercial da URSS e seus satelites na Europa Ocidental.

    Markus Wolf foi personagem ficcional mas baseado nele dos grandes ficionistas de espionagem britanicos, John Le Carré e Frederick Forsyth. Com o fim da Alemanha Oriental e a abertura dos arquivos da Stasi, os alemães puderam livremente pedir sua ficha pessoal na organização, havia 2.750.000 de fichas alem de dossiês completos sobre politicos do proprio Pais e de todos os paises da Europa Ocidental, levantados com grande perfeição e detalhe.

    Com o fim do comunismo, do Muro e da Alemanha Oriental, Wolf ficou desempregado e foi processado na nova Aleamnha unificada, condenado a 6 anos de prisão da qual recorreu com sucesso na Suprema Corte alemã, ao se defender com a tese de que sua atividade era legal porque o regime a que servia era legitimo. Conseguiu uma pensão do governo da nova Alemanha mas para melhorar seus rendimentos conseguiu um emprego de apresentador em um programa de culinaria na Tv de Munique, era um excelente e sofisticado cozinheiro e começou nova e bem sucedida carreira, a de “”chef de cuisine”, era especializado em pratos franceses, apareceu na TV paramentado “au complet”.

    Acima, uma entrevista de Markus Wolf na TV inglesa. Um dos grandes espiões da Guerra Fria.

    Há uma boa biografia de Wolf em português, “”O Homem Sem Rosto”, de AnneMC Elvoy, no Brasil editado pela Record.

  4. COPA: O único erro da Dilma

    Ontem num barzinho, e depois do jogo da Seleção contra o Chile, um cara berrava que a Dilma era uma mulher de sorte.

    E quando eu voltava do xixi, eu disse para ele o que já tinha dito para alguns amigos anteriormente, ou seja, que o único erro da Dilma tinha sido o de não ter arranjado tempo para treinar a Seleção, porque no restante das coisas a Copa do Mundo estava sendo um grande sucesso.

    Todas as pessoas que estavam na mesa riram muito da piada, mas  o cara ficou de mal humor e queria partir para a briga. Foi preciso a namorada segurá-lo.

    Depois ele se acalmou, veio até a minha mesa e pediu desculpas. Eu estendi a mão para ele, me desculpei pela brincadeira, e falando com seriedade eu perguntei para todos os que me ouviam quantas vezes o time da casa tinha sido campeão dentre as vezes em que o Brasil sagrou-se penta campeão lá fora. Todos que ouviram a minha pergunta disseram que nenhuma. E eu disse “pois é, nenhuma”.

    Por incrível que pareça, o cara nos convidou para sentar na mesa onde ele se encontrava, eu e minha mulher aceitamos o convite, e eu tive a impressão que depois de mais umas três rodadas de cerveja eu convenci a todos os presentes a votarem na DILMA.

    Pois é. Depois de quase ter levar uma porrada, eu, com o meu charme indiscreto de burguês gozador, consegui uns votinhos para a nossa querida Presidenta. Mas confesso que da próxima vez eu vou ser mais cuidadoso.

    E me gabando eu digo: na qualidade de cabo eleitoral eu só perco para o Lula.

  5. O desempenho da seleção

    O desempenho da seleção brasileira diante do Chile pra mim não foi nenhuma novidade, importante dizer isso antes que ocorra uma eliminação da seleção na Copa (espero que isso não aconteça, claro). Antes mesmo do Mundial começar eu já sabia que o hexacampeonato para o Brasil não sera moleza, mas a imagem que se passou ao torcedor brasileiro era que a Copa seria um passeio (mesmo com toda onda de pessimismo).

    Claro que a Seleção pode ser campeã, mas se não vencer, também não há motivos para tanta depressão já que a atual situação do futebol brasileiro não inspira confiança justo no momento em que a Copa é no país do futebol e existe um clamor para reverter a história do Maracanazo de 1950.

    Em caso de eliminação, não devemos culpar os jogadores ou o técnico, mas sim a CBF, entidade máxima do futebol nacional que teve todo o tempo para organizar e planejar a seleção que representaria o país na Copa disputada em solo nacional. Em 2006 perdemos por que o time teve salto alto apesar dos grandes jogadores, em 2010 por limitação técnica ou falta de talento e em 2014 a principal causa de uma possível derrota seria a falta de experiência que gera nervosismo na equipe.

    Mano Menezes teve a missão de renovar a Seleção, difícil dizer se foi bem sucedido já que saiu no momento em que parecia a Seleção estar encaixando um estilo de jogo. Os Jogos Olímpicos de 2012 em parte definiu o time que iria ao Mundial, na Olímpiada que Oscar assumiu a titularidade do meio de campo deixando para trás Ganso e Lucas e formando o trio ofensivo com Neymar e Hulk.

    O time de 2014 deveria ter sido montado em 2008, seis anos antes de 2014, naquele ano o futebol brasileiro também disputou os Jogos Olímpicos com uma campanha razoavelmente boa igual 2012, mas por quê aquele time não foi utilizado na Copa da África Do Sul e somente agora, alguns de seus integrantes estão na Copa?

    Na Olimpíada o limite da idade é até 23 anos, seis anos depois daria 29 anos (idade em que o atleta se encontra no auge, fisicamente e psicologicamente).

    2010 era uma Copa em que o Brasil não tinha necessidade de vencer, apenas pavimentar a estrada para o hexa utilizando jogadores para viverem a experiência de disputar uma Copa do Mundo e evitar a instabilidade emocional dos jogadores brasileiros na atual Copa, no jargão esportivo isso se chama “quebrar o gelo”.

    Todos sabíamos que jogadores como: Gilberto Silva, Josué, Elano, Gilberto, Michel Bastos não jogariam em 2014. Era o momento de quem participou da disputa pelo Ouro em Pequim: Marcelo, Hernanes, Jô, Rafinha, Diego (Os dois últimos não foram chamados por Felipão). Sem esquecer de Neymar e Ganso que surgiram meses antes da Copa passada, alguém duvida que eles deveriam ter disputado em 2010?

    O “se” é algo muito relativo no futebol, mesmo assim com Neymar e Ganso na África Do Sul, a seleção ganharia em 2014 um camisa 10 clássico e Neymar não estaria voando, mas na estratosfera. Assim como Dunga, se fosse menos teimoso e mais pragmático (como Felipão) seria o técnico da seleção em 2014 já que como treinador mostrou grande organização tática.

    Além da falta de jogadores rodados ou mais acostumados a pressão (Robinho, Ronaldinho Gaúcho ou Kaká) Felipão não percebeu que o momento atual não é favorável para os laterais brasileiros, seria o momento para ter convocados laterais mais defensivos (Rafinha e Filipe Luís) para a reserva de Daniel Alves (ou Maicon) e Marcelo, esses laterais ofereceriam a oportunidade para reforçar a defesa e assim liberar a criatividade dos jogadores do meio para frente.

  6. ;

    COPA DO MUNDO DE LITERATURA

    Autor: Rafael R, no blog Casmurros

     Demorou um pouco, mas um pessoal da Universidade de Rochester – nos Estados Unidos – saiu na frente e organizou a Copa do Mundo de Literatura. Será um torneio bem aos moldes do famoso Tournament of Books com uma pequena diferença: a competição incluí livros de autores cujos países estão participando da Copa do Mundo. Portanto, teremos 32 autores (cada país participa com um livro) e 24 juízes para dar conta das avaliações. O esquema também lembra a nossa Copa de Literatura Brasileira (se você acompanha este blog já deve saber como funciona tudo).

    Os livros que estão na competição foram anunciados hoje. Os organizadores privilegiaram obras que foram publicadas originalmente depois dos anos 2000 e foram traduzidas para o inglês. O Brasil será representado por Budapeste, de Chico Buarque.

    Ao contrário da Copa de Futebol, a Copa de Literatura não terá a fase classificatória de grupos. Na primeira rodada, os países se enfrentam com um único adversário de seu grupo e o vencedor segue para a rodada seguinte e assim segue até a final.

    Abaixo está a lista de competidores, combates e datas dos jogos. Os livros traduzidos no Brasil ganharam título em português; mantive o título em inglês para aqueles que ainda não foram traduzidos; se não estou enganado, o livro de Mario Benedetti é uma seleção de contos de vários livros do autor feita pelo editor norte-americano, por isso mantive o original embora alguns contos já tenha sido traduzidos para o português.

    Muitos livros já saíram por aqui e caso você queira acompanhar a partida terá tempo de ler e avaliar.

    Primeira rodada

    Brasil x Camarões 12/6 – Jeffrey Zuckerman
    Budapeste, de Chico Buarque (Brasil)
    Dark Heart of the Night, de Leonora Miano (Camerões)

    Russia x Argélia 13/6 – Chris Schaefer
    Day of the Oprichnik, de Vladimir Sorokin – (Russia)
    The Sexual Life of an Islamist in Paris, de Leila Marouane (Argélia)

    Itália x Inglaterra 13/6 – Trevor Berrett
    The Days of Abandonment, de Elena Ferrante (Itália)
    NW, de Zadie Smith (Inglaterra)

    Espanha x Austrália 16/6 – Mauro Javier Cardenas
    Seu rosto amanhã (volume 1) – febre e lança, de Javier Marias (Espanha)
    Barley Patch, de Gerald Murnane (Austrália)

    Colombia x Japão 17/6 – George Carroll
    Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel Garcia Marquez (Colombia)
    1Q84 – os 3 volumes, de Haruki Murakami (Japão)

    Suíça x Honduras 18/6 – Hannah Chute
    My Mother’s Lover, de Urs Widmer (Suíça)
    Senselessness, de Horacio Castellanos Moya (Honduras)

    Argentina x Nigéria 19/6 – Lance Edmonds
    Um acontecimento na vida do pintor viajante, de César Aira (Argentina)
    Graceland, de Chris Abani (Nigéria)

    México x Croácia 20/6 – Katrine Ogaard
    Rostos na multidão, de Valeria Luiselli (México)
    Baba Yaga Laid an Egg, de Dubravka Ugrešić (Croácia)

    Portugal x Estados Unidos 20/6 – Will Evans
    Jerusalém, de Gonçalo Tavares (Portugal)
    The Pale King, de David Foster Wallace (Estados Unidos)

    França x Equador 23/6 – P.T. Smith
    O mapa e o território, de Michel Houellebecq (França)
    The Potbellied Virgin, de Alicia Yánez Cossío (Equador)

    Chile x Holanda 24/6 – Shaun Randol
    Noturno do Chile, de Roberto Bolaño (Chile)
    O jantar, de Hermann Koch (Holanda)

    Grécia x Costa do Marfim 25/6 – Laura Radosh
    Why I Killed My Best Friend, de Amanda Michalopoulou (Grécia)
    Alá e as crianças – soldados, de Ahmadou Kourouma (Costa do Marfim)

    Bósnia e Herzegovina x Irã 26/6 – Hal Hlavinka
    Como o soldado conserta o gramofone, de Saša Stanišić (Bósnia e Herzegovina)
    The Colonel, de Mahmoud Dowlatabadi (Irã)

    Bélgica x Coréia do Sul 26/6 – Scott Esposito
    The Misfortunates, de Dimitri Verhulst (Bélgica)
    Your Republic Is Calling You, de Young-ha Kim (Coréia do Sul)

    Uruguai x Costa Rica 27/6 – Kaija Straumanis
    The Rest Is Jungle, de Mario Benedetti (Uruguai)
    The Cadence of the Moon, de Oscar Núñez Oliva (Costa Rica)

    Alemanha x Gana 27/6 – James Crossley
    Austerlitz, de WG Sebald (Alemanha)
    Search Sweet Country, de Kojo Laing (Gana)

    Promete ser um belo campeonato e começa na quinta-feira.

     

  7. Sarney Fora da “Jogada”.

    Zé Sarney surpreendeu

    Macapá e o Maranhão

    Desistindo concorrer

    Nessa próxima eleição

    Mas anunciou que fica

    Na militância política

    Pro bem ou mal da Nação.

     

    Eu não sei se desistiu

    Ou teme não ser eleito

    Pois na sua vida pública

    Ele só não foi prefeito

    Mas já foi governador

    Presidente e senador

    No tapetão e no pleito.

     

    Sarney foi da UDN

    Arena e PSD

    Passou pelo PDS

    É do PMDB

    Digo sem correr perigo

    Passou por todos partidos

    Que tem ou não letra “P”.

     

    Não foi na literatura

    Como poeta e escritor

    Mas foi como presidente

    Que ele se imortalizou

    Pois sua obra maior

    Foi transformar em pior

    Um País de sofredor.

     

    É o Sarney Presidente

    Que quero rememorar

    O dos planos econômicos

    Que vieram a fracassar

    Que mandou caçar o gado

    Me fez fiscal do Estado

    Sem sequer remunerar.

     

    No campo da economia

    Criou o Plano Cruzado

    Plano Bresser e o Verão

    Todos eles fracassados

    Com a hiperinflação

    E o País em recessão

    Ele faliu os estados.

     

    Meus parabéns Zé Sarney

    Pela lúcida decisão

    Antes tarde do que nunca

    Liberte seu maranhão

    Leve junto sua família

    Saia também de Brasília

    E esqueça eleição.

     

              Edmar Melo.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  8. Protesto no Dia Internacional

    Protesto no Dia Internacional do Orgulho LGBT reúne críticas à Copa

    Manifestantes se reuniram hoje (28) no Posto 6 da Praia de Copacabana e partiram em passeata pela Avenida Atlântica contra os gastos da Copa do Mundo, pela desmilitarização da Polícia Militar e em apoio a trabalhadores em greve. Uma das principais pautas do protesto, no entanto, é a reivindicação de direitos para a população homossexual e transexual e o repúdio à homofobia, pois neste sábado é lembrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Um efetivo de 200 policiais acompanhou o protesto.

    Na manifestação, muitos cartazes criticavam exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e gastos do governo. O protesto também traz mensagens de apoio a grevistas demitidos do Metrô de São Paulo e a famílias removidas para obras públicas. Os manifestantes carregavam bandeiras com o arco-íris LGBT, de movimentos estudantis e de partidos.

    A espanhola Isabel Ferreira, de 44 anos, mora no Brasil há uma década e organizava na passeata uma banca improvisada de camisas do movimento “pink block”, uma sátira criada para reivindicar direitos dos homossexuais. Camisas em tons de rosa com dizeres como “Com Teto, sem Fifa” eram vendidas por R$ 15, ou por quanto o interessado pudesse pagar. “É importante aproveitar esse momento para lembrar também do Dia do Orgulho LGBT”, destacou.  Com roupas metalizadas e um desenho de coração com um raio, companheiros de Isabel a fantasiavam de “Choque de Amor”, em referência à Tropa de Choque da PM.

    O pesquisador em direito Rafael Vieira, de 28 anos, também participava da manifestação e defendeu que as pautas defendidas convergem.”São bandeiras que conversam e lutam contra uma sociedade extremamente desigual. Só varia o tipo de desigualdade.”

    Muitos turistas paravam para tirar fotos do protesto. A passeata não teve reflexos no trânsito, porque a Avenida Atlântica sempre tem pista bloqueada em feriados – o deste sábado foi decretado devido ao jogo no Maracanã pela Copa do Mundo.

    Abordando turistas e brasileiros, o estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro Esteban Crescente, de 27 anos, distribuía o jornal que escreve, o A Verdade, que ele classifica de “imprensa alternativa e independente”. “A recepção das pessoas é boa. Elas torcem, mas sabem que tem coisa erradas com a Copa. Falei com dois uruguaios agora e eles concordaram que as isenções fiscais à Fifa são um absudo”.

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-06/protesto-no-dia-internacional-do-orgulho-lgbt-tambem-reune-criticas-copa

  9. http://oglobo.globo.com/brasi

    http://oglobo.globo.com/brasil/lula-fh-cooperaram-para-mudar-visao-americana-sobre-pt-13066604

    Artigo de hoje de O GLOBO sobre a boas relações entre Lula e o President Bush Jr. que foram acertadas antes da posse de Lula em 2003. O artigo é um comentario sobre o novo livro de Mathias Spektor, pesquisador e um dos melhores especialistas nas relações Brasil-EUA, o libro com o titulo de “”18 DIAS”” relata os dias cruciais em que foram ajustadas as relações entre os dois governos e compara com as más relações de hoje sob Obama e Dilma, onde o maior perdedor é o Brasil.

  10.  
    EUA autorizam venda do

     

    EUA autorizam venda do exoesqueleto da Copa

     

        
     Foto: Argo Medical Technologies  Lembra do exoesqueleto que deu o chute inicial da copa do mundo?
    Nos Estados Unidos já é possível comprar o equipamento, que permite aos paraplégicos andar novamente.

    O FDA, Agência que reguladora produtos e medicamentos nos Estados Unidos, autorizou a a venda do primeiro exoesqueleto.

    O ReWalk, como é chamado, é um aparelho motorizado colocado nas pernas e no torso – conjunto constituído pelos ombro, tórax e pela parte superior do abdomen.

    Com a ajuda de um controle remoto, instalado no pulso, ele possibilita que uma pessoa com lesão de medula espinhal fique sentada, de pé, e caminhe com a ajuda de muletas – como mostramos aqui no SoNotíciaBoa.

    “Os dispositivos inovadores como o ReWalk permitem percorrer um longo caminho com a ajuda de muletas para que as pessoas com lesões de medula espinhal ganhem mobilidade”, assegurou Christy Foreman, diretor do Escritório de Avaliação de Dispositivos da FDA.

    “Junto com a terapia física, a capacitação e assistência de um cuidador, estas pessoas podem utilizar estes dispositivos para caminhar de novo”, acrescentou.

    O dispositivo não foi projetado para esportes ou para subir escadas.
    Os pacientes e seus cuidadores devem receber um treinamento desenvolvido pelo fabricante para aprender o uso apropriado do dispositivo.

    Inventor
    O ReWalk é invenção de um brasileiro: o cientista paulista Miguel Ângelo Laporta Nicolelis, de 52 anos.
    Nicolelis lidera um grupo de pesquisadores da área de Neurociência da Universidade Duke, nos Estados Unidos, para integrar o cérebro humano com máquinas
    Preço
    Um porta-voz do Hospital de Paraplégicos de Toledo, que é um centro de referência mundial pra o tratamento destas lesões, explica que neste campo há “numerosas iniciativas”, e assinala que o primeiro problema é o fato dos aparelhos “serem extremamente caros”.

    Eles também não servem para todos os pacientes.
    Mas o fato da agência norte-americana ter emitido nota sobre sua comercialização indica que se trata de um avanço importante.

    “Os primeiros modelos davam um modo de caminhar muito robotizado”, disse o porta-voz do hospital de Toledo.
    “Agora se trabalha nos chamados exoesqueletos bio-inspirados”.

    O dispositivo aprovado nos Estados Unidos pertence ao mais simples do grupo: detecta a intenção do movimento mediante bio-sensores que a capta da parte superior do corpo do usuário, e a transmite aos mini motores que movem as pernas.

    Copa do Mundo
    Ele é utilizado também, para próteses de extremidades amputadas, e era o tipo utilizado por Juliano Pinto, um homem de 29 anos que deu o chute inicial do Copa do Mundo do Brasil, também usando um tipo de exoesqueleto experimental (e que recebeu tão pouca atenção por parte do organizador da cerimônia que lhe custou o emprego depois da transmissão).

    Futuro
    Em Toledo se está trabalhando em outro modelo com estas características dentro do Projeto Hynter.
    Mas o futuro destes dispositivos vai mais além: trata-se de detectar mediante microchips no cérebro, ou nos nervos a intenção de mover-se, e, com estas emissões, fazer com que o exoesqueleto atue. 

    É uma ciência relativamente nova (a neuro-protésica ou neuro-robótica) que já conseguiu sucessos como mover um rato e mãos artificiais com a mente.

    Com informações do ElPais

    http://sonoticiaboa.band.uol.com.br/noticia.php?i=5146

  11. Dois países ou uma ÚNICA
    Dois países ou uma ÚNICA imprensa??

    DOIS PAÍSES
    Janio de Freitas

     

    A imprensa, a TV, as rádios que tocam notícia não deixam que nos enganemos. O nosso desânimo é total, o pessimismo nos imobiliza, o desemprego nos alarma, estamos todos reduzidos a desastres humanos e o país chafurdado na vergonha do seu fracasso. A Confederação Nacional da Indústria, a sádica CNI, ainda tem a perversidade de pagar mais uma sondagem para nos dizer que, nos últimos dias, afundamos mais ainda em nossa humilhação. Aí vem uma pesquisa internacional, a Gallup World Cup –diz a informação que feita “em mais de 130 países”– e traz esta conclusão: pela oitava vez consecutiva, o Brasil “está no topo” em satisfação com a vida nos futuros cinco anos. Com a nota 8,8 na média da opinião dos brasileiros, em escala que vai de 0 a 10 para a “felicidade futura”. Estou tão desanimado, como o país todo, que não tenho disposição para qualquer comentário sobre o conflito das duas visões e, muito menos, sobre sua causa.

     

  12. O estádio inteiro é uma ala VIP

    Nassif,

    O Gilberto Carvalho errou quando disse que não foi só a ala VIP quem xingou a Dilma, na verdade, de acordo com a pesquisa abaixo, o estádio inteiro nessa copa do mundo é uma área VIP.

    E eles estão dando um show de falta de educação, como vaiar o hino do Chile quando eles tentavam continuar cantando, o caso de vaiar Fred, acho apenas uma burrice estratégica, não se faz isso em um torneio tão curto, temos que da forças e não tentar humilhar um jogador nosso.

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/06/1478120-brancos-e-ricos-sao-maioria-na-torcida-do-brasil-no-mineirao-diz-datafolha.shtml

  13. “Mortalidade Infantil – Qual é o Placar?”

    A Copa do Mundo já está no papo! 

    De Hildegard Angel

    A Copa do Mundo já está no papo! No papo, sim, de centenas de milhares de crianças brasileiras, que tiveram suas vidas poupadas graças à redução, em 77 por cento, da mortalidade infantil pela fome no país, desde 1990.

    E a grande notícia é que o Brasil está em primeiro lugar no ranking “Mortalidade Infantil – Qual é o Placar?”, que está sendo divulgado neste fim de semana no Fórum Mundial de Parceiros para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil, em Johanesburgo, na África do Sul.

    A informação foi dada em primeira mão por um site de saúde da Índia, o The Health Site que repercute a declaração do coordenador de saúde da criança do Ministério da Saúde do Brasil, Paulo Vicente Bonilha de Almeida:

    – Há duas razões principais para a redução da mortalidade infantil no Brasil: a ampliação do acesso aos cuidados de saúde primários e o Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do mundo.

    copa da fome infantilVejam aqui a imagem que nenhum jornal e saiu no site indiano: o Brasil vencendo a Copa Anti Fome Infantil, seguido por Portugal, Irã. Confira mais, o quadro está aqui, na íntegra.

    Os indianos destacam o aumento das taxas de vacinação entre as crianças brasileiras e a Política Nacional de Aleitamento Materno, que mais do quadruplicou a amamentação. O site informa que, hoje, para cada 1.000 nascimentos no Brasil, apenas 14 crianças morrerão antes do seu quinto aniversário – muito menos que as 62 em 1990, atribuindo o mérito ao Bolsa Família, que “fornece transferências em dinheiro para famílias pobres em troca de garantir que as crianças recebam as vacinas e frequentar a escola”.

    Evidentemente que temos ainda um longo caminho a percorrer e nossa taxa de mortandade, ainda alta, só será motivo de orgulho quando chegar ao patamar ideal: zero.

    Vergonhoso sobretudo é nossa mídia não estar nem aí. Não dar destaque e sequer reconhecer o mérito de uma conquista bacana dessas. Precisou de um site indiano colocar em evidência, ter a sacada da “Copa” e fazer esse desenho bacana que eu reproduzo aqui acima para vocês.

    Sem desmerecer a do futebol, mas esta sim é uma Copa do Mundo que vale a pena aplaudir e, de pé, cantar por ela, emocionados, o nosso Hino Nacional à capela.

     

  14. Saiu o artigo mais estúpido

    Saiu o artigo mais estúpido sobre Copa e o futebol – e não é de quem você está pensando

    Saiu o artigo mais estúpido sobre a Copa do Mundo e o futebol — e olha que a concorrência é duríssima.

    Para chegar ao primeiro posto, a celebridade americana de extrema direita Ann Coulter — advogada, colunista, escritora, apresentadora de TV, loira, alta, uma espécie de Sheherazade albafetizada –, caprichou na caricatura, na ignorância e na tentativa inútil de fazer graça.  O artigo é tão absurdo que você se pergunta se não foi produzido no Coxinheitor, o gerador de textos que junta clichês conservadores.

    Não é novidade que protoconservadores americanos odeiam o futebol, considerado uma aberração no chamado “excepcionalismo” dos EUA, coisa de imigrantes, pobres, liberais etc. Mas Coulter, num desespero para chamar a atenção no meio da histeria e do ódio (não é só aqui), se superou. Seria uma peça satírica, não fosse ela mesma uma piada.

    “Qualquer interesse no futebol só pode ser um sinal de decadência moral de uma nação”, diz ela, se fingindo chocada com a popularidade da Copa nos Estados Unidos.

    E então vem um apanhado de lixo pseudosociológico:

    A realização individual não é um grande fator no futebol.No futebol, a culpa é dispersa e quase ninguém pontua. Não há heróis, não há perdedores, não há responsabilidade e não se machuca a frágil auto-estima de nenhuma criança.Todo mundo corre para cima e para baixo do campo e, de vez em quando, uma bola acidentalmente cai dentro do gol. Eu já estou dormindo.O beisebol e o basquete apresentam uma ameaça constante de desgraça pessoal. No hóquei, há três ou quatro brigas por jogo. Depois de um jogo de futebol, cada jogador recebe uma fita e um suco.Você não pode usar as mãos no futebol. O que diferencia o homem dos animais menores, além de uma alma, é que temos polegares opositores. Nossas mãos podem segurar as coisas. Aqui está uma ótima idéia: vamos criar um jogo em que você não tem permissão para usá-las!O futebol é como o sistema métrico, que os liberais também adoram porque é europeu. Naturalmente, o sistema métrico surgiu a partir da Revolução Francesa, durante os breves intervalos quando não estavam cometendo assassinatos em massa na guilhotina.

    Graças a Ann Coulter, os artigos de Jabor psicografando Nelson Rodrigues tornaram-se clássicos imediatos.

  15. Chega de SaudadeTom Jobim &

    Chega de Saudade

    Tom Jobim & Newton Mendonça

    Vai minha tristeza
    E diz a ela que sem ela não pode ser
    Diz-lhe numa prece
    Que ela regresse
    Porque eu não posso mais sofrer

    Chega de saudade
    A realidade é que sem ela não há paz
    Não há beleza
    É só tristeza e a melancolia
    Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

    Mas se ela voltar, se ela voltar
    Que coisa linda, que coisa louca
    Pois há menos peixinhos a nadar no mar
    Do que os beijinhos que eu darei
    Na sua boca

    Dentro dos meus braços
    Os abraços hão de ser milhões de abraços
    Apertado assim, colado assim, calado assim
    Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
    Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim

    Não há paz
    Não há beleza
    É só tristeza e a melancolia
    Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

    Dentro dos meus braços
    Os abraços hão de ser milhões de abraços
    Apertado assim, colado assim, calado assim
    Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
    Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim

    Não quero mais esse negócio de você longe de mim
    Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

     

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