Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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  1. O QUE MAIS FALTA PARA ENTENDER QUE BOLSONARO NÃO QUER VACINAS

    Fernando Brito, no Tijolaço
    15/12/2020
    11:26 am

    O anúncio de Jair Bolsonaro de que se exigirá um termo de assunção de riscos para todos os que desejarem vacinar-se contra a Covid-19 não terá, pelo absurdo que é depois de uma vacina ser aprovada como segura pela autoridade sanitária é apenas uma peça de propaganda sombria da ‘ideologia’ eugenista e necrófila praticada pelo presidente da República e seu grupo de obscurantistas.

    Bolsonaro sabe que isso, muito mais em meio a uma nova escalada de mortes, é algo que não tem qualquer possibilidade de vingar, seja no Congresso, seja perante o Judiciário, onde vai, é claro, terminar esta perversidade.

    É apenas o aproveitamento da “supremacia do eu” que é o fundamento da extrema direita atual, porque é assim que ela opera: “tenho arma se eu quiser, ponho filho na escola se eu quiser (o tal homeschooling), tomo vacina se eu quiser”.

    E Bolsonaro não quer que as pessoas se vacinem, simples assim.

    Adiará o quanto puder o processo de compra de imunizantes, prolongará o quanto conseguir a aprovação regulatória e tentará o quanto for capaz de amedrontar a população para que não se dobre ao que acredita ser um complô comunista para “dominar o mundo” pelo caminho da pandemia.

    Vacinar-se, afinal, é coisa de “maricas”, tanto quanto o “fique em casa”.

    Jair Bolsonaro avança e recua, avança e recua, mas está permanentemente neste caminho e sua ação já conseguiu, como mostrou o Datafolha, obter o convencimento de um quarto da opinião pública.

    Um quarto dos brasileiros loucos é, convenhamos, marca digna do Simão Bacamarte d’O Alienista de Machado de Assis.

    https://tijolaco.net/o-que-mais-falta-para-entender-que-bolsonaro-nao-quer-vacinas/

  2. O ARASO É INTENCIONAL

    AS NOTÍCIAS
    Menu do Brasil 247 MAIS

    Governo Bolsonaro expõe país a risco de não vacinar população por atrasar compra de seringas à China

    Com risco de desabastecimento às vésperas de vacinação contra Covid, o governo Bolsonaro passou seis meses ignorando o processo de importação de seringas da China
    16 de dezembro de 2020, 04:15 h
    11

    247 – O Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro ignora há quase seis meses um pedido para que se manifeste sobre o interesse público na importação de seringas descartáveis da China. O Ministério é dirigido pelo general da ativa Eduardo Pazuello

    A inação do ministro da Saúde em relação à compra de um equipamento essencial como a seringa é uma indicação a mais do desleixo do governo no combate à Covid-19 e um retrato do impasse em que vive o país, que não sabe até agora quando o governo começará a vacinar a população.

    Um dos problemas que dificulta ainda mais a imunização da população é o fato de ainda estar em aberto um processo de compra de seringas e agulhas pelo Ministério da Saúde, informa reportagem da Folha de S.Paulo.

    https://www.brasil247.com/brasil/governo-bolsonaro-expoe-pais-a-risco-de-nao-vacinar-populacao-por-atrasar-compra-de-seringas-a-china

  3. Alguém sabe a quantas anda as reservas de 380 bi deixadas em caixa pelos gov PT?Com esses corsários(que trabalham para um governo que todos sabemos qual é…)que assaltaram o poder, tenho realmente medo de saber o que sobrou e quanto vai sobrar no fim deste governo de pilantras…

  4. Os “mitos” fundadores do pensamento de esquerda do Brasil.
    Há no pensamento de esquerda, principalmente na tradição brasileira, alimentada pela interpretação canhestra das ciências humanas europeias, alguns vícios cruciais que a interditam desde e para todo sempre.
    Não menciono os erros de análises estruturais e conjunturais do capitalismo.
    Este também é um problema recorrente, que se manifesta na ilusão passada e atual de que ela construiria um capitalismo nacional desenvolvimentista, e de bem estar social nas periferias do capital, a partir de uma plataforma política de acúmulo gradual de capital eleitoral e representatividade.
    Uma leitura equivocadíssima de Grasmci sobre hegemonia, que se limitou a entender os aspectos da luta por hegemonia, sem considerar a natureza anti-hegemônica dos atores empenhados nela, e acabou por reduzir o alcance desta luta em movimentos políticos que alcançassem governos dos Estados capitalistas.
    Tudo isso acima impediu tais forças políticas de esgarçarem as regras do chamado “jogo democrático” capitalista, que como eu defini ontem, é mais ou menos como apostar uma corrida de natação em uma piscina com um tubarão.
    Ainda que por milagre você o vença, certamente perderá ao ser devorado por ele…
    Este então, é um dos mitos fundadores da esquerda, que ela atribuiu a si mesma, como tarefa “salvadora” ou messiânica, ou seja, consertar o capitalismo e dotá-lo de instrumentos de amenização dos efeitos da acumulação capitalista.
    Bem, tem gente que dirá, o que fazer, deixar os pobres à míngua, ou abandonar as lutas por direitos que trouxeram alívios para tais efeitos, principalmente na relação capital e trabalho, e outros de natureza “constitucionais”?
    Essa é outra simplificação comum, que se apresenta como ingrediente do auto-engano.
    Entender as lutas sociais e políticas como fins em si mesmas é um erro mais grave talvez que negar a eficiência (ainda que transitória) destas lutas no bem estar (temporário) das camadas mais pobres.
    Embora pareça complicado de entender, não é.
    As lutas por direitos dentro do sistema capitalista nunca podem perder de vista que este modelo é justamente o que gera a cassação destes direitos, ou as situações precárias que dão razões a luta por eles.
    Elas devem ser, portanto, ao mesmo tempo, lutas por direitos e acima de tudo, uma luta anti-capital!
    A partir do erro estratégico em imaginar que é possível construir uma “realidade alternativa”, onde o capitalismo deixe de ser o que é, as esquerdas criaram outros mitos.
    Geralmente tais mitos são refletidos em personagens singulares nas histórias dos países, mormente os mais pobres e mais atingidos pelas desigualdades estruturais.
    Como estão apoiados em edifícios teóricos ruins, não raro o perfil destes líderes é algo de messiânico, uns com mais, outros com menos força e alcance, mas todos cientes de si mesmos como portadores, de forma bem resumida, da missão de promoverem ascensão social e dinamismo econômico via intervenção estatal, e que isso se dará em um amplo condomínio de “vontades políticas”, onde os conflitos serão tratados e resolvidos dentro de regras pré-estabelecidas e aceitas por todos, incluindo os adversários do projeto em andamento.
    No Brasil, Lula e Dilma se definem no trecho acima.
    As posturas de Lula e Dilma, cada qual ao seu modo, refletem estas crenças sebastianas de que a política se resolve com predicados individuais, que por sua vez, movimentam toda a estrutura ao seu redor.
    Sim, os sistemas representativos, sejam parlamentares ou presidencialistas têm sempre uma referência pessoal importante, isso é inegável.
    Mas este é justamente o truque, que na maioria das vezes apanha os líderes de esquerda, e que os equipara aos líderes autoritários de direita, só que com muito menos eficiência e consciência de si mesmos. e óbvio, com muito menos apetite para destroçar adversários.
    Explico:
    O pacto lulista de 2002, fermentado e cozido nas panelas da negociação permanente, tanto dentro do PT e das forças de esquerda, como dentro das forças conservadoras que comandaram o país após 1985 (fim “legal” do movimento de 64), partia de um pressuposto pessoal incontornável por qualquer urgência:
    – De que Lula era o fiador de um consenso reformador do capitalismo nacional, uma nova Era Vargas, sem os vícios ditatoriais do gaúcho, e com um trabalhismo muito mais independente e eficaz que o petebista, e melhor ainda, com uma direita (bem comportada) que rejeitaria qualquer saída tipo golpe ou “de força”.
    Lula, como o gênio que é, sabe que todas as estruturas e alianças políticas, enfim, todas as circunstâncias se movem ao sabor dos interesses, e que estes últimos não são estáticos.
    No entanto, apesar de saber disso, e de enxergar que algo vinha em sua direção, Lula não foi capaz de alterar sua imagem e seu capital político, ou a direção deste capital político, talvez embebedado (sem trocadilhos) pelo sucesso aparente de suas políticas sociais (ainda que pálidas no quesito de superação de desigualdades) e das esmagadoras vitórias eleitorais, principalmente nas presidenciais.
    Era preciso insistir no cálculo político do “interesse maior”, que a todos uniria, porque esta era a sua razão de ser (política).
    Aí começam os problemas, porque a ilusão, ou a ignorância que as placas tectônicas políticas se moviam embaixo dos seus pés o impediu de tomar as decisões corretas na contenção ou reversão do quadro que nos trouxe até aqui em 2020.
    Poderá você dizer, e com certa razão, que nenhum líder, por mais Lula que seja, é capaz de prever tudo.
    Sim, mas a partir de 2006, quando o lawfare já lhe arreganhava os dentes, com a ação 470 (mensalão), Lula seguiu acreditando na sua capacidade de mobilizar corações e mentes ao redor de seu pacto, quando ali ele já estava desfeito há tempos.
    Tudo bem, tudo bem, não dá para pensar, executar tudo isso, e anda governar um enorme arco de alianças, grande e heterogêneo…
    Bem, fazer política é definir prioridades.
    Qual a principal prioridade de um líder que enfrenta ameaças sérias ao seu governo, com iminência de golpes judiciais, sendo ele o personagem principal de um movimento político que é tido como “anti-estamento” (apesar de nunca tê-lo sido, e nem ele sequer houvesse dito ser de “esquerda” em seu governo), e que como tal é hostilizado como um anticristo, inclusive pelas forças que tenta abrigar em seu governo?
    Aqui o ponto de inflexão…
    O “autoritarismo” de Lula em insistir em ser “Lula” (O Pacificador), enquanto a realidade lhe exigia que jogasse duro com adversários e traidores, limpasse as FFAA, colocasse freios na mídia, e no judiciário, custou a ele, ao nosso movimento político, e enfim, ao País, todas as melhorias que ele disse acreditar que justificavam o pacto com o demônio (MDB, e outros).
    Então qual foi o sentido disso tudo?
    Preservar Lula como “pacificador”, como o “gênio da negociação”?
    Sim, e para quê, se ninguém estava disposto a negociar?
    Na esteira de Lula vem o “mito” Dilma, ela mesma crente e ciente das suas dificuldades e limitações como negociadora, e que poderia enfim nos redimir pelo enfrentamento necessário, mas que desmoronou na sua (auto) ilusão da “honestidade”, “eficiência anti-carisma” e “anti-guerrilheira” convertida ao jogo democrático, em uma complexa expiação de culpas que a levou a uma imobilidade ainda pior que a de Lula, até porque Lula é Lula…
    Foi honesta quando a honestidade não era vantagem alguma, ao rejeitar acordos com Eduardo Cunha, foi eficiente e mal-humorada quando todos queriam a festa e tapinhas nas costas, mesmo que ineficientes como método de gestão, e enfim, quis dizer a todos que apesar de se orgulhar de seu passado de luta, ela havia se redimido, e nunca se levantaria contra a “democracia”, isto é, nunca adotaria medidas que os “democratas” dissessem que seriam “antidemocráticas”.
    Foi, enfim, A Republicana, quando os adversários eram monarquistas absolutistas!
    Ora, vários erros decorreram desta narrativa…
    Sim, primeiro porque parecia que ela se culpava por ter sido quem foi, e que quando foi (guerrilheira) tivesse sido para atacar um sistema constitucional e “democrático” em pleno funcionamento, e não uma ditadura sanguinária.
    Ninguém mais que Dilma teria a força e a moral para trazer à tona os crimes destes facínoras, dando a comissão da verdade poderes DE VERDADE, e não aquela coisa catártica sem valor normativo algum.
    Ela era uma das poucas que poderia dar a sua vingança o nome de REPARAÇÃO HISTÓRICA, e deliberadamente, não o fez…
    Como não o fez, deu o sinal aos gorilas, mercado, direita e juízes: “opa, ela não vai reagir”.
    Dilma foi Alice quando deveria ser Rainha de Copas.
    Ao mesmo tempo Lula disse o mesmo quando se entregou para a prisão: “Opa, ele vai cumprir as “regras”, mesmo que sejam ilegais, ou injustas”.
    Lula foi a primeira vítima de sequestro da História que se foi ele mesmo para o cativeiro.
    Uai, quando duas pessoas da estatura e da História de Lula e Dilma mandam estes sinais, a canalha toda se agita, e foi o que aconteceu, eles se agitaram e estamos aqui, em 2020.
    Lula segue a espera de sua “redenção” pelo mesmo sistema judiciário que o jogou nas masmorras de Curitiba, ele quer que a “Inquisição” confesse seus delitos.
    Eu sei, eu sei que este é um movimento político, mas qual seu sentido senão o de resgatar antes sua biografia, como sendo “inocente”?
    Seria dizer a todos que um sistema judicial pode agir como agiu com ele?
    Sim, esta mensagem é poderosa, mas ainda carece de substância quando constatamos que são aqueles que o acusaram injustamente que o declararão inocente…
    Uai, se o sistema é capaz de corrigir erros desta monta, por que lutar contra injustiças deste sistema ou alterar este sistema?
    Basta se submeter às regras deste sistema, e esperar que ele assim o declare (inocente), não?
    E por último, de que vale ser “inocente” em um sistema judiciário ilegal?
    (risos, de desespero).
    Já Dilma deu sinais claro aos golpistas e a toda a direita que a espancava, que ela nunca faria com eles o que eles faziam com ela, e mais, disse aos militares, com seus gestos de “convivência democrática” que ela nunca seria violenta com eles, como foram com ela.
    Essa “superioridade” personalíssima é o autoritarismo torto da esquerda, seu mito fundador original.
    A esquerda tenta seguir as regras do capitalismo quando o próprio capitalismo lhe diz que a regras são fajutas.
    É um dilema moral, este da esquerda, apenas moral, infelizmente…
    A esquerda, personificada aqui em Lula e Dilma, quer ser dizer mais civilizada que a civilização, e finge não saber que esta mesma noção de civilização já lhe mostrou que a violência é um elemento dela (civilizatório).
    Como pessoas, Lula e Dilma têm o direito de crerem nisso, nesta versão cristã ou hinduísta (Ghandi) da não-violência política levada às últimas consequências.
    Como líderes de esquerda, NUNCA…
    Suas consciências tranquilas, seu bom mocismo, nos custou uns 40 anos de vida e História…
    Apesar da precariedade, e de todas as dificuldades, Cuba resiste…Venezuela resiste…Bolívia resistiu, Chile idem…

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