Esclarecendo:
- Nas presentes condições de criminalização do consumo de drogas, o tráfico não vai acabar. Os lucros são grandes demais para não estimular o apetite empreendedor de alguns. O que importa é não permitir mais que ele ocupe e aterrorize as comunidades onde operar. E, como bem disse o excelente Luiz Eduardo Soares, o modelo boca-de-fumo de partilha de territórios está superado. O tráfico moderno é o do delivery, que pode operar de qualquer lugar.
- Sejamos realistas: o consumo de drogas precisa ser descriminalizado e tratado como questão de saúde pública, não de polícia. As modalidades de distribuição precisam ser discutidas e regulamentadas, e as penas para danos e lesões provocadas sob efeito de drogas (incluindo o álcool) precisam ser pesadas e exemplares – e infalíveis. Cheirou três taturanas, pegou um carro e atropelou alguém? Cadeia sem apelação, seja quem for.
- O segundo grande mal que aflige os cariocas e todos os brasileiros na área de segurança pública é a corrupção policial. Restabelecida a convivência democrática nas favelas cariocas, o próximo passo deve ser a luta sem quartel contra a banda podre da polícia, das propinas no trânsito ao tráfico de drogas e aos esquadrões de carrascos.
Queria aproveitar para fazer uma homenagem rápida ao bravo delegado Hélio Luz, primeira alta autoridade policial do Rio de Janeiro a chamar as coisas pelo nome e a bater de frente com a corrupção policial. A frase que pronunciou depois de por em cana vários agentes da divisão antissequestros do Rio, “a partir de hoje, a divisão antissequestros não sequestra mais”, deveria ser impressa nas folhas de rosto de todos os manuais das academias de polícia do país.
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