Israel bombardeia campo de refugiados de Bureij após completar cerco a Gaza 

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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As FDI atacaram áreas residenciais densamente povoadas de quatro campos de refugiados, incluindo Bureij e Jabalia

Bombardeio foi realizado por caças israelenses, conforme depoimentos coletados pela Al Jazeera e confirmados por autoridades da Palestina. Foto: Reprodução/vídeo Al Jazeera

Um ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atingiu o campo de refugiados de Bureij, no centro da Faixa de Gaza, na Palestina, e provocou a morte de pelo menos 15 pessoas, além de deixar centenas de feridos. 

A informação foi divulgada pela Autoridade de Defesa Civil de Gaza em notícia publicada pela Al Jazeera. Nas redes sociais, vídeos foram divulgados.  

De acordo com o comunicado do Gabinete de Imprensa do Governo Palestino, publicado no Facebook, as FDI atacaram nesta quinta-feira (2) áreas residenciais densamente povoadas de quatro campos de refugiados no enclave palestino, incluindo Bureij e Jabalia, que estão sob ataque pelo terceiro dia consecutivo. 

“Aviões de guerra israelenses destruíram todo um complexo residencial no campo de refugiados de Bureij, no centro da Faixa de Gaza”, informou também a agência WAFA na rede X (anteriormente Twitter), acrescentando que muitas pessoas ainda estão sob os escombros.

“Minha família e eu estávamos sentados e de repente ouvimos uma grande explosão. Tudo voava ao nosso redor. Não podíamos ver nada além de poeira e fumaça”, disse uma testemunha à Al Jazeera, acrescentando que o ataque foi “massivo”.

De acordo com a Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina, o campo de refugiados de Bureij é “relativamente pequeno” e acolhe cerca de 46 mil palestinos – o de Jabalia, por exemplo, passa de 100 mil pessoas acolhidas.

Mais ataques a conjuntos residenciais 

“Esses ataques levaram à destruição generalizada de dezenas de edifícios residenciais, à morte de dezenas de pessoas e ao ferimento de centenas”, disse o escritório do governo palestino, chamando os ataques israelenses de “agressão brutal”.

O bombardeamento ocorreu depois dos ataques ao campo de refugiados de Jabalia, localizado no norte da Faixa de Gaza, que mataram dezenas de civis palestinos e deixaram centenas de feridos. 

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o maior dos oito campos de refugiados da Faixa de Gaza é o de Jabalia e está localizado ao norte do enclave, perto de uma cidade com o mesmo nome. A população do campo, antes da última escalada do conflito, era de 107.590 habitantes.

A ONU, seus comissariados e fundações expressaram “profundo horror” face aos atentados em Jabalia, chamando-os de “violação flagrante do direito internacional e de crime de guerra”. A ONU considera que pode se tratar de um caso de genocídio em curso. 

Cerco a Gaza está completo 

As IDF cercaram completamente a cidade de Gaza, disse nesta quinta-feira (2) o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, ao jornal The Times of Israel. Esta é parte da terceira fase da investida do país contra a Palestina, na Faixa de Gaza, atacada desde o último dia 7 de outubro.  

Hagari enfatizou que “o conceito de cessar-fogo não está de forma alguma sobre a mesa: as FDI estão travando uma guerra para desmantelar o Hamas”.

Acrescentou ainda que o líder do movimento palestino, Ismail Haniyeh, que vive no Qatar, planeja visitar o Irã.

Comentou ainda ao The Times of Israel que as atividades militares da organização xiita libanesa Hezbollah e dos Houthis iemenitas contra o território israelense são tentativas de “nos distrair de nos concentrarmos em Gaza”.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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