Ladeira em Belo Horizonte quebra rotina e troca veículos por carrinhos de rolimã

Por Danilo Mekari, do Portal Aprendiz.

Carros, caminhões, ônibus e vans se apertam nos espaços da rua Magi Salomon em 364 dias do ano. Na única data que resta, a via é ocupada por outro tipo de veículo: os carrinhos de rolimã.

Localizada no bairro Salgado Filho, na zona oeste de Belo Horizonte (MG), a rua será palco da terceira edição do Mundialito de Rolimã do Abacate, evento que reúne pessoas de todas as idades – de diversos cantos da cidade – que constroem, pilotam e manobram os carrinhos de brinquedo, em um esforço para ressignificar a utilização e apropriação dos espaços públicos de uma metrópole.

A iniciativa surgiu em 2012, organizada pelo Quilombo do Abacate, quando dois membros do espaço cultural observaram atentamente um garotinho descendo a via com seu carrinho artesanal. “Porque não fazer um campeonato para juntar os moradores, ativar a cultura local e resgatar a antiga tradição que a ladeira da rua Magi Salomon tem para os apreciadores do rolimã?”, questiona Matheus Rocha, membro da Híbrido – Comunicação e Cultura, uma produtora cultural que, junto a outros coletivos, integra a organização do torneio.

Aquecimento para o Mundialito ocupou avenida do centro de BH.

Em 2014, o Mundialito de Rolimã do Abacate será realizado em três etapas. A primeira aconteceu durante a Virada Cultural, quando um aquecimento para o evento transformou a avenida João Pinheiro, no centro de Belo Horizonte, em local para os competidores “testarem suas máquinas”.

“O Mundialito oficial ocorre na zona oeste e é fruto de um esforço para descentralizar as atividades culturais da cidade. Durante a Virada, porém, a competição ocorre no coração de BH e é um sucesso de público”, conta Rocha.

Oficinão

A segunda etapa consiste em uma oficina de preparação dos carrinhos para o Mundialito. “Em todas as edições fazemos uma atividade para ensinar o pessoal a construir o seu rolimã, criando assim outra relação com o objeto e retomando a antiga cultura do fazer com as próprias mãos.” A oficina ocorre no próximo sábado (20/9), das 12h às 17h, na sede do Quilombo do Abacate (rua Magi Salomon, 215).

Durante a preparação para o torneio, os participantes usam e abusam da criatividade para ornamentar os carrinhos. Nas últimas edições – que reuniram em torno de mil pessoas – teve piloto que usou um disco de vinil como volante, e uma trupe circense montou um rolimã com capacidade para oito pessoas. “Eles desceram a ladeira fazendo malabarismos e tocando instrumentos”, relembra Rocha.

O Mundialito

Tudo isso para desembocar na última e principal etapa do evento, o Mundialito, que será realizado no dia 27/9, um sábado, a partir do meio-dia. A competição é dividida em três categorias: velocidade, que premia aquele piloto que cruzar o trecho determinado em menor tempo; estilo, que avalia a ornamentação do carrinho e a vestimenta usada pelo piloto; e manobras, que analisa as diversas maneiras de se pilotar o rolimã, seja de costas, de bruços ou fazendo piruetas.

“Quando os carrinhos começam a descer a ladeira, as pessoas que moram na região do Salgado Filho deliram. Queremos fazer com que os moradores vivam aquele espaço de outra forma”, completa o ativista.

Confira um vídeo de promoção do primeiro Mundialito:

https://www.youtube.com/watch?v=z_S6iIo91cw align:center

 

Redação

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