Médico associa discurso de Bolsonaro à eugenia praticada no nazismo

Para Arnaldo Lichtenstein, há uma lógica "perversa" por trás dos discursos sobre acabar com isolamento e deixar a população se contaminar amplamente com o coronavírus

Jornal GGN – Arnaldo Lichtenstein, médico e diretor do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirmou em entrevista ao jornal da TV Cultura que o discurso do presidente Jair Bolsonaro, que defende o fim do isolamento social contra o coronavírus, não é apenas “negacionismo da ciência, é uma linha de raciocínio muito diferente e cruel”, que flerta com a eugenia praticada no sistema nazista.

Lichtenstein criticou as teses de Bolsonaro sobre isolar apenas idosos e pessoas doentes, os chamados grupos de risco, e retomar amplamente as atividades econômicas. Com isso, a população brasileira estaria amplamente sujeita à contaminação por coronavírus e, em tese, desenvolveria a imunidade de rebanho. O problema é que essa proposta leva a milhões de mortos por COVID-19.

“As pessoas que vão morrer, muitas, são os idosos. Aí tem a fala: ‘Mas já ia morrer mesmo’. Ou as pessoas que já têm doenças, já estavam doentes… E vão ficar os jovens e atletas. Se a gente pegar pedaços da fala, tem uma lógica intensa. Isso se chama eugenia. Lembre-se de que sistema político mundial usava isso”, disse o direitor.

“Quando você fala ‘que morram os vulneráveis para a gente ter uma geração saudável’, (…) é uma coisa muito mais perversa que simplesmente não acreditar na ciência. É um outro tipo de teoria que pode ser muito pior do que isso.”

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Redação

3 Comentários

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  1. Parabéns ao Dr. Lichtenstein pela coragem e precisão. Chamou a coisa pelo nome.
    Os energúmenos que se ocupam da saúde em nível federal empregam táticas de genocídio e eugenia desde o tempo em que esfacelaram o Mais Médicos, o Farmácia Popular e outros programas importantíssimos para a vida dos brasileiros.

  2. O Bolsonaro também sabe que o número de mortes será muito maior entre a população pobre, ele deve estar vendo o corona como uma oportunidade de garantir a reeleicão, visto que é pouco provável que os pobres voltem a votar no bolsonaro em 2022.

  3. Eugenia é um nome bonitinho, que esconde o real sentido do que essa turma defende. Vamos no popular: é NAZISMO mesmo, ideologia de ASSASSINOS PSICOPATAS.

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